No geral, 2013, foi um excelente ano taurino, apesar da desfavorável conjuntura económica, o número de corridas realizadas, e as entradas de público foram similares aos anos anteriores. Claro que esta análise, seria mais assertiva, com a análise de dados estatísticos, mas não é esse o objectivo do conteúdo deste texto.
Como em anos anteriores, a festa brava foi vitima do fundamentalismo dos “socialmente corretos”, que continuam a condenar um espetáculo que desconhecem, e que para infelicidade sua, jamais conheceram. Para além destes, a festa dos toiros tem ainda outros, os falsos amigos, aqueles que se dizem profissionais da festa, que têm intervenção direta na festa, mas que pensam apenas no lucro dos espectáculos, aqueles que procuram o aplauso fácil através de números e adornos, sem qualquer respeito pelo toiro. Devemos condená-los, de facto. Mas, abordando-os, estamos a perder o nosso precioso tempo. Portanto, vamos ao essencial, ao relevante.
Em Portugal existem vários exemplos, de como se deve estar, enquanto interveniente, na festa dos toiros. A Palha Blanco, e a empresa Tauroleve, são um exemplo a considerar. Qualquer aficionado minimamente atento percebe que a principal atração numa corrida nesta aficionada praça têm sido os toiros. Na composição dos cartéis estão sempre como personagem principal, toiros de verdade, com apresentação, trapio, idade e principalmente peso adequado, nunca excessivamente pesados, que em nada beneficiam o espetáculo. Os artistas, que temos visto atuar naquela praça merecem justamente pisar aquela arena, como tão bem o fez António Ribeiro Telles na sua encerrona. Mostram assim dignidade, e um enorme respeito pelo toiro, dando-lhe vantagens, cravando com verdade e sem adornos que apenas buscam o aplauso individual, e que nada acrescentam à lide.
Por outro lado, o público que habitualmente frequenta a Palha Blanco, é um público entendido, que sabe ao que vai, não dá veleidades, e não tolera falsos desempenhos, claro que nem sempre tudo é perfeito, porque nos toiros nunca tudo é perfeito, mas mesmo quando tal acontece, e os artistas demonstram vontade e querer, com verdade no toureio, o aplauso surge, e chega a exigir-se uma volta ao toureiro que acha que não a merece, e que inicialmente não a daria.
O aplauso na Palha Blanco não sai tão facilmente como sai em outras praças do País, mas quando sai é mais genuíno, mais sentido, e com certeza para o artista terá outro sabor, porque quanto mais exigente for o público, maior terá que ser a entrega do artista.
Deixo ainda uma palavra a todos os grupos de forcados, que nesta, como em épocas transatas têm sido quem tudo dá à festa sem qualquer retorno em vista, apenas por puro romantismo dão o corpo ao que vier.
À tauroleve, um obrigado pelos carteis de 2013.