Por qué lloró Morante?
A razão cabe apenas ao homem e ao céu.
Esses lamentos inconfundíveis, próprios do ser humano, chamam a alma de um qualquer, são profundos, levam-nos a pensar e a reflectir.
No recanto mais profundo das razões, por vezes confusas e complexas, estão rabiscos de sangue, saudade, palavras de fé e pensamentos dispersos.
Por certo que para “ uno“ que terá uma das mais distintas e bonitas “ tareas” do universo, brincando em cada “ faena” com a estética, o valor, a arte, a coragem e infalivelmente a vida e a morte, isso fá-lo agigantar-se quase sempre perante todos, até mais não poder ser.
Lembrar-se-á do repouso dos “ fallecidos“ que descansam em S. Fernando, das rosas nascidas entretanto no túmulo de Juan Belmonte, do ataúde levado ao alto de Joselito “ El Gallo “ e do seu irmão Rafael, da morte de Francisco “gitatillo de triana“ e, todos aqueles que alcançaram o inatingível: “a glória”.
E ao mesmo tempo que a imagem da “Virgem Esperança de Macarena “, lhe acena com o seu “pañuelo” e o “ mira “, este contempla as suas lágrimas, fá-lo cair na realidade perdida da sua reflexão pela vida de toureiro.
Esse pranto, será pelos pobres, pelos “ islados “ pelos “ aprisionados “, pelos “ llenos de desgracia y hambre”, por “ los olvidados“, “ por la madre que ha perdido a su hijo “, por quem?
Derrama lágrimas por aqueles que tanto colaboraram com ele, vultos negros de hastes rijas, dando-lhe lides perfeitas, deixando-o “pelear” e que oferecendo o seu corpo ao “estoque“, lhe brindam triunfos que o transportaram ao o lugar mais alto.
E nesse lugar, “a menudo“ repousando, olhando pausadamente “La florida“, contemplando tudo o que o rodeia, chorou mais uma vez.
Talvez tenha chorado, porque no fundo, será um homem igual “ a todos los demás “.