“A leitura é como o toureio, uma vez lido esse parágrafo que nos agita o estômago, nos eriça a pele, nos faz sentir o gosto a amêndoa torrada e nos faz levantar o olhar como querendo tocar o que sentimos nesse momento, esse gosto nunca mais nos abandonará.”
Estas palavras escritas por Carlos Ruíz Villasuso num semanário do país vizinho, convidam uma vez mais á reflexão sobre aquilo a que muitos já chamaram “ a geração virtual”.
Curiosamente, na foto que ilustra este excelente texto, pode ver-se Julian López “El July”, sentado no estribo de um ruedo qualquer, com o capote a seu lado, manipulando com os dedos ums “maquinita de pensar”.
Sem querer pelagiar o autor, não resisto a transmitir algumas das ideias contidas neste artigo.
Diz-nos o autor, aquilo que todos constatámos já, ou seja que as novas gerações para além de não terem hábitos de leitura e de escrita, utilizam essas novas formas de comunicar em linguagens codificadas, fechando-se num quarto de apartamento para em termos mais ou menos corteses, falarem com outros que não conhecem e a quem chamam amigos e de quem recebem “ícones” de sorrisos, como se um “ícone” de um sorriso pudesse substituir um verdadeiro sorriso ou essa linguagem substitua uma palavra escutada ou essa clausura substitua o convívio social com os jovens e os menos jovens.
A poesia e a literatura, são datas que é necessário decorar e, um toiro é sinónimo de “maltrato”.
Essas máquinas que utilizam e envelhecem rapidamente por forma a engrossar os cofres das multi-nacionais que as produzem e que estas assassinam a uma velocidade estonteante, matam os livros a leitura e a sensibilidade humana, ao ponto de que quando inventarem um “ícone” para o orgasmo, as pessoas que o vão receber, podem acreditar que um orgasmo é isso mesmo: um “ícone”.
Dá-nos de facto que pensar estes comentários do autor e está de parabéns pela forma simples e directa como o faz no seu artigo.
Fonte:C. L. Villasuso