O cavaleiro Rui Fernandes actua dia 12, no Campo Pequeno, na corrida de Gala à Antiga Portuguesa, facto que ocorre pela primeira vez na sua carreira que leva já 19 anos de profissionalismo.
“Sempre ambicionei tourear esta corrida, mas apesar dos meus 19 anos de alternativa, tal ainda não tinha sido possível. Sucederá agora. Estou muitíssimo satisfeito, pois era um dos meus objectvos pessoais para este ano e vou concretizá-lo”, refere.
Rui Fernandes alternará com Rui Salvador, João Moura Caetano, Manuel Ribeiro Telles Bastos, João Moura Júnio e Luís Rouxinol Júnior, na lide de seis toiros da ganadaria Passanha, que serão pegados pelos grupos de forcados amadores de Évora e de Vila Franca de Xira.
Prima pela selectividade nas suas actuações. “As minhas temporadas, tanto em Portugal como em Espanha, são pequenas. Actuo num número reduzido de espectáculos, ou seja, actuo naquelas praças onde considero reunidas as condições exigidas pela minha dignidade artística. Este ano voltei a tourear em França, em Mont-de-Marsans e foi uma corrida que me deu um prazer especial, pois a tauromaquia, naquele país, está num momento muito positivo”.
Quanto a cavalos, diz continuar à procura do “tal cavalo ideal, o tal que ainda não existe senão no nosso desejo e em busca do qual andamos uma vida inteira. Os meus cavalos têm de reunir algumas condições que considero básicas do ponto de vista funcional: Tem de ser elástico, ter coração para pisar os terrenos do toiro e ter o que na gíria chamamos de ‘boa cabeça’, ou seja, ser dócil e saber aguentar a pressão que significa estar numa praça com cinco ou seis mil espectadores e em frente a um toiro, saber tolerar a perna do cavaleiro e ao mesmo tempo sentir-lhe o bater do coração”. E recorda um aforismo popular que, frequenteente, aplica aos cavalos: “mais vale quem quer do que quem pode”, pretendendo com isto significar que “há cavalos com menos força que conseguem, pela habilidade natural para o toureio, superar essa desvantagem”.
Rui Fernandes tem, igualmente, uma vincada preocupação estética quando escolhe um cavalo. “O cavalo te de transmitir a sua beleza natural ao espectador. Eu diria mesmo, o cavalo tem de exibir em praça um certo ‘sex-appeal”.
Sentindo-se num momento de grande realização pessoal e profissional, Rui Fernandes considera mesmo estar “num dos melhores momentos” da sua carreira, fruto da experiência adquirida e acentua: “Mantenho a mesma paixão pelo toureio que tinha nos tempos em que comecei. Sinto que tenho ainda muito para fazer”.