João Martins, aluno da escola de toureio de Azambuja vai tirar a prova de novilheiro praticante no próximo dia 26 de Junho, na novilhada popular, em Albufeira. Humildade, vontade de aprender e de chegar mais longe nesta dura profissão, são algumas das características que o definem. O "Taurodromo.com" foi conhecer melhor este jovem que vai dar um passo importante no seu percurso para chegar ao sonho de um dia ser matador de toiros. João Martins um nome a registar…
Taurodromo (T)- O que espera da novilhada?
João Martins (J.M)- Sem dúvida que é o dia mais importante da minha carreira depois de tantas dificuldades e obstáculos que foram surgindo ao longo destes meus anos de bezerrista aguardo o dia 26 com a maior das expectativas e com o desejo de triunfar no dia da minha prova para novilheiro praticante.
T-Como nasceu a sua paixão pela tauromaquia, principalmente pelo toureio a pé?
J.M- Nasci numa família de aficionados desde muito cedo que comecei a ir aos toiros com o meu avô mas sempre foi uma família mais ligada ao mundo do toureio a cavalo, num treino do meu irmão que é cavaleiro de alternativa experimentei dar um capotazo e a partir desse dia senti uma enorme vontade de aprender e foi partir daí que tudo começou.
T-O que sente antes de entrar na arena?
J.M-Nas primeiras actuações em 2009 e 2010 sentia-me menos nervoso se calhar por ainda não ter bem a noção da responsabilidade e do compromisso que é pisar uma arena. Hoje em dia sinto aquele nervoso miudinho que não dá para explicar mas acima de tudo sinto a responsabilidade de dar tudo e demonstrar o toureio que levo dentro em cada tarde.
T-Tem algum ritual antes dos espectáculos?
J.M-Sim, costumo entrar sempre com o pé direito na arena, não coloco o sombrero na cama, calço sempre primeiro a bota direita e costumo ficar sozinho no quarto uns 5 minutos antes de sair para a praça penso que são os mais importantes.
T- Quem é o João Martins?
J.M-Eu não gosto muito de falar de mim porque eu próprio julgo que ainda não me conheço bem mas acima de tudo sou uma pessoa humilde, tímido, trabalhador gosto de estar com os meus amigos, e considero-me uma pessoa persistente e lutadora.
T-Quais são as suas referências na tauromaquia?
J.M-O maestro Julian Lopez "el Juli" para mim é a principal referencia, gosto muito do maestro Enrique Ponce e da arte e sentimento de Morante de la Puebla.
T- Como entrou na escola de toureio de Azambuja, e como tem sido o seu percurso até aqui?
J.M-Quem me incentivou a ir para lá foi o bandarilheiro Pedro Paulino que na altura era da quadrilha do meu irmão lembro-me que na altura a escola tinha cerca de 15 alunos com o professor Pimentel e José Fialho. Desse dia até hoje criei grandes amizades naquela terra sei que talvez escolhi o caminho mais difícil para cumprir o meu sonho, muita gente me incentivou a sair para outra escola mas eu tinha de conseguir este objectivo de tirar a prova de novilheiro pela escola de Azambuja, pelo professor José Fialho e pelos meus colegas que treinam comigo e todos têm algo para dar à festa dos toiros. Quero agradecer também ao senhor António Pedro pela força que me deu e por todo o apoio e pelas suas palavras de esperança quando atravessei a fase menos boa.
T-Qual a sua opinião acerca do toureio a pé em Portugal?
J.M-Penso que temos jovens com muita qualidade que podem singrar nesta difícil profissão assim as empresas nos dêem oportunidades para demonstrar o nosso valor e evoluir.