A corrida de inauguração da praça de toiros canadiana Monumental Vítor Mendes esgotou, como era esperado, a lotação de 3000 pessoas.
Foi um espectáculo grandioso e em clima de grande festa registando em finas letras douradas a efeméride. O “dia” começou pelas 15 horas, quando se cortou a fita e oficialmente se inaugurou a Monumental. De seguida, depois da bênção do tauródromo pelo pároco da localidade, começou o espectáculo, a cumprir a vontade de tantos portugueses saudosos das suas tradições.
A Rui Santos coube a enorme responsabilidade de lidar o primeiro toiro da história da praça de toiros. Ante um exemplar colaborante, o cavaleiro andou com muito sítio e regular. Foi, porém, no segundo do lote que mais se destacou, tendo protagonizado os mais bonitos apontamentos da tarde, num lide clássica a que apôs adorno.
Tiago Pamplona lidou também dois colaborantes exemplares que lhe permitiram singrar em plano de regularidade e bom ambiente na festa desta tarde.
O praticante João Pamplona, que fechava o toureio a cavalo na tarde de inauguração demonstrou também uma boa forma executando uma lide agradável e a chegar ao público.
Os toiros, da ganadaria californiana de Manuel Sousa com um peso médio de 500kg, colaboraram em geral permitindo um bom espectáculo (recorde-se que no Canadá não são autorizadas as corridas picadas, sendo usado velcro).
Assim, foi também uma tarde feliz para os forcados, em que foram consumadas à primeira tentativa as três pegas do grupo de amadores de Turlock; e, uma à primeira e outra à segunda pelos amadores do Canadá.
Para o toureio apeado, os toiros de Herdeiros de Manuel Machado, foram desiguais.
Aquele em que se depositavam mais esperanças foi, de facto, o que menos cumpriu, como tantas vezes acontece. O Maestro Vítor Mendes, que fez questão de tourear na abertura da praça homónima, foi o mais desafortunado.
Frente a um exemplar sem recorrido, que investia sem classe na muleta, o maestro andou como é seu apanágio – lutador e poderoso, impondo o seu poderio.
Nuno Velasquez, que substituiu o espanhol José Villaverde, teve sorte com o exemplar e fazendo uso de muita plástica, chegou efusivamente ao público que acompanhou a corrida com todo o entusiasmo.
Cumpre ainda referir que nesta tarde histórica, o Maestro Vítor Mendes duplamente homenageado, com o seu nome numa praça com um auspicioso futuro e, também com palavras de António Pirinu – que se referiu à carreira e maestria de Vítor Mendes como um orgulho imanente a todos os portugueses.