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Crise Política, Económica e Social, nos Touros!

Esta semana a não perder no Taurodromo.com, mais um excelente texto de Jesus Lourenço.
10 de Junho de 2013 - 16:10h Pensamento por: - Fonte: - Visto: 2118
Crise Política, Económica e Social, nos Touros!

É indubitável que a afición nacional vem crescendo de dia em dia, deitando assim por terra qualquer pusilânime afirmação proveniente de pseudos-detratores, como é o caso dos usuais extremistas, dirigentes dessas associações defensoras de animais e que, com melindrabilidade vêm pretendendo incomodar a nossa virtuosa sociedade tauromáquica.

Poderá dizer-se, salvo justas exceções, que os portugueses são livres para ir aonde quer que seja: futebol, luta-livre, fado, cinema, manifestações, e outras confusões, podem usar cravos encarnados na lapela, emblemas do Benfica, Sporting, Porto porém, o que não devem mesmo é bater palmas à cremnofobia de Pinto da Costa, à aparente caquexia de Mário Soares ou então, à turbidez dos infames detratores das corridas de touros – o que é, sem dúvida, o maior espetáculo de massas genuinamente português. 

Touros, é igual a cultura. Certo?

De facto, é notória a crise política, económica e social que nos apoquenta já há tempo demasiado porém, em termos taurinos e de um modo mais efetivo, somente se vem notando nas bilheteiras, porquanto, em quaisquer estimativas é fácil deduzir que o número de espetáculos tem vindo a mais – havendo neste último par de anos uma pequena diminuição, de facto!

Antigamente, nos meus anos de forcado havia muito menos corridas e, estas pela província limitavam-se a datas das feiras ou festas. A empresa “Pena & Silva” nas épocas em que eu pegava touros administrava cerca de 20 praças neste nosso país, e a seguir no tempo, a empresa do “Campo Pequeno” com Manuel dos Santos e, de novo com Américo Pena chegaram a 24, se não estou em erro. Convém aqui recordar que todas eram praças de touros fixas em terras com feiras ou outras manifestações de cariz absolutamente popular – em 1966 foi criada e engenhosamente construída pelo grande profissional de serralharia estabelecido em Vila Franca de Xira, Francisco Serrano, a primeira praça de touros desmontável a circular em Portugal! 

Depois, havia os tauródromos de primeira categoria que davam mais espetáculos, como no caso do Campo Pequeno, Vila Franca, Santarém, etc.

Agora, há “touradas” - perdoem-me o termo - em tudo o que é sítio: Freixo-de-Espada-à-Cinta, Vila Nova de Foz Côa, Garvão, Aldeia da Venda, Pinhal Novo, São Marcos da Ataboeira, Cotovios, Alcáçovas, Samouco e por aí a fora! Há corridas enquanto feiras, arraiais, romarias, workshops e não sei se concursos de pesca, torneios de chinquilho, sueca e de coisa nenhuma, aos fins-de-semana, de noite, de dia e quaisquer outros dias, a horas de tudo e de nada!

Claro que estou a ironizar - eu até acho bem que os touros vão ao encontro das pessoas e que, estas se cultivem e ponderem no que diz respeito à cultura tauromáquica, o que sempre será bem melhor do que ir à bola onde não se pode tomar uma cerveja sossegado mas… poder-nos-emos sujeitar a maus tratos! 

Usufruir de um são convívio, abraçar, conviver enfim, rever Amigos, haverá algo mais fraternal do que isto? Não me parece.

Também não vejo, que ao pretenderem acabar com uma nobre raça de animais, como o touro bravo, seja pretensão de alguém com a mioleira arrumada, que arrebanhe bem o gado todo ou, simplesmente na posse dos seus sentidos cerebrais alinhados no seu conjunto, com verdadeira perceção e orientação designativa às necessárias cautelas de razoabilidade, consciência facultativa em compreender os valores sensoriais do homem e, de modo, a destrinçar com consciência, com faculdade de raciocínio, com justiça, com argumentos de justificada fundamentalidade em relação ao mundo animal!

Também eu respeito e considero muito o gado bravo e, no entanto, não vejo que o tratar mal os humanos em favor dos bichinhos sejam propósitos dignos de virtude! Todo o animal que Deus criou deverá ser respeitado enquanto a sua natureza mas, também considerado como animal e, nunca considerando a sua identidade a par da vida humana.

Eu próprio, vivo numa casa com porta virada para um jardim público, o que se distancia a menos de dois metros, pois então, é vê-los, aos bichinhos, a entrarem por baixo da porta e eu, estando em casa, a devolve-los à sua origem, são: joaninhas, bichos cafés e de contas, grilos, cigarras, etc. – curiosamente com formigueiros à porta a casa não é habitualmente evadida por aqueles inoportunos formicídeos mas, se fosse, não teria outro jeito senão enveredar pela sua exterminação aliás, o que costumo fazer a tudo o que tem asas e, igualmente, me entram pala casa dentro sem respeito pelo proprietário ou qualquer cerimónia! Pois é, só em última circunstância matarei algum ser vivo, nem mesmo dos outros tais que, reconhecidamente, estão cá a mais, no entanto, confesso, que por vezes lhes desejo uma bruta caganeira!..   

Pois é, atendendo aos factos atuais, às vigentes circunstâncias económicas, políticas e sociais, cá para mim, há corridas de touros a mais!

 

(Prosa escrita em cumprimento do novo acordo ortográfico.)   

 

 

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