A notícia foi avançada pela TSF que adiantou que mais de 2000 animais foram entregues para abate. A Associação Portuguesa do Cavalo Puro Sangue Lusitano (APSL), confirma que há animais entregues ao matadouro mas desmente o total avançado pela estação de rádio.
"É uma das raças de cavalos mais famosa do mundo, mas até o cavalo puro sangue lusitano está a ser vítima da crise. Por norma, um animal destes custa caro, mas a Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano confirma à TSF que já há muitos animais destes a ir para o matadouro.
O presidente, Luís Vinhas, sublinha que quem os manda abater não o faz de «animo leve, mas a alternativa é pior, ou seja, mantê-los e não lhes dar de comer. Neste momento, há uma série de criadores que por causa da crise e porque não os conseguem escoar preferem fazer uma selecção e mandar abater alguns dos animais».
Luís Vinhas acrescenta que abater um cavalo é um desgosto, mas com a crise é preciso fazer escolhas e abrir mão daqueles que não têm comprador. O problema, refere, é o que fazer com os «cavalos relativamente normais que não são uma espécie de Cristiano Ronaldo».
Um cavalo puro sangue lusitano é, por norma, muito caro, mas quando vai para o matadouro o preço cai drasticamente.
O presidente da associação de criadores sublinha que «um cavalo vale pela sua capacidade de ser montado, pelo prazer que proporciona e habilidades que consegue fazer. Se é para ser vendido ao quilo, é muito mais barato, não é negócio... É como se fosse uma vaca... Um cavalo em condições normais vale muito mais do que a carne que lá está».
Para preservar os genes dos seus animais, muitos criadores fazem questão que o cavalo, vendido a um preço muito mais baixo do que o normal, acaba mesmo no talho e não nas mãos de quem o quer montar ou revender.
Os números enviados à TSF pelo Ministério da Agricultura revelam que até ao inicio de Dezembro foram abatidos 2.803 cavalos, quatro vezes mais do que no ano passado (um aumento de 312%). Não se sabe quantos destes animais são da raça puro sangue lusitano.
O presidente da Associação de Produtores de Leite e Carne está convencido que muitos destes cavalos são puro sangue lusitano e conta que vários são levados para matadouros do Norte.
José Campos Oliveira sublinha que a situação está muito complicada para os criadores: «nao conseguem vender os cavalos, os custos de alimentação são bastante elevados e a única via que vêem é abater animais porque há coudelarias com centenas de animais».
Muita desta carne de cavalo é exportada, mas outra é vendida em talhos nacionais onde as vendas não param de aumentar.
À TSF, Jacinto Bento, presidente da Associação dos Comerciantes de Carne, admite que há cada vez mais procura e venda de carne de cavalo, sobretudo na zona de Lisboa, e a origem da carne, mais barata que a vaca, é toda portuguesa."
in TSF
A revista Equitação contactou a APSL que adiantou que "a venda de cavalos Puro Sangue Lusitano continua a ser feita sobretudo para o estrangeiro e que apesar da crise, a raça está a passar por um bom momento, com a exportação a fazer-se um pouco para todo o mundo."
De acordo com fonte da APSL contactada pela revista Equitação, "os números que se encontram a ser avançados na imprensa não são verdadeiros. A Associação afirma desconhecer de onde vem a informação veiculada sobre o abate de Lusitanos em matadouros, de mais de 2000 cavalos lusitanos este ano, valor que os media avançam como sendo o quadruplo do ano passado."
in Equitação