Já passaram alguns anos!
Nem me lembro bem quantos…
Mas estão bem presentes os tempos áureos da minha juventude onde todos tínhamos um gosto comum!
Eram praças coloridas, cheias de calor e glamour já onde a nossa afeição passava… eram cavalos, cavaleiros, forcados e touros…
Os cavalos correndo faziam danças como se de uma valsa se tratasse, o cavaleiro gritava um hei! hei! e aquele touro bravo aquando citado, avançava para que um ferro lhe fosse espetado.
E o colorido continuava, quando aqueles rapazes entravam, de barrete e cinta vermelha com toda coragem e valentia, enfrentando o negro daquele bicho possante.
E debatiam-se e gritavam “toiro lindo”, até se consumar a sua valentia.
E a festa continuava…
Bailes e festas após tais proezas, onde se contavam historias e onde a imaginação ia sempre mais longe.
Tantos amigos ficaram e outros perdi… a festa brava é mesmo assim.
A minha juventude foi passada entre esta gente de loucos e artistas, donde recordo com muito amor e carinho, Nuno Salvação Barreto e o seu grupo, bem como, José Mestre Batista. Há mais, mas estes marcaram mesmo os meus tempos em que me perdi pelas suas audácias.
Mas tudo passa, a euforia também, mas não o gostinho por toda esta festa!
NÃO, ESSE NÃO PASSA NUNCA…
E hoje ainda na praça estarei, vendo os filhos de todos os que aplaudi, mas aplaudindo mais alto, pois quando dou gritos de euforia, continuo a ver, pais e avós que souberam passar aos seus a mesma valentia e bravura.
E para que nunca haja uma PRAÇA VAZIA,
UM VIVA para todos os que conheci!
UM VIVA para quem lhes dá continuidade!
(Foto: Pega executada pelo antigo cabo dos Amadores de Évora, João Patinhas)