As prestigiadas ganadarias Pinto Barreiros, Murteira Grave e António Charrua são as que vão fornecer a “matéria-prima” para o sensacional mano-a-mano entre os cavaleiros João Moura Jr. e João Ribeiro Telles Jr. que terá lugar no Campo Pequeno, a 3 de Setembro, onde serão lidados dois toiros de cada uma.
Do ponto de vista histórico, qualquer delas tem na sua origem o encaste Parladé que, desde os alvores do século XX tanto influenciou a evolução do toiro de lide em Espanha e Portugal
No que vai da temporada de 2015, “Pinto Barreiros”, “Grave” e “Charrua” registam já assinaláveis triunfos, traduzidos não só em chamadas à arena dos respectivos representantes, como no regresso ao campo de alguns dos exemplares lidados, que aguardam a sua vez de padrear.
Joaquim Alves de Andrade, proprietário da ganadaria Pinto Barreiros, refere a qualidade dos toiros enviados para o Cartaxo, em Junho, e para Idanha-a-Nova, a 31 de Julho Transmitida pela RTP), salientando o facto de o toiro 341 lidado no Cartaxo, ter regressado ao Campo.
Joaquim Grave (Murteira Grave) confessa a satisfação pelo comportamento da sua ganadaria, nas corridas lidadas em Reguengos, Santarém e Campo Pequeno, sublinhado contudo, como o maior triunfo, o obtido no dia 17 de Agosto e Coruche. “Até agora aproveitei dois toiros para sementais, um de Reguengos e outro de Coruche e só não aproveitei mais devido à extrema exigência de critérios com que faço a gestão da minha ganadaria”.
Gustavo Charrua (António Charrua) refere também o bom momento da sua ganadaria e destaca o curro de toiros lidado em São Manços, no início da temporada, do qual aproveitou também um toiro para semental.
Três ganadarias com características diferentes, apesar do tronco comum e três ganaderos confiantes em que os toiros que vão mandar para o Campo Pequeno reúnem todas as condições para proporcionarem um grande espectáculo de arte e emoção. “Desejo que seja uma grande noite de toiros” diz Joaquim Alves de Andrade, enquanto Joaquim Grave espera que “os toiros de 3 de Setembro venham na linha do que tem sido o comportamento da ganadaria e proporcionem bons triunfos a cavaleiros e forcados, pois o triunfo deles será também o meu” e, por seu turno, Gustavo Charrua vaticina haver “matéria-prima para um grande êxito artístico”.
Quanto aos grupos de forcados, os três ganaderos são unânimes em destacar a história de ambos e o facto de várias gerações da mesma família de forcados terem passado pelos dois grupos, considerado-os como “referências inquestionáveis na arte de pegar toiros”. Esperam também que essa rivalidade sã, mas aguerrida entre os dois grupos, esteja mais uma vez patente na arena.
Quanto ao mano-a-mano entre João Moura Jr. e João Ribeiro Telles Jr., Joaquim Alves de Andrade considera serem “os dois cavaleiros que, neste momento, mais interesse despertam para o público e para o aficionado”, acrescentando que este mano-a-mano vem no momento exacto e no local certo: O Campo Pequeno”. Por seu turno, Joaquim Grave relembra que Joao Moura Jr. “vem ‘arreando forte’ como se diz na gíria, desde o início da temporada, ao passo que João Ribeiro Telles Jr tem vindo a recuperar terreno, pelo que este confronto artístico vem no melhor momento e, ‘para a questão sair a limpo’ nada melhor que no cenário do Campo Pequeno”. Por seu turno, Gustavo Charrua confia na experiência dos dois cavaleiros para tirarem o melhor partido dos respectivos lotes de toiros e salienta o “óptimo momento artístico de cada um deles, o qual justifica inteiramente este mano-a-mano”.