Sexta-feira, 26 de Abril de 2024
Taurodromo.com A tauromaquia mais perto de si.

Um dia com... Pedro Salvador

Pedro Salvador falou com o Taurodromo.com da sua paixão pelos cavalos, pelos toiros e do seu percurso como cavaleiro de alternativa.
31 de Janeiro de 2012 - 21:02h Entrevista por: - Fonte: - Visto: 7068
Um dia com... Pedro Salvador

Pedro Salvador é natural de Samora Correia mas é em Benavente, na Quinta do Monte Gato, que passa os dias a preparar os seus cavalos para a temporada que se avizinha. Realizou o sonho de ser toureiro… uma paixão que exige diariamente esforço e dedicação da sua parte. Muitos são os objectivos ainda por concretizar e tem na família, o seu maior apoio.


Taurodromo.com (T) - Como é que nasceu a paixão pelos toiros e pelo toureio?
Pedro Salvador (PS) - Os meus avós começaram a levar-me às corridas de toiros para ver o Mestre Batista e os toureiros daquela época, era eu muito novo, com quatro ou cinco anos de idade. Só queria ver corridas de toiros, ao vivo ou pela televisão e quando dei por mim, já era aficionado.
Mais tarde, entrei para o Centro Equestre da Lezíria Grande. É uma história engraçada, pois os meus avós, motivados pelo meu sucesso escolar, pagaram-me umas aulas com o Mestre Luís Valência e então acabei por ficar por lá até ao ano de 1995. Através de uma brincadeira do meu padrasto em Pegões Velhos, comecei a tourear um ano antes de sair do Centro Equestre e … aqui estou agora.


T - Como tem sido o seu percurso até aos dias de hoje?

PS - Tem sido fundamentalmente um percurso carregado de paixão e por uma enorme afición.
Analiso a minha carreira com uma dose considerável de romantismo, pois tem sido uma luta permanente para chegar a este patamar. O problema é que os meus objectivos ainda vão a meio, ainda me faltam concretizar alguns e a luta vai continuar dura como até aqui. Acho que tem sido uma carreira bonita. Sabe, senti pela primeira vez o peso histórico da casaca, quando tirei a prova de praticante no ano de 1999. Esse dia teve um efeito tão grande em mim, que ainda hoje me preocupo em honrar o peso que a casaca impõe.


T – Quais as maiores dificuldades com que se depara no meio taurino?
PS - A maior de todas é a de atingir os objectivos propostos com a segurança e o profissionalismo exigível. A segunda maior dificuldade, é dentro do meu conceito de toureio, ir aperfeiçoando diariamente a técnica e a colocação dos cavalos, tudo é difícil e trabalhoso. Quanto ao resto, os empresários é que mandam nos cartéis e para as oportunidades surgirem temos de estar bem.


T - Qual é esse conceito de toureio.... Aquele que gosta de pôr em prática?
PS - Desde que comecei a tourear que o meu conceito preocupa-se em dar vantagens ao adversário e há-de manter-se até ao final do meu percurso. Não sei explicar muito bem mas é o que sinto no momento. Todas as corridas são diferentes e há que respeitar o toiro e o público.


T -  Qual o balanço que faz da temporada de 2011?
PS - Foi a temporada em que consegui reencontrar-me. Tenho de agradecer muito ao meu apoderado, Ricardo Levezinho, por ter acreditado no projecto Pedro Salvador e por ter-me colocado em corridas importantes. Corridas com projecção, salvaguardando a minha imagem. Depois tive o apoio incondicional da minha família, que me moralizou muito durante toda a temporada, independentemente da importância das corridas. Todos estes factores fizeram a minha temporada de 2011, muito positiva e completa.


T -O que podem esperar do Pedro Salvador para 2012?
PS - Tenho estado a preparar a próxima temporada de uma forma muito consistente, sempre preocupado em melhorar. Espero, conseguir solidificar em 2012, todo o trabalho realizado até aqui em sucessos.


T - E a sua quadra de cavalos para 2012.....
PS - Não vendi, nem tenciono vender nenhum cavalo. Porém, tenho alguns cavalos para apresentar. O Talismã, um cavalo de saída com o ferro Irmãos Serrano. O Xelim, também de saída e com o ferro Ornelas Vasconcelos. Dada a evolução que o Xelim tem manifestado, estou a pensar ainda este ano integrá-lo nos cavalos de bandarilhas. O Visconde, que vai fazer a sua estreia e que tem o ferro da Casa Farto. O Gabarito, filho do famoso Gabarito, tem o ferro Manuel Silvestre e é um cavalo de bandarilhas que pode tornar-se um caso sério.
Tenho ainda o Goya que é um Núncio, o Vilaverde que tem o ferro Peralta, o Solpinho com o ferro Anão, o Restolho e o Domecq, que ainda se encontra em condições para entrar em algumas corridas, principalmente naquelas em que seja necessário marcar a diferença.


T - Durante a temporada como consegue conciliar o toureio e a família?
PS - Sem o apoio e a compreensão da família, tudo isto tornar-se-ia uma tarefa quase impossível. Eles acompanham-me em todas as corridas que toureio e assim tornam tudo muito mais fácil.


T - E o seu filho João, depois de estar aqui a montar consigo, como vê o futuro dele? É para ser toureiro?
PS - Não sei….. Não faço mesmo a menor ideia. Se ele quiser ser toureiro terá o meu apoio, quer emocional como logístico, pois trata-se de uma vida muitas vezes complicada e ingrata. Independentemente da sua escolha para o seu futuro, terá sempre o meu apoio.


T - Quanto às corridas, tem baseado fundamentalmente as suas temporadas só em Portugal. Isso é para continuar?
PS - Sim, vou basear-me sobretudo do território nacional para efectuar corridas. Defender o que é nosso com os nossos intervenientes. A corrida à portuguesa está a atravessar uma fase em que precisa de ser defendida. Eu não tenho absolutamente nada contra o rejoneio. Também não tenho ido para a América Latina nos defesos porque nunca surgiu nenhuma oportunidade para tourear um número elevado de corridas, foi sempre uma oportunidade de uma ou de duas corridas e isso acaba por não compensar. Já fui ao Peru e valeu pela experiência. Esses países são bons para quem quer tourear mais em Espanha. Os meus objectivos, por agora, não passam por aí.


T - Como vê o facto de alguns colegas seus confirmarem alternativas em Espanha?
PS - Nós, os cavaleiros portugueses somos nobres e não somos maiorais, andamos de casaca Luís XV e isso é algo com muito peso. Porém, para se tourear em algumas praças espanholas, é necessário ter a alternativa de rejoneador. Compreendo e aceito a opção de muitos em tirarem essas alternativas para poderem tourear em praças de primeira em Espanha. No fundo, é mais uma alternativa, mais uma cerimónia, mais um dia.


T - O que pensa sobre a entrada dos toiros espanhóis em Portugal?
PS - Acabam por serem necessários e por se justificar. Também necessitamos de vender toiros para Espanha e por isso acaba por ser natural o intercâmbio de toiros entre os dois países.


T - Qual o sonho que ainda falta concretizar?
PS - Faltam concretizar objectivos e não sonhos. O sonho era ser toureiro. Sou toureiro, com uma enorme paixão.

Pedro Salvador

Pedro Salvador
21 de Janeiro de 2012 - 00:00h Galeria fotográfica por: Filipe Pedro
Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador Pedro Salvador
Desenvolvido por PrimerDev Lda
Copyright ©2007-2024 Taurodromo.com, Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer conteúdo, sem a expressa autorização.