Tem 21 anos é natural de Lisboa, é do Real Madrid, adora ouvir Flamenco e o seu maior sonho é ser figura do toureio e que o toureio a pé em Portugal ganhe a importância de outrora.O Taurodromo.com foi conhecer o novilheiro Joaquim Ribeiro “Cuqui”, um jovem cheio de ilusões.
T: Quem é o "Cuqui"?
J.R.C: O Cuqui é um novilheiro com picadores que tem em mente ser Figura do Toureio. Vivo "25" horas do dia a pensar e a lutar em conseguir sê-lo.
T: Como surgiu a paixão pelo toureio a pé?
J.R.C: Desde muito pequeno que acompanhava o meu pai às tradicionais largadas de toiros na Moita e noutras terras. Passado uns anos entrei na Escola de Toureio da Moita com o Maestro Armando Soares. Assim surgiu esta paixão.
T: Como tem sido o teu percurso até aos dias de hoje?
J.R.C: Difícil sem dúvida. Comecei com o Maestro Armando Soares na Escola de Toureio da Moita, depois estive um tempo com os matadores Parrita e Procuna e cerca de um ano na Escola de Vila Franca de Xira com o Maestro José Júlio. Depois entrei na Escola de Badajoz e estive 3 anos com os Maestros Luís Reina e Antoñete. Debutei com picadores no dia 1 de Abril em Aguascalientes e estive a viver 8 meses no México. Gostaria de agradecer um dia a todas estas pessoas que me ajudaram. Neste momento estou em Portugal a passar uma parte do inverno. Penso regressar novamente ao México no início do ano.
T: É difícil ser toureiro? Quais são as dificuldades que mais se depara no toureio?
J.R.C: Penso que qualquer profissão é difícil, mas esta é sem dúvida uma das mais difíceis, mas também muito bonita. Existem muitas, mas a principal é ter de estar longe da família e por vezes abdicar de certas coisas que qualquer pessoa vê como natural!
T: Para além do toureio, que outras paixões têm na vida?
J.R.C: Paixões só tourear, tenho outros gostos como fazer desporto (atletismo e ciclismo) ou estar com amigos e família.
T: O que sente quando está à frente de uma rês brava?
J.R.C: Depende de cada animal. Medo, e respeito de um animal complicado e bravo, nobre com classe. Digamos que é como estar com uma mulher e poder acariciá-la. São tão difíceis de explicar os sentimentos que só estando diante de uma vaca, novilho ou toiro se pode sentir e entender.
T: Que balanço faz da temporada 2012?
J.R.C: Foi uma temporada bonita, porque pude dar um passo mais à frente. Debutei com picadores, mas gostaria de ter toureado mais em Portugal e Espanha. Toureei 5 novilhadas no México em praças de primeira e o festival de abertura de temporada em Mourão. Quero sempre mais e melhor, só assim posso conseguir o que quero.
T: Até hoje qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
J.R.C: Penso que a tarde do debute com picadores foi uma tarde bonita, completa e que desfrutei e fiz desfrutar o público. Um dia importante para mim sem dúvida!
T: Qual é o seu maior sonho?
J.R.C: Ser Figura do Toureio e poder fazer com que o toureio a pé em Portugal volte a ter importância.
T: Quais são as suas referências no toureio?
J.R.C: Portuguesas sem dúvida os Maestros Victor Mendes e José Luís Gonçalves. Em Espanha Morante , “El Juli” y Jose Maria Manzanares. Estou horas e horas a ver vídeos destes toureiros, tento aprender o mais que posso de cada um deles.
T: Qual o seu desejo para 2013?
J.R.C: O desejo de poder continuar a desfrutar do toureio e poder seguir vivendo em toureiro e que todas as pessoas possam ter saúde e trabalho para viver.