Dizia-me há pouco tempo um aficionado aos touros, daqueles Amigos de peito cheio: «Jesus, nos teus artigos, até tens porras para dares porrada!»
- Se para quase toda a outra parte da crítica está tudo bem, a meu ver, será de valida oportunidade demonstrar quão diferente é a verdade da nossa festa para algumas pessoas, é que para mim, vejo quase tudo mal! Retorqui.
Pretendo referir, que por vezes até nem será por ser moda andar na onda, o facto de se aproveitarem da maré já os classifica!.. Desde que entrem à borla nos espetáculos já se sentem de missão cumprida; em alguns casos – poucos felizmente -, também há quem se amanhe em jeito de venha a nós o vosso reino, seja feita a nossa vontade; ser convidado para as ferras e tentas é outra das preocupações e depois, também é muito giro ver os próprios nomes anunciados nos cartazes de colóquios, igualmente, é muito “in”!
Claro que a carapuça só serve a quem a enfia… eu conheço-os a todos de ginjeira!
Pela nossa festa, a querida, a que tanto amamos não chega andarmos por cá em género: só para inglês ver! Sempre convém muito mais ser que parecer, ou melhor, demonstrar com convicção a nossa efetividade, orgulho, determinação e quanto lhe cremos, a sentimos ou mesmo, sofremos por ela… sim, sofrer! Ah, pois é!.. Não sabem o que é isso de sofrer por dedicação à festa?! Logo vi que não sabiam.
Não Amigas e Amigos, não há da minha parte quaisquer intenções de dar porrada a alguém que que ande por dentro da secular solenidade e manifesta alegria popular; da festa típica e tradicional com mais dedicação regional; da razão existente com força mais constante e específica em substância; dos eventos com mais afago tradicional; do declarado e coerente significado com propósito de lusitanidade; da mais vigente doutrina popular; do mais arreigado e regionalizado sentido de estoica ostentação; da exposição artística com maior carisma nas gentes; da reunião de massas com mais propósito e mais prenhe de vernaculidade; do espetáculo com maior evidência em expressividade pública, coletiva e de sentimento artístico voluminoso e graça divina que alguma vez houve no nosso país – não houve e nem há, não!
Os meus recursos unicamente tendem em avisar nobremente, alertar, atentar, prevenir, desmascarar e até bradar, por vezes, aflitivamente pelo que me vai na alma!
Bater é que não, eu já ficava satisfeito se os meus referenciados esfumacem-se do seio da festa brava. Isso é que era que era good, mas bater é que não!
O que pretendo mesmo com este meu estilo, será abrir os olhos aos aficionados em geral, atentar ao setor inteligente taurino, como que aviso, atestar a realidade de coisa impar mundial enfim, saberem reconhecer quem ama a nossa grei, quem a respeita, quem luta por ela enfim, essencialmente é urgente saber distinguir e separar o trigo do joio!
Bater com vontade de o fazer, bater mesmo somente o tenho feito aos detratores fundamentalistas dos nossos princípios, da nossa cultura, da paixão que nos refaz a alma e sustenta os corações com o que mais os calienta e calibra.
Estou convencido que qualquer aficionado à festa brava com nobres intenções, em alguns momentos de reflexão compreende perfeitamente o que quero dizer, aonde pretendo chegar… Como para os católicos é a igreja o dogmático santuário, para os desportistas é um estádio de futebol, para os amantes da cinefilia são os cinematógrafos, para os palhaços são os circos e para os aficionados aos touros são os tauródromos: o facto, é que tudo é cultura, e eu não pretendo contrariar o cultuar de cada um, impedir o desenvolvimento dos cuidados às faculdades naturais de cada qual, à natural progressão do desembaraço espiritual de quem quer que seja, ao enriquecimento intelectual, à preciosidade do estilo de vida e à evolução ao esmero civilizacional!
Ao ser demonstrada esta relação, conta mais ainda quando se abarca com a extensão numeral de artigos, ou outras obras, que deram ou dão a ideia da influência que o espetáculo dos touros tem ao longo dos séculos exercido e exerce em Portugal quer nas letras, quer nas artes!
Ademais, a juntar a tudo isto há que estimar o rasgo pessoal dos artistas nos espetáculos, a destreza, a graça, a cor, a elegância e claro, o imenso entusiasmo do quase generalizado público português – ou mesmo do resto mundillo taurino.
Ali não se humilha ninguém, nem os touros tão pouco, o que se vê são crenças: os artistas valem-se da reconhecida arte, estoicismo e inteligência; os touros aproveitam-se da sua natural e intrépida bravura, da manifesta e bizarra natureza, da qual, foram dotados por raça! Bem ditos sejam - Ámen.
Quantos outros exercícios poderão confrontar-se com a brilhante, fantástica, magistral execução dos génios e míticos naquele ofício?!
Suprimir as corridas de touros e as derivadas manifestações populares de rua seria como extinguir a encarnação de um matiz, extirpar um sentimento de raça, castrar uma estirpe com secular crença contemplativa entre o próprio homem e a espiritualidade… seria como varrer a cultura para de baixo do tapete!
A península ibérica e o resto do mundo estão cheios de desordens, tumultos, escândalos, violações, guerras, manipulações e mais tanta incongruência e agora, digam lá: Todas as reuniões tidas com cidadãos dentre este dedicado e piedoso espetáculo taurino com visualização televisiva, cinema ou quaisquer outras imagens são originárias do mal que vem amiúde medrando por este mundo fora, será o nosso espetáculo o motivo das guerras do Vietname, das Coreias, das Asias, das Áfricas incluindo as orientais, da insurreição popular na Venezuela, da ocupação Russa da Crimeia, da fome que graça neste farto planeta, dos ignavos pedófilos, da odiosa criminalidade, dos avanços da droga, dos insustentáveis e corruptos governantes, do insucesso escolar, dos atrasos na educação, da insuficiente saúde pública, mormente pelo desprezo da cultura, da parca incapacidade económica em todo o mundo que não só em Portugal?! Será a classe tauromáquica a culpada pelo aumento de tanta gente esticar-se com uma corda ao pescoço, ou das crianças no Estados Unidos andarem por lá a parvoejarem-se com metralhadoras ou, dos chineses resolverem-se matar às facadas ou então, serão os aficionados aos touros e que também vão ao futebol, os mais frequentes em esquadras de polícia como no caso de um rapaz-pequeno cá no nosso País que só vai à bola e, andou há relativamente pouco tempo a ensaiar uma qualquer cena com armamento bélico, o que é muito mais grave ainda do que costumam fazer com detestáveis e reconhecidas borradas nos estádios! Terá tudo isto alguma coisa a ver com os espetáculos com gado bravo?! Também me parecia que não.
Trabalho com especial dedicação aos incongruentes fundamentalistas antitaurinos.
(Este artigo foi escrito seguindo o critério do novo A.O.)