Relativamente ao assunto em referência, sinto que devo dizer o que penso sobre o que se passou na última terça-feira na praça de toiros de Évora, o teste às novas bandarilhas, promovido pela ANGF e apoiado por praticamente todos os sectores e forças da tauromaquia nacional.
Quero aqui dizer que gostei bastante do que vi, da ideia da promoção da experiência, no entanto quero expressar algum desenvolvimento do que me pareceu e a que conclusões chego, em três vertentes distintas, como empresário, como forcado e como aficionado.
O Empresário
Começando pela primeira, devo dizer que gostei bastante da iniciativa e apoio-a incondicionalmente. Este dia foi para mim importante, acima de tudo por perceber que com possíveis inconvenientes (mínimos) que esta nova tecnologia possa trazer aos toureiros, os benefícios são tão mais fortes, que terá que ser consensual num curto espaço de tempo a obrigatoriedade destas bandarilhas.
No entanto e para mim, foi clarividente que a partir desta data, não deixarei que numa corrida por mim organizada outros ferros sejam utilizados que não estes. Como empresário assumirei com toda a certeza e convicção, que estas bandarilhas (qualquer uma das três apresentadas serve) não prejudicam a normal lide de um toiro e acima de tudo o mais importante, é que minimizam substancialmente o risco de acidentes para os forcados!
Como pessoa consciente, que no entanto defende a verdade "da e na" festa, encontro nesta solução reunidos os requisitos para que continuem a existir a emoção e todas as características únicas da tourada à portuguesa, por isso assumir e anunciar aqui publicamente esta minha decisão.
O Forcado
Gostei muito do que vi, gostei acima de tudo de ver a actividade da ANGF atingir resultados, quando ouvimos tanta conversa e vimos tão pouca acção! Mas no meio desta minha satisfação pessoal, esperava com sinceridade a presença (ou representação) de todo o universo de grupos associados, não estiveram mais que 25 grupos de forcados representados, que corresponde a pouco mais de metade do que a ANGF representa. Teria sido obrigatório que todos os grupos se fizessem representar, este é um assunto acima de tudo e em primeira linha que interessa aos forcados, não é aceitável nem compreensível para mim como forcado, que alguém falte a uma acção destas quando se trata de interesses de risco e de segurança para o forcado. Somos amadores, mas temos que ser responsáveis, um cabo é responsável pela vida e segurança de muitos jovens, tem que fazer tudo para defender esses valores!
O Aficionado
Nesta última categoria mas não menos importante, mais uma vez gostei naturalmente, mas acima de tudo perceber que a festa vai continuando viva, que há agentes seus que continuam a "lutar" pelo seu melhoramento, que os forcados são figura impar desta festa, que toureiros se disponibilizaram sem que isso nada de mais lhes trouxesse, para ajudar o FORCADO a ter melhores e mais condições no desempenho da sua actividade amadora. Contrastando com algum amadorismo e com uma organização a pedir maior profissionalismo, o evento decorreu genericamente bem, foi muito positivo, deu para no final (sem que isso estivesse previsto) ouvir alguns comentários interessantes e oportunos, até houve espaço para alguns dos habituais "cromos" darem umas bocas, teve contornos de evento taurino português!
Para mim terminou muito bem, acabei por jantar bem e comer alguns petiscos alentejanos, boa conversa e matar saudades de Amigos, é isso que os toiros têm de tão positivo, a bravura lusitana, a alma portuguesa, a raça e a amizade!
Paulo Pessoa de Carvalho
Opinião de um Empresário, Forcado e Aficionado!
Conheça as diferentes formas de ver os benefícios dos novos ferros, na opinião de Paulo Pessoa de Carvalho.
07 de Novembro de 2009 - 07:53h | Notícia por: Paulo Pessoa de Carvalho - Fonte: Toiros&Cultura - Visto: 1260 |