“Cuando el ruedo se cubre de seda”
José Maria, adivinhava o dia que se seguiria, o de devoção a Maria Mãe, tal qual lembra seu nome, oferecendo a todos e ao céu, uma lide quase sonhada.
Cobrindo com a sua arte e baile a arena de Sevilha, desenrola com a maestria de um comandante de orquestra, uma “faena” a “Arrojado”. Com um público muito atento, este levanta-se de felicidade de ver tourear tão bem, José marca um compasso emocionado, o compasso da arte, beleza e do êxito.
Como se “o suelo estubiera cubierto de seda”, com suavidade, deixando a sua muleta escorregar, fez carícias sem parar, ao som de uma música que ornamenta a festa.
Em câmara lenta, levou sorrisos aos que cravavam os seus olhos nas hélices desenhadas pelo capote e pela muleta, como se de ramos floridos ornamentados de cor e perfume se tratasse.
O seu conceito e inspiração, bem interpretado e desenhado no “ruedo”, José Maria Manzanares, com o seu toureiomaduro, esclarecido, deu nova vida a “Arrojado”.
Saiu como se fora um Deus, levantado pelo andor humano, até ao céu e à quase eterna memória de uma tarde de Sevilha.
Perguntar-lhe o que sentiria, não valeria a pena, pois provavelmente só Deus o poderia explicar.