Quinta-feira, 31 de Outubro de 2024
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QUE RAÇA É ESSA?

Mesmo diminuído fisicamente lá fui eu direitinho à Herdade da Torrinha, a que tem como proprietário o mestre David Ribeiro Telles, o Cavalheiro e bom Amigo.
14 de Outubro de 2013 - 10:56h Pensamento por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2993
QUE RAÇA É ESSA?

Mesmo diminuído fisicamente lá fui eu direitinho à Herdade da Torrinha, a que tem como proprietário o mestre David Ribeiro Telles, o Cavalheiro e bom Amigo.

Era domingo, dia 15 de setembro e os ponteiros do relógio pisavam as 10,30h., quando me apareceram em casa dois Amigos, Álvaro Coelho e Júlio Pinheiro, são estes, entre outros, daqueles efetivos, dos que quando menos esperamos, lá estão Eles a desafiarem-nos para qualquer coisa mais apelativa e de bom-tom: confortar o estomago; alegrar o coração; ou dar uma forte calentura ao estado de alma! São sempre algumas coisas de equivalente calibre.

Mesmo doente, com Amigos sempre me torno com outro jeito, sou diferente, sinto-me mais novo, mais capaz, mais anos 60 e, embora atravessemos os dois mil anos com mais um trezénio às cavalitas, o que consequentemente me define perante a inconveniente medida arbitrária da duração das coisas – como quem diz, 71 já cá moram - qualquer dia só descobrirei a idade com teste processado de quantificação por via de carbono 14 (C-14) -, e lá fui eu algo inseguro, é certo, meio febril e animicamente débil a caminho da “1ª Festa do Campo” organizada na simpática e bonita propriedade da Torrinha… e que festa! Era já o segundo dia do evento.

Com demarcada amplitude, organização invejável, variedade e supra qualidade de acontecimentos, alegria e, no que diz respeito ao propósito, terá sido impecável a informação no que concerne a agricultura e afins: espetáculos e demostrações tauromáquicas nas várias modalidades; matilhas de cães de caça; espetacular demonstrações de cães de raça irlandesa de pastoreio; promoção de caça propriamente dita, inclusive uma espetacular mostra de falcões; a pecuária terá sido mostrada de um modo muito prestes; standes de ganadarias bravas e coudelarias; valores equestres muito destacados, quartro restaurantes disponíveis e com ótimo visual e, ao que me disseram, agradáveis em qualidade; um snack-bar muito funcional e com umas soberbas sandes de presunto e queijo amanteigado da Serra da Estrela do tipo XXL e a custo low cost; casetas próprias em charcutaria e outras de agressiva doçaria, provas de vinhos, muita música, quiçá com primazia portuguesa, incluindo a folclórica; brindes, muitos brindes. Enfim, uma digna exposição de tudo e para tudo ruralmente necessário, a par da tradicional animação que português até se pela à exaustão!

No stande afeto à “Associação Portuguesa de Criadores de Touros de Lide” encontrei um jovem que eu não lograra conhecer de parte alguma – também não poderei conhecer toda a gente! Mas pouco falta.

Quiçá, por dez minutos, mantivemos uma simpática conversação: o jovem pouco mais ou menos ficou a saber quem eu sou e, eu vim a conhecer um jornalista insular natural da bela Angra do Heroísmo, o qual me disse chamar-se André Cunha. Muito prazer.

O jovem é diretor da recente revista mensal o “5º - Quinto Toiro”, este projeto, é ainda caloiro e, a fazer crer pelo exemplar que tenho entre mãos, sendo de setembro, sustenta o nº. 5; todavia, apresentam-se 62 páginas bem arrumadas, com um aspeto gráfico a encher o olho e aborda a temática taurina com fluência, tendo prevalência na tauromaquia disponível no arquipélago, é bom de ver, a exemplo: a “Tourada à Corda” é contemplada, como não poderia deixar de ser; uma breve resenha sobre a espetacular atividade na presente época do “Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense”; curiosidades várias; crónicas sobre as corridas de touros em praça; entrevistas; a feira taurina da Graciosa; um distinto trabalho sobre recortadores espanhóis que ali atuaram; críticas sobre corridas ou, simplesmente, a tauromaquia canadiana e Californiana e, até as do Continente em que algum artista açoriano intervenha; um interessante e sustentado artigo sobre a sorte de varas; igualmente o cavalo lusitano não fica a perder; mais festas tradicionais e reportagens sobre ganadarias; notícias várias, como também uma muito completa agenda tauromáquica; pósteres; reportagem fotográfica tipo “Caras”… com muitos caretas com aspeto de bons samaritanos; glossário taurino e mais nem sei o quê!

Não, não seria mesmo isto que em princípio eu resolvera escrever mas, como as conversas são como as cerejas, também a escrita poderá sair como as azeitonas - digo eu.

Pretendo mais, é referir que este artigo está a sair com algum privilégio propagandístico – mas não seria o meu sentido, de modo nenhum, só que aquela gente merece e, sabem os queridos leitores porquê? Eu vo-los digo: pelo arrogo e bem assumido crer que disponibilizam à festa. Enquanto no Continente se aposta sobre os confrontos futebolísticos entre “Os Belenenses, Sporting, Benfica ou Porto”, entre Eles o jogo é outro e, o empenho vai para as “Touradas à Corda” e o dinheiro gira em favor, ou contra, o touro número w, x ou y, desta, daquela ou d’aqueloutra ganadaria. A festa é vivida sempre a partir do coração e, com muita paixão.

Nem todos os mais atentos terão bem esclarecidos quanto à realidade tauromáquica terceirense!.. Pois não, sobram em entusiasmo, humildade e pureza taurina, afianço-vos.

Pois eu ainda não referi que o meu intuito para este trabalho, logo de início, terá sido o Editorial assinado pelo diretor André Cunha, trabalho que me há despertado especial e primordial interesse.

Destacar o valor de quem no tem, dos que vivem o touro e se desmarcam dos excessos de protagonismo pessoal em favor da nossa querida e apaixonada festa, dos que fogem sempre a ideias bastardas e procuram afirmar com razoabilidade o habitual senso comum e visível preposição em favor do espetáculo de massas mais português entre todos quantos existem há vários séculos. Esta será uma razão que se me prende ao coração e por isso, não faço nada de mais se exaltando a mais digna solenidade civil e de deleite em hora de paganismo, preenchendo deste modo a maior demonstração de virtudes, honrarias, pureza, estoicismo, alegria defendendo o meu ideal até à exaustão.

Ora leiam algumas passagens do exposto em jeito açoriano, meus queridos:

 

QUE RAÇA É ESSA?

 

(…) Normalmente são corações de pedra, cabeças que não pensam e olhos que não vêm. Atingem sensibilidades que, com falta de conhecimento de causa, acreditam na mensagem transmitida, deturpada tantas e tantas vezes. Dá-se maior importância aos aspetos negativos e os pontos positivos ficam na sombra.

Chegamos a um ponto que tudo faz mal, tudo está errado, tudo é contra a razão. Fanfarrões são os ditos amigos dos animais, mas esses nem são os piores. Cuidado com os extremistas anti, esses sim, autênticos animais ferozes, capazes de tudo para atingir a Festa. Queimam-se livros, há insultos grotescos, ataques pessoais e falta de humanidade, repugnância para com outros seres vivos. Chegam ao ponto de rogar e desejar a morte, ou até mesmo comemorar a partida de alguém que levou uma vida no mundo dos toiros, no seu cantinho e com dignidade.

Por tudo e por nada fazem um alarido. Surgem sítios na internet que fomentam “adversários” da Festa Brava, através de palha publicada e notícias com efeito de rebuçado envenenado. Mais do que criticar uma tradição, insultam todo um povo e uma região, pegam-se com as touradas em portos, touradas depois do sol-posto e até mesmo o “lixo” nos arraiais foi alvo de críticas.

(…) E para terminar, lá fora também se venceu. Parabéns Viana, uma vez mais e contra a vontade do um presidente que teima em afirmar que o seu povo é anti touradas, realizou-se a corrida da liberdade, e constatou-se que esses mesmos munícipes encheram a praça, celebrando a vitória.

 

Agora é a minha vez:

Estou em crer que todos os meus fiéis e incorruptíveis leitoras e leitores, conhecendo a minha velha perseverança contra os detratores da festa e mais propriamente, os fanáticos, extremistas e fundamentalistas enfim, os que exprimem as tendências mais radicais e abominatórias aos quais, procuro dar luta respondendo sempre no mesmo tom em relação ao trato que essa gente nos vem dando – olho por olho, dente por dente!

Mais grave de tudo é que eles vão moendo… moendo… remoendo… remoendo e assim, influenciando os mais fracos de espírito, como quem diz: os professores afetos às esquerdas politiqueiras, os comentadores das diversas estações de rádio e televisão, jornalistas mais dados a reuniões com estigmas doutrinais e de esquisita orientação, os que já foram corridos de todos os lados e ali encontraram um ideal para acostarem a raiva que os possui! Sejam o que forem, eu queria era respeita-los sempre mas, eles não deixam! O que é pena. Só deverá enfiar a carapuça quem achar que tem a cabeça própria e jeitosa para a função.

Que ninguém creia na gentinha que tanto tem dado mostras de arruaça, fervoroso desrespeito e confusa afetação! Mas mesmo assim não lhes deem folga, apertem com eles, não os deixem respirar livremente, que não ganhem folgo. A melhor defesa é o ataque – sempre se disse.

No meu anterior artigo editado aqui no Taurodromo.com e que sustenta o nome “Anti Taurino”, defendi o resultado: Touros 2 – Futebol 0, também disse: e não fica por aqui.

No passado dia 3 outubro último, houve nova transmissão televisiva direta de uma corrida de touros, desta feita no Campo Pequeno, o que deu lugar a mudança de resultado: Touros 3 – Futebol 0. São estes anti taurinos mesmo uns perdedores, Bolas, tenho-lhes pena!

 

Será bom que gostem de animais, também os adoro, tomara eu ter espaço para um cachorro e ensiná-lo a vos farejar à légua e mijar-vos nos pés, uma catatua para os trata com nomes como somente vocês merecem, uma doninha fedorenta para me recordar sempre de vós, um gato para o assanhar quando a vossa aproximação, um touro bravo sentado numa poltrona a tragar um puro e, cismado por haver uns valdevinos não querendo que seja touro e preferindo-o antes como um mero boi de trabalho, um urso para lhes emprestar o nome, um camelo sem aquelas inestéticas protuberâncias na cernelha como vossemecês? Um casal de preguiças para me rir ao vê-lo dar umas quecas e, imaginar o que sois vós enquanto aquela função e mesmo assim, incomodarem-se com o facto de acharem ser grande violência para a fêmea! Será uma forma de maltrato animal! Deverá ser o que pensam.

Devia de ser bem divertido… Isto é que seria um serviço ético-científico bem engendrado!

 

Saudações taurinas.

 

 

(Toda a prosa por mim assinada confere com o acordo ortográfico.)

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