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Castas que deram origem ao atual Toiro de Lide - Cap. II

Evocamos hoje a segunda casta - Casta Cabrera (Miura)
02 de Maio de 2013 - 21:58h Pedaços de história por: - Fonte: - Visto: 4046
Castas que deram origem ao atual Toiro de Lide - Cap. II

 Evocamos aqui hoje a segunda casta - Casta Cabrera, a qual deu origem à constuição da Ganadaria "MIURA".

 

CASTA CABRERA

 

Não se sabe ao certo onde chegou a formar-se esta casta, e de onde vieram estes poderosos animais, aindaque existam crenças de que nos campos de Tarifa, era o local onde se criavam grandes manadas de reses de grande corpulência e de pêlo colorau olho de perdiz na sua maioria.

Os toiros de Cabrera eram de grande alçada, largos, agalgados (compridos) e portanto de muito peso, de pêlo sedoso e fino, com astes muito desenvolvidas, muito duros, ágeis na lide e de muita bravura. 

O pêlo ou pinta das reses cabrereñas eram sardos, negros, berrendos em castanho (berrendos en colorado), colorau olho de perdiz, cárdeno e cárdeno salpicado.

O fundador da vacada foi Don Luís António Cabrera em Utrera (Sevilha), por volta de 1730 mais ou menos, e é muito possível que as suas reses procedessem de alguma das ganadarias ou para melhor dizer das piaras de gado que possuíam as Comunidades  Religiosas que nasceram por aquelas regiões. A sua origem era dos Frades Dominicanos e Cartuchos, ainda que o seu principal criador, tenha sido José Rafael Cabrera. No cruzamento desta casta com a casta Gallarda na sua origem, deu lugar a uma das mais Famosas Ganadarias: “MIURA”.

A Ganadaria veio a ser herdada por Bárbara filha do Senhor Cabrera no ano de 1768, casada com o seu primo D. José Rafael Cabrera Angulo, e foi sob a sua direção que esta ganadaria alcançou grande notoriedade. Com o falecimento do Senhor D. José Rafael no ano de 1823, a ganadaria passou para as mãos da sua terceira esposa. Dª. Maria Soledad  Núñez de Prado y Ayllón de Lara, de quem mais tarde a sua irmã D. Jerónima veio a herdadr esta ganadaria no ano de 1835.

No ano de 1852 Dª. Jerónima vendeu a ganadaria em dois lotes, um a D. Ramón Romero Balmaseda e o outro a D. Juan Miura, o qual um ano antes havia adquirido a esta Senhora um lote de vacas e machos.

Onde se conversa mais pureza esta casta “cabrereña” é na atual Ganadaria de Miura, ainda que se tenham feito vários cruzamentos, é de supor que os mesmos não tenham sido realizados com as vacas todas do efetivo, mas somente com um lote de algumas. Fica aqui a suposição de que através dos anos continuam predominando na ganadaria os toiros agalgados, de pescoço largo e flexível como nenhum outro com grande alçada e pezunha em cruz, conforme dizem as algumas crónicas que eram os primitivos toiros desta casta.

Os cruzamentos anteriormente mencionados realizaram-se no ano de 1854 com dois toiros de D. José Arias de Saavedra (Casta Vistahermosa). No ano de 1879 com um toiro do Duque de Veragua (Casta Vazquenha) e nessse mesmo ano outro cruzamento foi feito com um toiro de D. Manuel del Val (Casta Navarra), procedente do ganadeiro de Toledo Pérez Laborda e no ano de 1918 com outro semental da ganadaria da Senhora Marquesa Viuva de Tamarón (Vistahermosa).

A princípio, a ganadaria de D. Juan Miura, era dirigida pelo seu filho Antonio, que lida pela primeira vez em Madrid, a 20 de Abril de 1862. Nesta corrida, o toiro “Jocinero”, causou a morte de “Pepete”,tio-avô de Manolete.

Em 1893, ao falecerAntonio, herdou a ganadaria o seu irmão Eduardo. Durante o tempo que este adirige, produzem-se várias mortes nos ruedos.

O toiro “Perdigón”, mata em Madrid “Espartero”, o toiro “Receptor”, Domingo del Campo (Dominguin),“Chocero” o bandarilheiro Llusio e “Agujeto”, o novilheiro Faustino Posada. Junto a estas tragédias, há importantes triunfos como: o do toiro “Machaquito” em Madrid os espadas José Garcia y Carranza Algabeño, sendo a receita desta corrida, a favor da reconstrução da Igreja de Stº. António do Estoril. Na Praça de Toiros de Algés, tiveram lugar as filmagens das cenas do Filme “A Severa”.Nesta praça, atuaram Figuras como, “Cagancho”, Rafael “Gitanillo de Triana”, Lorenzo Garza e outros mais. No ano de 1953, as Organizações Tauromáquicas de Algés,tiveram à sua frente o Matador de Toiros, Manuel dos Santos, que se havia já retirado das arenas. Passados três temporadas, a praça entrou em decadência.

 

Foto: Um Toiro tipico da Ganadaria Miura

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