São os pequenos pedaços de história que constroem a verdadeira história de uma nação. E neste caso falamos de Portugal, nação com uma história rica, no que ao toureio a cavalo se refere. História, arte, cultura e tradição genuinamente portuguesas.
Na Pátria do toureio a cavalo, alguns houve que sobressaíram entre os demais, criando novos conceitos que nalguns casos mesmo, transformaram-se em “regras” ou pilares de como se devem lidar os toiros a cavalo. Desses, ou com esses conceitos, mutáveis com a própria evolução “dos tempos” e da sociedade, o toureio foi-se aperfeiçoando, mudando, tal como o cavalo e o toiro. Assim temos que recuar um pouco no tempo e recordar alguns desses toureiros que a seu tempo foram figuras e que deixaram “historia (s) e recordações. Assim iremos aqui relembrar Simão da Veiga que a par e em competição com João Núncio, marcou um período de mudança no toureio a cavalo, em finais da década dos anos trinta do século passado.
Numa época em que se falavam dos toiros da seguinte forma: ”o toiro Lisboa de Manoel Corvello Cardoso, com o ferro de Emilio Infante da Câmara, que é muito bravo e conta já doze corridas…”, Simão tinha a destreza para os tourear e impor-se como uma das principais figuras do toureio a cavalo de então. No entanto com a proibição de lidaremse em praça, toiros já corridos noutros espectáculos, Simão da Veiga soube manter a sua áurea de figura, impondo o seu toureio não só em Portugal mas também no País vizinho e no outro lado do Atlântico, por terras da América do Sul, como o México e Venezuela. Simão da Veiga Júnior nasceu na aldeia do Lavre a 22 de Junho de 1903.
Estreou-se em público na praça de toiros de Montemor-o-Novo, na feira de Setembro de 1915. A 4 de Junho de 1922 toma alternativa na praça de toiros do Campo Pequeno, tendo como padrinho seu pai Simão Luís da Veiga. Na temporada de 1927 é o cavaleiro português que mais actuou em Espanha, somando 27 corridas. No México apresenta-se na praça da capital a 2 de Janeiro de 1938. Toureiro respeitado, além fronteiras granjeou o respeito da aficion mexicana, venezuelana, francesa e espanhola.
Manteve sã rivalidade com João Núncio, Canero e Alvaro Domecq y Diez entre outros. Da sua quadra de toureio destacou-se o célebre “Bombita”. Teve residência na vila de Oeiras, onde sedeava a sua quadra (Páteo do Cabrita) e passava alguns períodos do ano. Faleceu a 19 de Agosto de 1959 no hospital das Caldas da Rainha, após ter-se sentido mal, durante o espectáculo de 15 de Agosto, realizado naquela localidade.
Simão da Veiga, um toureiro cujo a fama e popularidade, atravessou fronteiras e continentes, foi um desses grandes e raros toureiros de época, daí seja ainda lembrado e nós o relembrar-mos hoje… e sempre: porque Simão da Veiga foi (é) um dos tais toureiros de sempre.