Perfil:
Nome: Diogo Peseiro
Idade: 16 anos
Ano Escolaridade: 12º ano
Naturalidade: Santarém
Clube: Benfica
Aluno da Academia de Toureio do Campo Pequeno
Taurodromo: Quem é o Diogo Peseiro?
Diogo Peseiro: Quem sou eu, bem é difícil de explicar... sou um rapaz simples, gosto de fazer as mesmas coisas que todos os rapazes da minha idade gostam. Sou um rapaz que apesar de algumas qualidades também tem os seus defeitos, como a teimosia e a timidez. Como qualidades penso que as mais importantes que possuo são: a sinceridade e a humildade.
T: Como nasceu a paixão pelo toureio a pé?
D.P: Venho de uma família muito aficionada, onde o meu irmão mais velho sonhava em ser cavaleiro tauromáquico. Eu em pequenino gostava imenso de ver os forcados e os bandarilheiros, mas nunca tive aquela magia para ser cavaleiro. O que me provocava emoção era ver homem e touro frente a frente, fui crescendo com esta ideia.Para além das corridas à portuguesa, e como bons aficionados também visionavamos corridas espanholas e aqueles trajes de ouro fascinavam-me. Em casa durante uma corrida imitava com mantas os movimentos dos Bandarilheiros e Matadores. Com cerca de 6 anos apresentei-me na Escola de toureio de Almeirim. Foi durante uma classe prática na Praça de Touros de Almeirim, sem nunca ter tido aulas e sem saber pegar num capote. A, pedido do meu irmão, o Maestro Pedro Gonçalves chamou-me a praça e fiz um quite, que era mais ou menos de Verónicas, e o que sentira naquele momento, mostrou-me que queria ser Matador de Touros. Mas ao fim de pouco tempo de frequentar a escola, com cerca de 7 a 8 anos, tive de ser operado a um rim e só com cerca de 13 a 14 anos voltei a integrar uma escola de toureio, desta vez em Azambuja onde tive de começar do zero.
T: O que fazes nos tempos livres?
D.P: Nos tempos livres, aproveito para praticar desporto, jogar futebol, sair com os meus amigos, ver corridas das principais feiras de Espanha para puder observar os profissionais. O que é muito importante, pois aprende-se imenso a ver.
T: Que género de música gostas de ouvir?
D.P: Gosto de tudo um pouco, desde comercial, ao Fado, ao Flamenco, etc.
T: A Academia do Campo Pequeno tem sido importante na tua aprendizagem e evolução?
D.P: Tudo o que tenho agora, devo à Academia do Campo Pequeno. Eu vim da Escola de Toureio de Azambuja, onde as oportunidades eram escassas, e aqui na Academia fui recebido de braços abertos. Os Maestros tiveram imensa paciência comigo, pois eu tinha imensos defeitos a nível de postura e também alguns vícios que com o tempo fui perdendo.
T: Foste à final do 1º Ciclo de Novilhadas, o que significou esse dia para ti? Que balanço fazes desta iniciativa?
D.P: Esse dia significou muito para mim. Foi uma noite muito emotiva, onde tive a oportunidade de estar a gosto frente a um bom novilho de Paulo Caetano e que ainda tive a honra de lhe salvar vida para que pudesse voltar ao campo para procriar. Embora o troféu não me tivesse contemplado, eu senti que fui o justo vencedor devido à grande ovação que me foi atribuída. Injustiças acontecem mas nós se queremos alcançar os nossos objectivos não podemos deixar que nos mandem abaixo com estes acontecimentos. O 1º Ciclo de Novilhadas foi uma excelente iniciativa, não só para mostrar a Portugal o futuro da festa brava como também para dar planeamento e experiência aos jovens que tal como eu começaram agora a sua caminhada.
T: Quais são as tuas ilusões?
D.P: As minhas ilusões são mesmo tornar-me Matador de Touros, adoraria que pudesse ser no meu País, mas devido a não puder exercer a profissão na totalidade, terei certamente de fazer como todos os grandes Matadores portugueses e emigrar.
T: O que sentes quando estás à frente de uma rês brava?
D.P: Quando estou frente a uma rês brava sinto uma mistura de sentimentos e emoções, sinto o medo mas por outro lado o amor, e esse amor leva-me a superar o medo e a tornar, uma rês brava numa arte tão bela como é o toureio.
T: Quais são as tuas referências no toureio a pé?
D.P: Existem muitas figuras do Toureio a pé que fascino como : David Fandilla "El Fandi"(com as bandarilhas); José Maria Manzanares (com a sua estética e temple), Alejandro Talavante ( com o seu variado toureio e com a sua excelente "muñeca" quando toureia pela esquerda) e claro José Antonio Morante de La Puebla (com o seu toureio barroco e as suas excelente e únicas Verónicas ), mas o meu ídolo chama-se : Julian Lopéz "El Juli", pela maneira como aborda os touros, sempre com a mão baixa e rompendo os muletazos até ao final.