José Mestre Baptista, nasceu na vila alentejana de São Marcos do Campo a 30 de Maio de 1940, freguesia do Concelho de Reguengos de Monzaraz, Distrito de Évora.
Fez a sua estreia em público como Cavaleiro Amador com a idade de 13 anos, na Praça de Toiros de Mourão, no dia 1 de Fevereiro de 1953, por ocasião das Festas em Honra de Nossa Senhora das Candeias, lidando nessa tarde uma vaca.
Depois desta sua primeira actuação em público, e porque necessitava de aulas de equitação, inscreveu-se na Escola de Mestre Nuno de Oliveira.
Durante as Temporadas de 1954 a 1958, actuou como Cavaleiro Amador em várias praças de Portugal.
Tomou a Alternativa de Cavaleiro Profissional, a 15 de Setembro de 1958, na Praça de Toiros “Daniel do Nascimento” na Moita, sendo seu padrinho D. Francisco Mascarenhas, anteriormente já tinha tentado tomar a alternativa, a 15 de Julho desse mesmo ano na Praça de Toiros do Campo Pequeno, mas não lhe foi concedida.
José Mestre Batista foi um cavaleiro que revolucionou o toureio a cavalo, pelo que os Empresários das principais praças e feiras deste País, o contratavam para participar em corridas. Era conhecido de todos pela sua grande entrega tarde após tarde nas arenas, nunca se recusando tourear qualquer ganadaria ou actuar ao lado de quem quer que fosse.
A José Mestre Batista se atribui a sorte de ao “piton contrário”, e a designação de “ os ferros à Batista” alguns ferros por si cravados.
No início da sua carreira foi difícil para alguns aficionados aceitarem o seu modo de tourear, mas depressa se renderam ao seu toureio e à sua forma de cravar os ferros.
Na temporada de 1962, alguns cavaleiros desse tempo quiseram boicotar José Mestre Batista, pelo facto de se sentirem incomodados com o seu estilo e forma de tourear.
Porém nada disto aconteceu porque entretanto o Matador de Toiros Manuel dos Santos, passou a ser o empresário do Campo Pequeno e pensou que seria muito importante incluir o cavaleiro nos cartéis a montar para a primeira praça do País.
Passou a ser uma enorme expectativa para os aficionados verem como seriam então montados os cartéis para a mais importante praça de Portugal. E assim muito público se dirigiu a 8 de Agosto de 1963, à Monumental Praça de Toiros do Campo Pequeno para verem o primeiro cartel, que tinha em competição duas Figuras João Branco Núncio e José Mestre Batista. Seguiram-se depois outras composições bem interessantes como Álvaro Domecq – José Mestre Batista, corrida esta com o duplo actrativo, pois seriam lidados toiros em pontas, e sem a utilização dos ferros de castigo ou rojões.
Mais cartéis foram montados e que despertaram muito interesse e expectativa junto da afición em geral, como foram os casos dos confrontos de José Mestre Batista com José Núncio, com José Maldonado Cortes, Gustavo Zenkl, José João Zoio ou Manuel Jorge de Oliveira.
Não podemos deixar de aqui mencionar os cartéis que muitas vezes foram montados ao longo da temporada de 1969, com José Mestre Batista e Luis Miguel da Veiga, uma das parelhas de então, que muito público levava às bancadas, esgotando as praças aonde fossem apresentados estes dois grandes cavaleiros. E face ao sucesso que tinham estes cartéis e ao desejo sempre manifestado pelo público, os Empresários durante outras temporadas montaram mais vezes cartéis com esta dupla de cavaleiros.
Por último uma nova competição foi montada com o aparecimento de um Jovem e promissor Cavaleiro de seu nome João Moura, e assim passou a ver-se o confronto entre José Mestre Batista e João Moura, sendo muitas vezes incluído outros cavaleiros nos cartéis como os casos de Joaquim Bastinhas, Paulo Caetano, Rui Salvador.
Concedeu a alternativa a alguns colegas de profissão, como foram os casos de Joaquim Bastinhas na Praça de Toiros de Évora e Rui Salvador na Monumental Praça de Toiro do Campo Pequeno em Lisboa.
Além de ser cavaleiro, outras funções exerceu como foi o caso de ser Presidente do Sindicato Nacional dos Toureiros Portugueses, tomando posse a 6 de Janeiro de 1976, já depois da Revolução do 25 de Abril, altura em que muitas Ganadarias e Coudelarias tinham sido ocupadas, e nas quais se temeu a destruição das raças selectivas do Touro Bravo e Cavalo de Pura Raça Lusitana.
Em conjunto com os colegas de profissão Manuel Conde, David Ribeiro Telles, e os Bandarilheiros António Badajoz e José Tinoca, integra uma Comissão para a Defesa do Touro Bravo. A José Mestre Batista se deve a reabertura do programa “Sol e Touros”, então silenciado e que todos os Domingos às 22 horas era transmitido pela mão dos aficionados Virgilio Palma Fialho e. Foi um grande defensor dos touros de morte, assumindo ainda o papel de Director de Corrida, permitindo que se matem quatro touros, a 7 de Maio de 1976, na Praça de Toiros “Palha Blanco” em Vila Franca de Xira, depois de ter actuado na primeira parte.
Por ocasião das comemorações dos seus 25 anos de alternativa, viu serem descerradas lápides em algumas Praças de Touros, como foram os casos da Moita, Évora e Reguengos de Monsaraz.
José Mestre Batista, cavaleiro de corpo inteiro, fez-se toureiro com poucas ajudas de segundos, conseguindo com muito empenho e querer ser Figura do Toureio. Foi ídolo para muitos e marcou uma época, veio a falecer vítima de um ataque de asma, doença de que padecia há já alguns anos no dia 17 de Fevereiro de 1985, na localidade de Zafra em Espanha. O seu corpo jaz no cemitério de Vila Franca de Xira, num Mausoléu.
Foi condecorado a título póstumo pelo Presidente da República General Ramalho Eanes. Ficou-se a dever esta condecoração por insistência do seu Bandarilheiro de muitos anos António Garçoa,
Recentemente a Administração da Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz, decidiu atribuir o nome de José Mestre Batista à Praça de Toiros local.