Francisco Montes Reyna, nasceu em Chiclana de la Frontera província de Cádiz na Andaluzia, no ano de 1805.
Era filho de Juan Félix Montes, administrador das propriedades do Marquês de Montecorto, grande proprietário rural e ganadero. Seu pai cedo se preocupou em dar-lhe estudos e acalentava o sonho de que este se tornasse cirurgião, mas o jovem Francisco habituado aos trabalhos do campo, á condução do gado e ao gosto pelos cavalos, cedo deixou a escola, dedicando-se ao trabalho nas propriedades rurais.
O seu gosto, determinação e coragem na busca e condução de reses tresmalhadas, utilizando uma manta que transportava no seu cavalo, fizeram dele uma figura admirada pelos seus companheiros e colegas, tendo-lhe sido dado por esses mesmos companheiros o apodo de “ Paquiro “.
Mais tarde, devido ao seu pai ter sido despedido pelo Marquês de Montecorto, as disponibilidades financeiras caíram substancialmente, o que levou Francisco a trabalhar em várias profissões como albañil ( pedreiro ) e a tornar-se toureiro.
Foi discípulo e aluno de Pedro Romero na Escola de Tauromaquia de Sevilha, tendo tomado a alternativa em 18 de Abril de 1831 em Madrid, das mãos de Juan Jiménez “Morenillo “, lidando toros de Gavira.
Tornou-se então uma autêntica lenda e primeira figura do toureio da época, toureando em todas as praças de Espanha, executando grandes “ manobras “ como a de saltar com a garrocha por cima dos toiros. Em 1832, na cidade de Saragoça, chegou a lidar 24 toiros em apenas dois dias. Fala-se de que na sua arte, o estoque não seria a sua principal habilidade, sendo a capa o seu verdadeiro terreno.
Publicou em 1836 o livro “ Tauromaquia Completa “, no qual, mais que enunciar as regras da tauromaquia da época, apresentava a sua visão da tauromaquia e do Mundo do toiro.
De 1845 a 1850 toureia muito pouco e em 1850 retira-se para se dedicar ao seu recente negócio de vinho, mas a perícia que o acompanhou nas arenas, não o acompanhou nos negócios, tendo perdido toda a fortuna acumulada durante os anos de grande figura da tauromaquia.
Em 21 de Julho de 1850 foi colhido gravemente por um toiro, colhida essa de que jamais se recuperaria, vindo a falecer um ano mais tarde no dia 4 de Abril, vitima de“ fiebres terribles “. Contava apenas com 46 anos de idade, aquando da sua morte.