Quando soa o clarim para abertura de portas com vista ao início das cortesias, a excelência da moldura humana que porventura preencha significativamente as bancadas é factor acrescido em matéria das ganas com que os artistas se prepararam para defrontar os oponentes.
Vêm estas primeiras considerações a propósito da já tradicional e anual corrida da Benedita, a que o público voltou a acorrer em grande número, com uma ganadaria repetitiva, pela prestação do pretérito ano e que exibiu agora um curro que esteve por cima dos toureiros.
Na verdade, assim foi, de facto, como sempre acontece nos casos em que os toiros pedem meças aos adversários, o mesmo é dizer, quando querem arrancar-se – e algumas vezes o fazem, se tal lhes for permitido! – para o conjunto.
No caso concreto, houve até um toiro que o fez sem ser farpeado, leia-se, antes de saber para o que estava no ruedo, propósito esse bem revelador da vontade de se entregar à luta.
Só que, tal como em Vila Franca de Xira e ainda na grande maioria dos espectáculos que acontecem pelo País fora, os artistas não estiveram pelos ajustes ante tal matéria-prima, atacando em lugar de consentir e esperar, donde a razão de ser do comentário em cima explanado de os toiros terem levado a melhor sobre os toureiros.
Consequentemente, realce merece, a nosso ver, a gaiola executada por Paulo Jorge Santos, (que exibiu uma quadra digna de nota) sorte essa ultimamente muito na moda e a pega do jovem João Vilaverde, a honrar com dignidade a memória do progenitor, também ele forcado que foi do mesmo valoroso agrupamento.
Já uma vez escrevemos que a tourada da Benedita se implantou no calendário respectivo.
Se dúvidas houvesse do acerto de uma tal afirmação, a resposta dada, uma vez mais, em termos de afluência popular, poria ponto final à controvérsia.
Por isso, a Organização, na pessoa do dinâmico e aficionado João Guerra, está de parabéns, daqui gostosamente endereçados.
O mesmo se diga ao clã Bastinhas, com o jovem Marcos a destacar-se, de novo, do pelotão dos seus alternantes, na corrida da Moita, de que se sagrou vencedor incontestado, o que nada nos surpreende, atenta a margem de progressão verificada desde o dia em que, na aficionada Tomar, justificou amplamente que escrevêssemos ter passado a haver no firmamento taurino mais uma estrela e com seu Pai, na corrida televisionada, a exibir o rigor com que exerce a profissão, através do arranjo do cavalo das cortesias, no que, de resto, não foi secundado pelos alternantes.
São pormenores como este – e outros, em que avulta o saber de experiência feito – que fazem com que Joaquim Manuel seja presença obrigatória nas arenas, campeão da popularidade intra e extra muros e, a atestá-lo, se fosse necessário, que o não é, o caso das marchas populares aí está, de indiscutível e indiscutida actualidade.
Daí que a ultrapassagem do percalço de saúde sofrido há algum tempo pelo valoroso cavaleiro alentejano seja motivo de regozijo da aficion, que espera, ansiosa, pelas próximas actuações, entre outras, de Santarém e do Campo Pequeno, cujos cartéis integra por direito próprio.