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Festival de Beneficência na Terceira

Realizou-se ontem perante uma bonita moldura humana, o Festival Taurino a favor das vítimas do temporal que afectou, em Dezembro passado a freguesia da Agualva.

24 de Abril de 2010 - 14:01h Notícia por: - Fonte: - Visto: 1465
Festival de Beneficência na Terceira

Realizou-se ontem perante uma bonita moldura humana, o Festival Taurino a favor das vítimas do temporal que afectou, em Dezembro passado a freguesia da Agualva. O cartel era composto pelos cavaleiros locais Tiago Pamplona, Rui Lopes e João Pamplona, na lide de toiros das ganadarias terceirenses de Rego Botelho, Casa Agrícola José Albino Fernandes, Herdeiros de Ezequiel Rodrigues, Francisco Sousa “Cadelhinha”, Duarte Pires e Gabriel Ourique, pegaram os amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, Aposento de Turlock e Ramo Grande. Dirigiu com acerto José Valadão, a acompanhar as lides a Filármonica Espirito Santo da Agualva.

Após um minuto de silêncio e homenagem ao recentemente desaparecido Raul Pamplona, seguiram-se as habituais cortesias.

Tiago Pamplona lidou com algum desacerto o exemplar de Francisco Sousa, denotando-se a falta de entrosamento entre cavalo e cavaleiro, próprio do inicio de temporada, o cavaleiro abordou o toiro essencialmente em sortes à tira, abrindo em demasia os quarteios, resultando as reuniões desajustadas e de colocação deficiente, não deu e bem a volta a arena, sinal inequívoco de respeito pelo público, outros deviam seguir-lhe o exemplo. Para a pega deste toiro saiu o forcado Gonçalo Toste, fechando-se e bem à primeira tentativa, numa mostra cabal de que a vitalidade do grupo da T.T.T. está bem viva, pois este jovem forcado provem da sua escola de forcados, o Grupo Juvenil da T.T.T.

No seu segundo e quarto da ordem o cavaleiro da Quinta do Malhinha apresentou outra serenidade, em boa verdade se diga que o exemplar de Rego Botelho foi o de melhor tom do festival, mas o Tiago soube aproveitar a qualidade deste toiro dando-lhe a lide adequada onde imperou a boa brega e colocação do astado para deixar a ferragem da ordem, com sortes à tira de boa execução técnica. Pegou pelos amadores da T.T.T. o jovem forcado, também ele oriundo do Grupo Juvenil, Tomás Ortins na pega da noite, destaque para a excelente contra caras de Marco Sousa.

Rui Lopes teve duas sortes distintas. O primeiro do seu lote de ferro Casa Agrícola José Albino Fernandes proporcionou ao jovem cavaleiro uma actuação que chegou com facilidade às bancadas, fruto dos quiebros que executou com as bandarilhas tão do agrado do público presente.

Sou apologista do espectáculo mas a verdade do toureio frontal não foi apreciada com este toureio de engano que pratica o jovem do Centro Equestre “o ilhéu”. A pega deste toiro esteve a cargo de Michael Borges dos Amadores do Aposento de Turlock.

O seu segundo de ferro Gabriel Ourique foi manso do princípio ao fim, deixou colocar dois ferros compridos para não mais investir, nunca vi nada assim o “toiro” fugia dos capotes, um simples toque na trincheira era motivo da sua fuga. Com matéria-prima desta natureza não é possível a realização do toureio. Os forcados do Aposento de Turlock tentaram em vão pegar este manso.

O mais jovem do cartel, João Pamplona, teve uma lide de êxito no terceiro da ordem que pertencia à ganadaria dos Herdeiros de Ezequiel Rodrigues, chegou às bancadas com o seu toureio de irreverência, lidou com ganas e sentido de lide, mas a sua juventude e vontade de triunfo fizeram-no por vezes esquecer de rematar das sortes.

Para a cara deste de Ezequiel Rodrigues foi o forcado do Ramo Grande, Bruno Anjos, que pegou à primeira tentativa, numa pega vistosa com o astado a fugir ao grupo.

A lide do sexto de Duarte Pires foi de inferior qualidade com o toiro a não cumprir e o cavaleiro do Posto Santo também a não o entender. Já no final da lide colocou dois ferros curtos de boa nota que fizeram elevar o tom morno em que decorreu a sua lide.

Num acto de solidariedade para com o grupo visitante, o cabo do grupo dos Forcados Amadores do Ramo Grande, Filipe Pires, cedeu a pega do toiro que lhes cabia em sorte, pegando assim Jr. Machado dos Amadores de Turlock bem e à primeira tentativa.

Foi uma noite bem passada na arena da Praça de Toiros Ilha Terceira. O único senão foi na altura do sorteio em que um toiro da ganadaria dos Irmãos Toste foi recusado por, imagine-se, ter excesso de apresentação e por ter quatro anos de idade. Soube da história, não a presenciei, indaguei quem teria feito tamanha desfaçatez aos ganaderos do Cabo da Praia, mas não consegui compreender quem decidiu e porquê. O que eu continuo a afirmar é que para denegrir a imagem da festa brava não é preciso ser-se anti-taurino, basta-se ser um mau taurino.

Haja saúde!

Duarte Bettencourt

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