Juana Cruz de la Casa, nasceu em Madrid em 12 de Fevereiro de 1912.
Desde muito nova, teve a “ilusion” de vir a ser toureira, brincando frequentemente ao “toureo de salón” com as suas companheiras e vizinhas, algumas destas filhas dos empregados e carpinteiros da antiga praça de toiros de Alcalá em Madrid.
Toureou pela primeira vez em Córdoba no dia 13 de Fevereiro de 1933 e em Abril do mesmo ano volta a tourear na mesma praça, desta vez alternando com Manolete. Actuou em Las Ventas em 2 de Abril de 1936 com Niño de la Estrella e Felix Almagro, lidando toiros de García Aleas.
Quando estalou o conflito civil em Espanha, emigrou para as Américas, onde toureou em mais de 700 corridas, tendo confirmado a alternativa na praça de toiros de Fresnillo, México em 17 de Março de 1940.
Regressou a Espanha em 1947, tentando tourear nas praças espanholas, mas o regulamento da altura impedia que as mulheres se apresentassem em público para tourear. Tinha o hábito de tourear com seu traje de luces, usando uma saia, pelo que foi bastante criticada e até desaconselhada a usá-la pelas diversas autoridades.
Tinha a alcunha de “La Roja“ por ter ligações com a causa republicana, e por ser uma figura um pouco á frente para o seu tempo.
Consta que ao coincidir num cartel mexicano com Domingo Ortega, este se terá questionado sobre tourear com ela ou não, ao que o empresário lhe comentou:
“ Pues sinto mucho que no quieras torear con ella, pero a mi la que me interesa que toree Juanita Cruz más que tú!”
Contraíu matrimónio com o seu apoderado D. Rafael García Ánton que mandou editar um livro com a biografia chamado Juana Cruz “su odisea”. Juana faleceu de ataque cardíaco em Madrid em 1981 e está sepultada em Almudena. No seu mausoléu de autoria do escultor Luis Sanguino, em que a figura de Joana aparece com a muleta na mão esquerda e brindando com a direita. pode-se ler a seguinte inscrição:
“ A pesar de lo daño que me hicieron en mi pátria los responsables pela mediocridad del toreo de 1940 a 1950, brindo a España.”