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A bandeira de Manolete

Lembrando o episódio mexicano do hastear da bandeira "repúblicana"
06 de Julho de 2012 - 23:40h Pedaços de história por: - Fonte: - Visto: 2250
A bandeira de Manolete

Sobre este grande vulto da tauromaquia de Espanha e de Córdoba, já se contaram bastantes histórias, algunas verdadeiras, outras seguramente a roçar aquilo que se pode chamar de “lendas”.

Os mais “bienpensados” sabem que Manuel Laureano tinha a sua personalidade e carácter muito próprios, para alguns taciturno e triste, para outros fleumático, estoico, nobre e sensível.

Diz-se que Manolete encarnaria o espírito da sua terra natal, Córdoba, cidade de grande luz e grandes sombras, humilde, com grande serenidade e quietude, cidade espiritualmente aristrocrática e selecta.

O “monstro cordobés” toureou e foi aclamado em todo o Mundo tauromáquico, fazendo jus ao seu sonho de criança de se tornar figura e conquistar um lugar ao sol no largo terreiro da tauromaquia, e conseguiu-o!

Manolete toureava nesse dia na capital Mexicana, país onde a aficción idolatrava o seu toureio e consequentemente a sua pessoa. A antiga praça da cidade regugitava de aficionados sedentos e, ainda no hotel, Manolete foi avisado por amigos de que na praça estaría hasteada a bandeira “republicana” e nao a bandeira a “rojo-gualda”, o que indispôs Manolete, uma vez que havia servido como militar ao serviço dos “revolucionários” durante o conflito civil.

Exigiu que fosse reposta a bandeira de Espanha, esperando mais de duas horas por esse “câmbio”. Mudada a bandeira, logo depois do “paseíllo”, esta foi novamente substituida pela “republicana”.

Manuel Laureano, enfadado brindou aos presentes dizendo:” La cojida que voy a sufrir va a ser por ustedes”. Ao iniciar a faena fez-se colher pelo toiro mexicano que quase lhe tirou a vida, impedindo-o de continuar as faenas no país “azteca”

Mais uma vez, demonstrara o seu forte carácter e sangue frio, nao facilitando, nem descurando as suas convicçoes e patriotismo.

 

Fonte: A vida e a morte de Manolete, Leopoldo Nunes (1944)

 

 

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