Li, quiçá, há dois pares de semanas ou mais, no site tauromáquico mais ícone entre quantos existem em Portugal, www.taurodromo.com algo com o título: “Tourada tradição sem futuro” escrito por alguém que assina, Miguel Soeiro e, entretanto, editado no jornal “Público” em 17 de outubro de 2013, opinando o seu autor desconsolada apreciações em relação à nossa querida festa!
Nós, crentes e orgulhosos pela história de Portugal continuamos com os nossos desígnios fazendo gentilmente a caravana passar entre vis e sonoras cachorrices manifestadas por uma vergonhosa horda!
«Um homem nada é, quando não for produto da sua terra». Escreveu Anatole France, na sua língua galicizada.
Sabe-se que lidar com touros na península é uma prática bem coeva, nada importa agora para esta minha lógica e consistente razão se foram os romanos, gregos, árabes ou ainda mais tarde, El Cid “o Campeador” ou ainda a realeza e os seus heroicos e nobres cavaleiros, nem tão-pouco me interessa se o Papa, como sendo Pio V, com sentimentos efeminados, pernicioso, pusilânime, prenhe de hipocrisia eperniciosamente acossado pela doutrina inquisitorial viesse meter o bedelho onde não devia! Como antídoto tivemos Gregório XIII que valeu às razões do povo, o mesmo que vocês vêm dizendo que é quem mais ordena! A dar veracidade a esta citação, calem-se… ou não sejais vós uma triste minoria!
Claro que sempre ouve diversos entraves na história, por isso mesmo sustenta esse nome – mas ouve alguma história perfeita? Então, e D. Miguel que mandou todas bulastenias para as ortiga!…
Vamos mas é aos touros, à festa, alegria, abraçarmos os nossos costumes, usar trajes à maneira, saborearmos o que tem de bom a nossa gastronomia, aproveitarmos o indescritível salutar caráter lusitano, sentirmos o alcance da glória e a bem-aventurada liberdade, isto é o que interessa agora: a nossa vida, quem somos, qual o nosso habitat, os nossos costumes, tradições, como nascemos, como fomos criados e com quem, os tempos em que nos foi dada a aprendizagem, o porquê da existência, qual o nosso caráter enfim, defendamos a razão do nosso ser como fazem os outros povos. Não nos rendamos a pequenices, não nos desiludamos com os direitos próprios da cidadania, com os nossos princípios, usos e costumes. Não percamos a necessária ataraxia, deixando de brindar aos céus, de perder a fé ideal e tranquilidade de espírito a que os filósofos estoicos nos reservaram. Não nos privemos da nossa identidade, nem resignemos como tantas raças o fizeram perante quaisquer riscos, por maior laços que nos queiram envolver!
São doentios e misantropos os que se agarram «à galinha da vizinha», «só porque é melhor que a deles»!
Tantos cuidados e aflições com a festa dos touros, porquê? Se está provado ser o espetáculo de maior frequência, sendo verdadeiramente nacional, valido de originalidade, exemplar em maneiras e processos e, coisa bem nossa, por sinal! Hoje já faz muita confusão ir ao futebol… cuidado com o físico! E à praia… olha o arrastão! Descer a Av. Almirante dos Reis… ai a minha carteira… sair para algum entretenimento pela noite… cuidado com o cão! Porém e por Deus, ir aos touros ainda é bem seguro e, muito digno!
Infelizmente ainda temos um problema e sabem os prezados leitores e leitoras qual é? Eu vo-los digo: são os chuchas-pitos, aqueles parasitas do tipo melga de mega calibre que exorbitam há portas das praças de touros e não só, como o caso de todos os que comungam com os mesmos ideais e de infeta parasitogenia!.. Provem-me não serem vós uns meros infelizes protagonistas de lesa-pátria! Façam-se à vida, abram os olhos mu… perdão, o que quero dizer é muchachas!
A dar força a esta afirmação temos a antiguidade do espetáculo tauromáquico, o que nasceu com a evolução dos factos sociais e como sucessão natural e real desses acontecimentos tendo originado sempre a obrigação recorrentemente ao estudodesde o peculiar progresso e da Arte por riquíssimo ser, para mais que, de um modo épico, cultural e de adornáveis episódios o que, desde sempre obrigou ao estudo etiológico por ter marcado espiritualmente, extremosamente e com reconhecida exuberância por parte da nobreza, clero, políticos, cinematográficos, escritores, poetas, cientistas, artistas plásticos, imprensa falada e escrita assim como, todas as outras classes sociais – somente dos extremistas, fundamentalistas, clericalistas e outros resistentes a fenómenos de reconhecida falência urbana, cidadania e da tradicional univalência patriótica é que advém a reles prepotência e vis canhotas razões!
Claro que vocês – eles - já viram e ouviram no cinema, teatro, televisão muitos fados… e canções… e baladas referindo-se estas sempre a tudo o que é festa brava e, nessas gratas manifestações artísticas exalta-se, os trajes de luces, as casacas, as jaquetas de ramagens, os barretes, os cavaleiros, os diestros, os bandarilheiros, os forcados e os touros que sempre estão na berra e até, o “Cavalo russo” e já nem me recordo de quantos equídeos mais mas, de canções e fados que abordem o tema mas, ligado à bicharada há mesmo muito pouco, talvez… a “Abelha maia” o “Camelo com duas bossas”, “Bicho de contas”, “Formiga bossa nova”, “Dei o pau ao gato”, e o “Caracol que é bué fixe” e nem sei que mais”… Curiosamente sobre cães, gatos e ratos de momento não me escorre coisa alguma!
Escreve o Senhor convencido no referido parecer (sic):
«E se alguém nos agarrasse e privasse da nossa liberdade? E se alguém se apoderasse da nossa vida, como seja um mero objeto pessoal, e nos torturasse? E se nos levasse para um ambiente estranho e nos humilhasse, como um corpo sem alma? E se alguém nos matasse, a troco de umas meras palmas, desprovidas de qualquer sentimento de compaixão e piedade? E se nos fizessem isto tudo em nome de uma tradição sanguinária e sem escrúpulos, cujo nome é conhecido por tourada? Tenho mais uma pergunta: gostariam de estar nessa situação? Eu respondo: não!»
Pois é, o que eu constato são suposições, hipóteses, fantasias e demais misantropias! Deste modo nunca passamos disto mas, entro no jogo:
E se eu também lhe perguntasse: E se alguém o levasse para um ambiente estranho ou mesmo para o futebol e, à frente daquela gente toda o humilhasse corporalmente mesmo com alma, gostava que o agarrassem e lhe fizessem um filho?! Pronto, estou a entender que não gostava mas… afinal não gostava de quê… Da pergunta do facto?! Também não importa, era só uma mera suposição. Lá está mais uma suposição!
É só ses… Ora com sangue, ora com violência, ora com torturas… ora com porras que não chegam a coisa nenhuma, nem sequer para chatear mas, dá que pensar: o que acontecerá quando o Hospital Júlio de Matos encerrar as portas?.. É que eles andam por aí, aonde é que iremos encafua-los afim dos tratar e cuidar… coitados! Mesmo assim, sempre faríamos bem melhor do que eles fazem aos cães e gatos que vão encontrando nas ruas!.. Na falta de quem os reclame ou adote, ao fim de seis meses tratam-nos carinhosamente com a eficaz arsénica solução e pronto… já está! São uns queridinhos, os amigos dos animais, os antitaurinos, os zoilos.
Eu confesso que me estou-me marimbando positivamente para todas as hipotiposes aventadas todavia, ligar a televisão ou o rádio, ler o jornal e constar no computador sempre as chacotas das mesmas abantesmas a tratarem-me mal – não só a mim como também há festa que estimo e a quem partilha do meu ideal, obrigo-me assim a sair do normal compromitente porte, arrear as mãos e valer-me dos aparelhos para descarregar uma vigorosa e oportuna parelha de coices! Saio de mim para sentir-me da mesma igualha de V.Exªs., suas alimárias!
Mas regressando à primeira formação das ideias referidas atrás, a nossa gente mostra-se com classe, elevando-se com a preocupação de boas maneira, com distinção, consciência da própria existência, maturidade, consentaneidade, respeito e, por mais, são pessoas bem vestidas, ninguém do nosso meio apresenta aqueles horríveis aspetos cascosos e de notória poltronaria… Não é a nossa gente que aparece às portas das praças de touros com o cós das calças caídas a meio das cuecas, com o rego do traseiro à mostra, mal trajados, esganados e esganiçados a vituperarem todos os incautos livres que por eles passam ou que por ali andam!
Passa-se a vida com conversas disparatadas, subjetividades, fantasias e outras misantropias, assim somente medra a trapaça e a insignificante arruaça! É só arrelias. Sendo eu coerente com a sociedade vigente, não vou para Barrancos com assuadas a ver se me toca o dinheiro das coimas – não viram nem a ponta de um corno. Louvados sejam os deuses!
Não ando por aí a queimar bandeiras portuguesas à porta da Monumental do Campo Pequeno – assim ninguém me privará de liberdade. A meu ver, somente a minha vida correrá riscos se for torturado eventualmente por bandidos e assassinos – mesmo assim tenho dúvidas em ser escolhido para o efeito. Quem fala nisso poderá ter alguns receios… não, não é o meu caso, ninguém me vai humilhar desse modo para mais que tenho alma… os touros é que não têm alma, o que têm é direito à digna manifestação de comportamento, de dar asas à mobilidade própria, gozarem-se da sensibilidade e da índole que os carateriza… de contrário seria como capá-los!
Não se fale em compaixão e piedade como simples palavras vãs, a vida é muito mais complexa do que isso; os humanos, como nos conhecemos no reino mineral, vegetal, animal, ficamos a pensar: vocês com esses critérios mais parecem ter inteligência mineral, alma vegetal e sensibilidade do género animal - o mesmo que é próprio do ser material em oposição ao que pertence ao ser espiritual aliás, como os touros bravos! Envergonhem-se vocês mas é, por serem diferentes da esmagadora e orgulhosa maioria nacional – independentemente do estado de alma a que nós temos consequentemente sido sujeitos a sofrimento físico, moral e racional por uma criteriosa e minguada política imposta à nossa sofrida Nação!
Há animais e animaizinhos… há pessoas e gajinhos… há fulanos, beltranos e fulaninhos… e vós, que creem em descritas suposições de ridícula inconveniência, de sectárias prosápias e de sentidas falácias, como pretendem que nós pensemos de vós?
Agora a si, introspetiva criatura que limita-se a alguma ironia de fraca expressão nas linhas a que se nos referiu e que, pretende dar um ar de sua graça todavia, não terá sido nada feliz, não tem pedalada para isso, desnudou-se ingenuamente quanto a certezas de convicção, deixou-se descobrir como mais um apanhado da rede dos vitimados e subjugados pelas medonhas e usuais redes mestras e especializadas enquanto recrutadoras com fins de supostas manigâncias de lavagem ao cérebro! Bom, também me parece pela sua escrita que está a fazer um recado àquela gentalha e que, não passa de um pau mandado! O que dirão os seus colegas, namorada ou até uma possível e incauta jovem esposa?
Vá lá, deixe-se dessa coisa, seja de facto amigo dos animais – como eu – mas não entre nesses mesquinhos jogos de pardais!
Eu identifico-me com o maior dos à-vontades perante todos vós: chamo-me Jesus Lourenço, sou crítico taurino e dou a cara, não me escondo por trás de blogues, de nomes de instituições, de cartas anónimas, nem sequer mando recados por alguém, não me tapo por trás de tabiques ou outras barreiras!
Já respondi, muitas vezes, sobre o eventual sofrimento animal catalogado por vós às supostas barbaridades e mais adjetivos que sempre pretendeis ejacular na opinião pública em desfavor da grande realidade, como é a festa brava – é o vira o disco e toca o mesmo - no entanto, não lhes dou confiança para mais explicações: neste mesmo site, cliquem na barra acima em ”Pensamentos” e vão encontrar os meus artigos mas, tem lá muitos mais, poder-se-ão desse modo ir entretendo.
Particularmente, a si, digo: tenho pena por não aproveitar algo mais do que fazer estas figuras, a de se pôr a escrever baboseiras… no mínimo faça-o melhor… e não desista de ser português e de se orgulhar da história da sua bela Pátria – com touradas, futebol, cães, gatos, catatuas e mais o que seja!
(O novo acordo ortográfico é absolutamente respeitado nesta prosa.)