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Salve António Ribeiro Telles

A lide de seis toiros por um só artista, em concurso de ganadarias, num único espectáculo, é clara manifestação de poderio, auto-confiança, estremecido amor pela Festa e profundo respeito pelo público.
09 de Setembro de 2013 - 11:37h Pensamento por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2738
Salve António Ribeiro Telles

A lide de seis toiros por um só artista, em concurso de ganadarias, num único espectáculo, é clara manifestação de poderio, auto-confiança, estremecido amor pela Festa e profundo respeito pelo público que, com a sua presença, viabiliza economicamente a respectiva realização.

É dado já definitivamente adquirido que o da Torrinha, em ano comemorativo de seis lustros de alternativa, se apresentará na Palha Blanco, na Vila Franca onde nasceu e de que sempre seria filho adoptivo, tal a empatia recíproca de há muito existente e consolidada com as gentes da “Sevilha Portuguesa”, para assim comemorar esse rico detalhe de uma carreira a todos os títulos brilhante.

E uma primeira palavra de saudação e agradecimento é devida à empresa Tauroleve, pela excelência do critério que presidiu à montagem do cartel, na linha, de resto, do que tem sido a sua gestão, longe do estado de graça propiciado pela existência de filhos da terra ribeirinha que foram figuras de toureio, ou mesmo dos irmãos Telles noutra faixa etária, que, todos eles, (José Júlio, Mário Coelho, José Falcão, Vitor Mendes) deram garantias de chamamento de público, para tranquilidade dos empresários desses tempos de oiro.

O gesto de António Ribeiro Telles, que, faz nessa noite exactamente um ano, teve uma actuação estrondosa no confronto com outro génio, de apelido Salgueiro, é de saudar efusivamente, como sempre seria o de qualquer Colega que ao mesmo se prestasse.

Mas há uma razão acrescida para o cumprimento merecido, nos prolegómenos da corrida, antes, pois, das contas finais, que a vindima não acaba com os cestos por lavar.

Ela é a de uma tal jornada demandar um esforço físico mais compatível com outra, menor, idade, sem com isso se ir cair no exemplo mourista dos sete toiros de Santarém, quando o de Monforte acabara de completar tão só dezanove primaveras e meia.

E essa exigência, que António conhece perfeitamente, é a prova provada de que continua toureiro, sabendo bem o que o espera e preparado, assim os oponentes ajudem, a levantar bem alto o estandarte do bom e verdadeiro toureio, à nossa moda, leia-se, sem martingalas de qualquer ordem.

Por outro lado, não ´é a primeira vez que o maestro da Torrinha irá ser senhor de um tal gesto de tourear sem alternantes, tal como a Severa teve um fado.

De facto, nesse mesmo mês de Outubro, mas do agora já distante 1992, Almeirim abriu as suas portas para uma tourada em que um curro de Pinto Barreiros unicamente privou com aquele cavaleiro e com tudo de bom que exorna a sua rica e multifacetada personalidade, seja como se apresenta e actua vestido de toureiro, sem o mínimo de concessões a modas, hábitos sem qualquer justificação, ou quando analisado enquanto equitador, onde se aprende a perceber como eficazes, mas discretas, são as ajudas proporcionadas aos seus colaboradores irracionais, o mesmo se devendo dizer dos terrenos escolhidos, distâncias encontradas, variedade das sortes, também para obviar à monotonia, a essa doença de fácil aparecimento e propagação quando um só artista se apresenta em praça, elegante qb., numa demonstração de toreria como não houve nem há outra igual, nem sequer na, por enquanto, ainda nossa e sempre encantadora ilha da Madeira…

Por fim, a Mãe-Natureza também tem uma palavra a dizer, seja, o ginete ribatejano, perdendo embora o fulgor físico da sua juventude e que está patenteado nos retratos coevos dessa encerrona, o que, agora, deporia contra o desgaste exigido pela jornada a que se propôs, ganhou em experiência e maturidade de temporadas sucessivas e, algumas, muito preenchidas, o que, evidentemente, lhe deve ser creditado na conta-corrente correspondente.

O feito – sabemo-lo de fonte segura e coetânea do acontecimento – vem com um atraso de cinco anos, previsto que então esteve por ocasião das Bodas de Prata.

Não obstante, é sempre tempo, pois as lições da cátedra – nunca é tarde para delas sermos felizes destinatários, em aulas que, desafortunadamente, apenas têm lugar de vez em quando…

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