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O Dever do Aficionado

Artigo de opinião por Sónia Batista
04 de Maio de 2014 - 22:09h Pensamento por: - Fonte: Sónia Batista - Visto: 3405
O Dever do Aficionado

Vivemos uma actualidade sociopolítica, com mais deveres do que direitos, com os quais já nos habituamos a conviver. Perante as minhas ideologias politicas, cumpro-os para bem do meu país…mas como aficionada custa-me ver as dificuldades sentidas nas bilheteiras das praças.

Ninguém monta um espetáculo a preço de saldos, nem nenhum toureiro tem de actuar sem retorno económico, adequado à sua qualidade e posição no escalafon.

O aficionado, como qualquer outro cidadão, corta em tudo e como tem sido óbvio, nas últimas temporadas, também tem cortado nas idas às praças.

Isso leva-me a reflectir ….Compreendo a posição, mas revolta-me quando, aficionados que não viram a corrida, criticam negativamente, por criticar, é como quem fala sem conhecer.

Ainda mais me revolta público, sem o mínimo de conhecimento, do que é isto de “lidar um touro”. Pois bem, meus caros, isto para passar de público a aficionado, não é assim tão difícil, o difícil é passar de aficionado a conhecedor pleno…mas isso são palavras para outra história.

Quem vai com alguma frequência, a corridas de touros, tem por dever, pelo menos olhar e saber o que está a ver. Não é o cavaleiro, cravar a silhas passadas e levar com aplausos de pé do público ou sair um touro manso e depois meterem as culpas no toureiro.

 Meus caros, isto de estudar de touros, não custa, assim tanto. Não cansa a visão! Leva tempo, sim, mas é tempo de qualidade.

Já que, não podemos mudar muita coisa, que nos mudemos a nós mesmos. A temporada está a entrar no seu auge e nunca é tarde para aprender.

Há inúmeros sites taurinos, portugueses e espanhóis, algumas revistas e jornais, nem que seja os regionais com colunas de tauromaquia.

Provavelmente ao estar na praça, já viu algumas pessoas de caderninhos na mão, a tirar apontamento. Se o abordar no final da corrida, certamente, lhe esclarecerá, algumas das suas dúvidas.

Livros técnicos são escassos em português, é uma verdade, mas procure tertúlias, grupo de aficionados, os aficionados mais antigos. Mostre o que não sabe e procure, juntar o seu conhecimento com o conhecimento dos outros.

Isto nos touros, quanto mais se estuda, mais se sente que ainda há, mais a estudar, mas, é isso que nos faz crescer, intelectualmente e como aficionado.

Em tempos de crise, faça mais um esforço no seu orçamento, ao faze-lo, fá-lo-á por si e por esta sua paixão. O amor move montanhas…se não mover, pelo menos ajuda-o a subir colinas.

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