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Barrancos: Toiros morrem sem o mediatismo do passado!

Seis anos após a legalização das lides de morte, visitantes diminuem para um terço...
31 de Agosto de 2009 - 14:11h Notícia por: - Fonte: Jornal de Notícias - Jornalista Ricardo Paz Barroso - Visto: 1504
Barrancos: Toiros morrem sem o mediatismo do passado! Na edição de ontem, dia 30, do Jornal de Notícias, pode ler-se uma notícia da autoria do jornalista Ricardo Paz Barroso, acerca dos toiros de morte na localidade de Barrancos, durante as Festas, a qual transcrevemos de seguida.


Notícia:

Já morreram touros em Barrancos, esta sexta-feira, em duas lides, legais desde 2002, após anos consecutivos de muita polémica. A vila está mais sossegada e "agora só vem quem está mesmo interessado", dizem os barranquenhos.

Seis anos após a legalização dos touros de morte, são sobretudo os comerciantes locais que têm pena de não haver mais turistas. Mas, diz o povo, "ficaram foi mal habituados".

"Quando vão a matar o touro, eu viro a cara". A frase não é de um qualquer sensível defensor dos direitos dos animais vindo da "cidade grande", mas sim de Francisco Torrado, 76 anos, nado e criado em Barrancos, que celebra este fim-de-semana mais uma edição das Festas de Nª Sª da Conceição, onde se incluem os polémicos touros de morte, legais desde 2002.

Este tractorista reformado explica que "já desde o meu bisavó que se matam touros em Barrancos", mas, ainda assim, diz que "em Portugal não devia haver touradas de morte". Sublinha, porém, que "morrendo na praça os touros sofrem menos do que esperando até ao dia seguinte pela morte, pois ficam com febre".
O ambiente já nada tem a ver com o mediatismo que a vila viveu nos anos de 1999 e 2000. Há nove anos, chegaram a estar 30 mil pessoas diariamente nas Festas. Agora, são pouco mais de 10 mil.

O presidente da Câmara de Santarém, Moita Flores, não faltou à chamada. "É voltar aos tempos de infância", admite o autarca, cujo pai era natural da vila raiana. "Essas polémicas são da cultura de Lisboa, nada tem a ver com esta gente esquecida pelo poder central", refere ao JN.

"De facto, houve uma quebra de afluência desde que a morte dos touros foi legalizada e o comércio queixou-se disso", reconhece, por outro lado, António Tereno, presidente da Câmara de Barrancos. E, numa coisa, todos são unânimes: "Agora só cá vem quem gosta mesmo disto".

Faltam 13 minutos para as 19 horas. Um touro com 410 quilos percorre a Praça da Liberdade, em busca de uma vítima em quem descarregar a fúria por lhe terem espetado três ferros. Nuno Velasques, o toureiro português, à primeira estocada falha o coração. Um burburinho instala-se.

Quando levanta a espada pela segunda vez, um silêncio sepulcral instala-se. O toureiro é bem sucedido, servindo de prova a espuma ensanguentada que jorra da boca do touro, que assenta nas duas patas dianteiras, para depois se deixar cair pesadamente nesta praça improvisada, a única em Portugal onde se matam touros com autorização legal, desde 2002.


(http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Beja&Concelho=Barrancos&Option=Interior&content_id=1006808)

(Foto: jemfiuza.com)
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