Terá sido com surpresa que li no portal taurino português, no passado dia 27 de maio, em www.taurodromo.com, uma sarnosa dissertação dirigida à festa de touros e titulada, “Touradas: perversa perseguição espanhola”, editada no americano “The Boston Glob” no entanto, alcunhada à portuguesa!
«Os fiéis e prezados leitores poderão dar conta desse mal-intencionado artigo no portal acima referido, ao clicarem em “Notícias”.»
Os aficionados aos touros, em Portugal, na generalidade, sabem que, ao longo da vida, quão acérrimo tenho sido defensor da nossa querida festa! Não é novidade alguma.
O editorial naquele importante órgão informativo americano des/considerou o nosso histórico e cultural espetáculo de um modo absolutamente acintoso, deselegante e leviano, senão vejamos:
Primeiro que tudo, estou em crer, que o artigo parece ter o cunho de alguém com alguma afetividade à nossa língua e, refiro isto, pelo título: “Touradas: perversa perseguição espanhola”! A palavra “touradas” é bem portuguesa mas, o artista, ao que parece, pretendeu mais diretamente atingir o conceito da corrida integral à espanhola ou, será que aos dois?!
Importa saber sim, que os amantes do toureio mundial, que leram, sentiram-se plangentes no seu mais nobre conjunto do estado de consciência sensitivo comum ao direito à razão de ser e, de estar na vida!
Primeiro que mais, os espanhóis não utilizam o termo “tourada” e os portugueses, nunca o deveriam considerar quando pretenderem referir “corrida de touros”. Ponto assente!
Tourada é uma largada de touros nas ruas, ou qualquer outro género com caráter popular com gado bravo ou, mesmo em manada no campo de resto, uma corrida de touros na seu mais virtuoso princípio, seja à espanhola ou à portuguesa é arte e, naturalmente um espetáculo de excelsa integridade.
Tourada será a chacota que o jornalista americano ensaiou mas, nós, crentes em Deus, aos touros, ao direito à independência e à razão consideramos isso como algo ascoroso e, próprio de gente insignificante!
Mas afinal quem pediu a opinião àquela gentalha?!
Então, aqueles cretinos e parasitas estão-se a meter connosco porque matamos touros para os comer, para lhe aproveitarmos os couros para os sapatos, os cornos para farinha, a bravura para o sustento das Santas Casas de Misericórdias” proprietárias da grande maioria das praças de touros, porque criamos postos de trabalho e defendemos a Arte e Cultura!
Atrevem-se os calhordas de desrespeitarem-nos pela simples razão de preservarmos uma raça do reino animal de nobre e elevada pureza de género!
Então, quem vilmente e selvaticamente viveu desbastando e arrasando os ursos em empreitada, bisontes a parvoejar e índios à vara-larga – vá lá… ao menos, a estes últimos não os comeram, como nós fazemos aos touros!
Resolvam lá vocês, o imbróglio de Quantánamo, que nós solucionamos os nossos problemas.
Quem se convenciona cobardemente com o negócio das armas, incluindo a venda às crianças para matarem colegas de escola!
Quem continua a esburacar – enormemente - o buraco negro sem o menor respeito pela pureza e sanidade global!
Quem professa a pena de morte, quando nós, portugueses, a abolimos para os crimes políticos em 1852 e crimes gerais 1867.
Deixem-se lá ficar com o vosso gado rachado da P.E.T.A. o mesmo, que volta e meia exportam para as festas de San Fermín, em Pamplona mas, não mandem mais até porque, Espanha tem vacas próprias e adequadas para os encerros.
Gananciem-se com o petróleo dos outros mas, deixem-nos em paz com a nossa invejável existência, com a nossa distinta realidade, com os nossos problemas, com a certeza da velha história, com os nossos usos e tradições - deem-nos espaço, larguem-nos a carcela das calças de uma vez por todas!.. Desemparem-nos a loja.
Para quem achar por bem insurgir-se, eis: http://www.bostonglob.com
(Prosa escrita seguindo as regras do novo acordo ortográfico.)