O cavaleiro Rui Salvador, que esta quinta-feira toureia em Lisboa a corrida de encerramento da temporada de 2017, considera ter tido, ao longo da sua carreira de mais de trinta anos, “um público verdadeiramente fiel, sobretudo no Campo Pequeno, praça onde tomei a Alternativa há 33 anos.”
Rui recorda que a sua geração de cavaleiros “foi extremamente competitiva, competição essa que ainda se mantem nos dias de hoje, agora sem a irreverência da adolescência, mas com a maturidade que os anos nos legaram”.
Ao longo da sua actividade como cavaleiro tauromáquico, Rui Salvador utilizou mais de 250 cavalos. “Adapto-me a qualquer tipo de cavalo e procuro maximizar as suas qualidades, valorizá-las. Exijo que um cavalo tenha, inatas, a força e a agilidade aliadas a uma certa valentia que eu poderia designar como ‘ter coração’. Se o cavalo cumprir com estes três requisitos, cá estarei eu para os levar até onde o cavalo for capaz”, refere.
Recorda com uma certa nostalgia o “Tango” de ferro Pinto Barreiros, que veio ainda dos seus tempos de amador, o “Crufta”, que comprou ao seu padrinho de Alternativa, José Mestre Batista, “um quase Puro Sangue Inglês, com ferro Vacas de Carvalho, o “Napoleão” e a “Ratona”, sem ferro mas que se sabia serem ‘Núncio’ e mais, filhos do ‘Temporal’…mas não posso esquecer o ‘Atlas’, ferro Veríssimo e o ‘Importante’, um cavalo cruzado com ferro da Companhia das Lezírias”
A sua longa carreira nas arenas não lhe fez diminuir nem a ambição nem o espírito competitivo e, apesar de considerar que a temporada de 2017 lhe tem corrido bem, reforça querer “sempre mais”.
Para Rui Salvador “é sempre uma honra e uma responsabilidade imensa participar numa corrida como a de 12 de Outubro. Provoca-me um nervoso miudinho que é difícil de explicar. O Campo Pequeno é a primeira praça do país e tudo o que aqui se passa repercute positiva ou negativamente nas nossas carreiras”. E acrescenta: “Esta corrida tem, à partida, um ambiente extraordinário, por ser de gala à antiga portuguesa. É desde logo a corrida que todos ambicionamos tourear”.
Na corrida de dia 12, actuam, além de Rui Salvador, os cavaleiros Rui Fernandes, João Moura Caetano, Manuel Ribeiro Telles Bastos, João Moura Júnior e Luís Rouxinol Júnior, bem como os grupos de forcados amadores de Évora e de Vila Franca de Xira, sendo lidados seis imponentes toiros da ganadaria Passanha.