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SANJOANINAS - Esforço e mérito dos toureiros em intensa corrida a pé

O vento e as complicações de vários dos oito toiros que saíram à arena obrigaram a um meritório esforço dos quatro toureiros que hoje fizeram o paseíllo no último festejo das Sanjoaninas.
29 de Junho de 2015 - 10:32h Notícia por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 1686
SANJOANINAS - Esforço e mérito dos toureiros em intensa corrida a pé

ESFORÇO E MÉRITO DOS TOUREIROS NUMA LONGA E INTENSA CORRIDA A PÉ

 

-O francês Juan Leal, que deu três voltas à arena, saiu em ombros dapraça.

-Magistral lição lidadora de Diego Urdiales, empenho de Fortes e bom gosto de Dias gomes.

-Os três toiros de Jandilla manifestaram a necessidade e lógica da sorte de varas.

 

O vento e as complicações de vários dos oito toiros que saíram à arena obrigaram a um meritório esforço dos quatro toureiros que hoje fizeram o paseíllo no último festejo das Sanjoaninas.

 

E foi assim que nesta intensa corrida a pé, especialmente com os fortes novilhos-toiros de Jandilla, se colocou o manifesto da necessidade e o sentido de que a lide se realize com sorte de varas incluída para que o toureio possa aflorar com maior fluidez e dimensão.

 

O triunfador desta interessante tarde foi o francês Juan Leal, que pelo segundo ano consecutivo conseguiu dar três voltas à arena e sair aosombros do coso de Angra do Heroísmo depois de provocar as maioresovações com o seu toureio de proximidades e alardes de valor.

 

Conhecedor da psicología do público terceirense, o diestro gaulês já se tinha arrimado com o seu primeiro de Botelho, um novilho sem classe que não permitiu brilhar em excesso. Mas foi com o bravo e repetidor sétimo de Jandilla quando mais e melhor se conectou com os tendidos.

 

Depois de receber “Impagado” com uma apurada larga à porta gaiola e uma série de lances de joelhos, Leal foi colhido de forma aparatosa ao rematar, também de joelhos em terra, um vistoso quite por zapopinas. Ileso do acidente, e depois de um emotivo e acidentado tercio de bandarilhas dos sulbalternos locais, o francês fez ao bravo e codicioso toiro de Jandilla uma faena longa, por vezes prejudicado pelo vento, que teve o seu maior eco no tramo final de circulares e alardes em curta distância.

 

A faena de maior mérito da corrida foi a que Diego Urdiales fez ao quinto, um Jandilla violento e com poder que teria necessitado de pelo menos um forte puyazo. Assim que o toureiro riojano, apoiado pela brega do seu bandarilheiro El Víctor, teve que tirar do oficio e determinação para reduzir as forças do animal numa obra trabalhada com duas partes muito bem diferenciadas.

 

A primeira resultou toda uma lição lidadora, pois Urdiales empregou-se com doblones efectivos e de uma toureria eterna, às vezes toureando sobre as pernas, para ir ganhando a acção e a vontade ao animal, submetendo as forças que as varas deveriam ter reduzido.

 

Uma vez vencido o inimigo, que de imediato se colocou na defensiva, o toureiro de Arnedo executou varias séries de derechazos de saborosa profundidade até que o de Jandilla rachou-se por completo. Com o toiro de Botelho que abriu praça, o espanhol já tinha deixado muletazos com as duas mãos de muito temple e suavidade, medindo sempre a escassa raça do animal.

 

O malaguenho Jiménez Fortes sorteou o lote mais desluzido da tarde. O seu primeiro parou-se e veio a menos depois de o voltear e provocar um leve puntazo, uma vez que o toureiro ficou a descoberto pelo vento. E o de Jandilla que saiu em sexto lugar, sem outro necessário puyazo, manteve uma mobilidade desclassada e pegajosa. Com ambos Fortes colocou identifca firmeza e empenho, mas sem obter suficiente recompensa ao esforço.

 

Em substituição, Manuel Dias Gomes, apresentava-se na corrida como matador de alternativa em Portugal. Corresponderam-lhe dois toiros com nobreza e qualidade que lhe permitiram mostrar a sua intenção de fazer toureio de bom gosto.

 

A mais redondeada das duas faenas do flamante matador portugués foi a que fez ao quarto novilho de Botelho, que galopou com entrega e sôm, tanto ao seu capote, com o que Gomes destacou toda a tarde em quites, como a sua muleta, com a que toureou com relaxe e boas maneiras, sem maiores exigencias. Com idêntica qualidade, e menor dimensão, esteve também com o manejável exemplar que fechou esta longa e intensa tarde de toureio a pé na capital taurina do Atlântico.

 

FICHA DO FESTEJO:

Praça de toiros de Angra do Heroísmo (Ilha Terceira, Açores), domingo 28 de junho. Terceiro e último festejo da feira de Sanjoaninas. Corrida a pé, à portuguesa.

 

Ganaderia:

Cinco novilhos-toiros da divisa açoriana de Rego Botelho, de origen Jandilla, e três de ferro Jandilla (5º, 6º e 7º), de correcta presença e pouco ofensivos de cabeça. De jogo dispar, entre todos destacou-se pela sua bravura e entrega o 7º, de Jandilla, assim como os lidados em 4º e 8º lugar, nobres e de maior classe. O resto dos de Botelho tiveram pouca raça e os outros dois de Jandilla demonstraram dureza e complicações.

 

Toureiros:

Diego Urdiales (fucsia e ouro): Volta à arena e ovação

Jiménez Fortes (baunilha e ouro com remates negros): volta à arena e ovação

Juan Leal (nazareno e ouro): volta à arena e duas voltas à arena, com saída a ombros.

Manuel Dias Gomes (azul turquesa e ouro): volta à arena em ambos.

 

Boa brega dos subalternos espanhóis Juan Carlos García e El Víctor. Com as bandarilhas destacaram-se os locais Açoriano e Gonçalo Toste, que foram ovacionados no 7º.

Dois terços de entrada nos tendidos da praça, numa tarde nublada e muito ventosa, com chuvas fortes nas horas que antecederam a corrida.

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