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Em cima do acontecimento

A gestão de uma publicação, de índole genérica ou específica, deve privilegiar, em quaisquer circunstâncias, por razões apodícticas, o tratamento da actualidade.
05 de Agosto de 2014 - 22:25h Pensamento por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2130
Em cima do acontecimento

A gestão de uma publicação, de índole genérica ou específica, deve privilegiar, em quaisquer circunstâncias, por razões apodícticas, o tratamento da actualidade.

Porém, isto não invalida a existência de colaboração de outro tipo, se se quiser, de roupagens diversas, estando-se, no caso concreto do Tauródromo.com, apetrechado para tal fim e, a prová-lo, aí estão, na disponibilidade de colaboradores e leitores, as diferentes colunas existentes, aonde se podem subsumir as tomadas de posição dos seus autores, consoante a temática elegida e tratada.

Por esta última via nos temos movimentado, em intervenções epitetadas de artigos de opinião, que muitos e ricos são os assuntos da especialidade passíveis de ser trazidos à luz do dia ou da noite, consoante a hora da respectiva abordagem e subsequente recepção por banda dos seus destinatários…

Mas, por não haver regra sem excepção, desta vez resolvemos abraçar a causa dos últimos eventos, com a particularidade singular de geminarmos o calendário e a candeia, pondo aquele também às avessas, ou seja, partindo, na análise a fazer, do ontem para o anteontem e assim sucessivamente

E, fazendo-o, diga-se que a RTP trouxe das terras por enquanto portuguesas dos Açores, na noite de ontem, duas lições que urge salientar:

Uma, de verguenza torera, de Luís Rouxinol, figura da Festa, que não pactuou com a vulgaridade, aceitando o prémio da volta ao redondel, depois de uma prestação menos conseguida.

A outra, protagonizada por Manuel Ribeiro Telles Bastos, que explicou como se deve tourear a cavalo, arrecadando com inteira justiça o prémio em disputa e fazendo jus ao entendimento de ser hoje um dos jovens por causa de quem vale a pena sair de casa para o ver actuar, tamanha é a probabilidade de chegar ao êxito, fino cultor das regras da Equitação e dessa maneira tão nossa de enfrentar o toiro de lide.

Na véspera, a afición tivera ao seu dispor o ensejo de ver em Abiul, localidade carregada de história e tradição taurina, o matador espanhol António Ferrera, já com um bom par de anos de alternativa, mas ainda longe da veterania, cujas actuações por estas bandas da Península se contam pelos dedos das mãos, o que tem de ser creditado a quem o contratou. Numa perspectiva técnica, para além do clamor oriundo das bancadas, cumpre referir o seguinte:

Em primeiro lugar, as reuniões nunca tiveram lugar dentro de duas linhas definidas pelos cornos dos oponentes, que é o local de máxima exposição e perigo associável, pela verdade presente num posicionamento em tais terrenos, onde não pode haver ensejo para esse cancro da Festa que são as martingalas.

Em segundo lugar, em nenhumas circunstâncias, o estremenho reuniu levantando os braços, para cravar de alto a baixo, desse modo emprestando ao tércio a mais-valia correspondente.

Por último, é sabido que o par de bandarilhas mais fácil é o primeiro, por o cornúpeto desconhecer o que se vai passar. Por outro lado, o espanhol decidiu cravar um par em cada um dos oponentes na sorte de violino, que, tal como no toureio a cavalo, é um adorno, de risco diminuto. Destarte, justificado estava que os violinos fizessem a sua aparição logo como primeiro par, seguindo-se os demais com outro grau de dificuldade e exigência, assim se valorizando o seu labor.

Isto se diz tendo presente que o óptimo é inimigo do bom, sendo de enaltecer o esforço da empresa para trazer até nós um toureiro daquela estirpe, que, ainda este mês, se encerrará com seis exemplares da temida vacada de MIURA, o que é sintomático do lugar que, justificadamente, ocupa no escalafón.

Devido à extensão das presentes considerações, outra será a ocasião para escrevermos a Luís Miguel Pombeiro àcerca dos dois últimos editoriais publicados no jornal Olé e para homenagear essa figura da Festa que recentemente nos deixou e que em vida se chamou António Morgado.

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