No país vizinho è normal que cada praça de toiros tenha instalada, uma capela para que os toreiros possam fazer as suas orações antes e depois das lides. Também e até há alguns anos, era normal a presença física de um sacerdote, por forma a este poder benzer os toureiros ou mesmo dar os últimos sacramentos, caso acontecesse alguma tragédia aos toureiros o mesmo aos assistentes. Alguns toreiros possuíam também uma capela ambulante que os acompanhava, para além das numerosas referências a Cristo e Virgens Santas, Santos, " debujos " nos seus " capotes de paseo ", crucifixos e outros símbolos religiosos e de devoção.
O Sinal da Cruz e o " olhar " o Céu antes de pisar a arena é uma manifestação conhecida de todos nós, e, em Ùbeda na Andaluzia, na sua catedral, chegou mesmo a existir um claustro com a imagem de " Cristo, de los toreros ".
Ramón Cué, padre jesuita, filósofo e poeta, falecido em Sevilha há apenas alguns anos, escreveu entre outras importantes e belas obras, como " O meu Cristo Roto ", um livro intitulado " Dios en los toros" ( 1967 ), com o qual nos oferece a sua visão da simbologia religiosa nas corridas de toiros e dos toureiros. È conhecido o poema deste autor dedicado a Manolete e aos habitantes de Linares, cidade onde foi colhido mortalmente.
O culto a Nossa Senhora da Esperança de Macarena, conhecida pela " Senhora de Sevilla ", é provávelmente uma das Virgens mais adoradas por todos, chegando o seu culto a ter um carácter " Universal ". A imagem desta Virgem, datada do Séc XVII, e de autor desconhecido, ostenta uma coroa em ouro, várias jóias e também um conjunto de " esmeraldas " oferecidas pelo toureiro sevilhano Joselito " El Gallo " e aquando da morte deste ( 1920 ), a imagem desta virgem foi mesmo vestida de negro, em sinal de luto pela sua morte. Consta que uma das cinco lágrimas que tem na face foi derramada pela morte deste toureiro.