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Castas que deram origem ao Toiro de Lide atual - Cap. I

Hoje evocamos aqui em pormenor a Casta Jijona
26 de Abril de 2013 - 18:39h Pedaços de história por: - Fonte: - Visto: 6468
Castas que deram origem ao Toiro de Lide atual - Cap. I

O TOIRO

 

Entre os animais selvagens, encontra-se o atual tipo de toiro. O qual provém dum outro tipo de animal selvagem do período do neolítico, chamado “URO” (Bous primigenius, ou aurochs), que viveu nessa época em quase toda a Europa.

 De entre os muitos tipos de touros que existem, só dois nos interessa aqui falar: os domésticos, que vivem em estábulos ou criados em pastagens e se destinam para o trabalho e alimentação humana, e os selvagens ou de lide, que vivem nos campos e lezírias e são os mais fortes e bravos.

 A exploração da sua fiereza faz-se na lide ou corrida de touros, o que rende grandes proventos, visto que um touro manso vale só o seu peso ao preço da carne, e o outro, o touro bravo, vale muito mais, mas cujo valor desconhecemos em concreto?

As Castas que deram origem ao actual Toiro de Lide foram cinco: Jijona, Cabrera, Vazqueña, Vistahermosa e a Navarra, ainda que esta última fique excluída das fundamentais. Ignoro o porquê, e o mesmo pode dizer-se da Ganadaria de Raso de Portillo, que dada a sua Antiguidade, rompia em todas as festas reais.

 

JIJONA – Esta casta foi muito famosa até meados do Século passado, altura em que começou a declinar e perder o interesse por parte do público, com aparecimento de novas ganadarias formadas com outras castas que chamaram a atenção dos aficionados, dando a esta a sua preferência,

Foi seu fundador D. José Sánchez Jijón. Em diversas zonas de Ciudad Real, Montes de Toledo e Colmenar Viejo, existiam uns toiros que se caracterizavam pela sua cor “vermelho inflamado”, aos quais se chamava “Jijón”, por ter sido a familia com esse apelido que estabeleceu o primeiro centro de criação destes toiros em Villarrubia de los Ojos (Ciudad Real).

Com motivo da exaltação do trono de Fernando VI, lidou-se em Madrid, a 13 de Outubro de 1746, uma corrida com toiros desta Ganadaria. Eram seus proprietários os Irmãos, Miguel e José Jijón, que por desavenças entre si tiveram que resolver o caso   judicialmente , donde saíu vencedor desta causa, Miguel. Porém com a morte deste, em 1791,  José Jijón, herdou a ganadaria, mas quando faleceu este Ganadeiro, três anos mais tarde a mesma  foi herdada por sua Esposa, Leonor de Aguila.

Esta Casta muito famosa no Século passado, está práticamente extinta, e o pouco que resta da mesma, os seus proprietários começaram a cruzar com outras raças. Pois segundo parece a princípio estes toiros, apresentavam bastante sentido durante a sua lide.

Como atrás referi, onde houve bastante reses Jijón, foi em Colmenar Viejo, onde Manuel García Aleas, trazia vacas Jijónas nos Montes de Toledo. Actualmente o Ferro “9”, dos famosos “Aleas”, que é um dos mais antigos ferros em Espanha, está em poder do Ganadeiro José Vásquez, que através de cruzamento, converteu os antigos “Aleas”, em “Santacolomas”.

Outra importante rama de Jijón, foi fundada em 1797, por Julián Fuentes “El Indiano”, sendo o seu filho, Juan José, que acabaria por vender em 1852, a ganadaria a Vicente Martínez Sainz.

Tiveram muita fama, os toros de Martínez, pela sua bravura. Embora tenha sofrido uma quebra esta ganadaria, seria “Frascuelo”, quem recomendou a Vicente, que cruzasse os seus produtos Jijónes, com um touro berrendo de Joaquim de la Concha y Sierra. Daí que se vejam bastantes “Martínez” Berrendos.

Quando faleceu em 1894, Vicente Martínez Sanz, a ganadaria foi herdada pelas suas filhas, Manuela e Vicenta. Em 1904, o semental “Diano”, de Eduardo Ibarra,
veio enriquecer o sangue desta ganadaria. Em 1914, cruzaram com os sementais “Vinagrero” e “Ramito” deFernando Parladé.

Em 1925, os Ganadeiros Salmantinos, Antonio Pérez e Manuel Arranz, compraram uma parte importante de Vicente Martínez.

A parte que Antonio Pérez adquiriu, foi inscrita em  nome de sua esposa, Maria Matea Montalvo, pondo como ferro dois círculos concentricos, que hoje estão em
poder dos Herdeiros de Juan Mari Pérez Tabernero. Ao falecer a Senhora Maria M. Montalvo, em 1942, a ganadaria passa para as mãos dos seus filhos, quando em 1966, faleceu o Senhor António Montalvo, é o seu filho Juan Marí, que recebe o ferro de sua mãe, ainda que na actualidade os pupilos de “Martinez”,
pastem em Linejos e já estejam refrescados com Sangue Domecq.

O Ganadeiro Manuel Arranz, também comprou gado aos Herdeiros de Vicente Martínez, os quais inicialmente foram cruzados o semental “Abejorro” do Conde de la Corte, e posteriormente com os sementais “Desgraciado” e “Encendedor”, do seu Amigo Ganadeiro, Antonio Pérez, e finalmente com o semental “Filibustero”, de Graciliano, com qual melhor resultou o cruzamento. Estão hoje os famosos “Arranz”, nas mãos de Ramón Sánchez Recio e do seu filho em terras da Andalucia.

 

CARACTERISTICAS DESTE ENCASTE: Eram touros de grandes, de ossos fortes e desenvolvidos, cabeça grande e astes  muito desenvolvidas, e de  pêlo de côr vermelho inflamado e negros. Demonstrando durante a lide bastante sentido.

 

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