No concelho de Portalegre, está sediada a ganadaria Manuel Cary, com cerca de 20 anos de existência e que foi iniciada por uma vacada Simão Malta e um semental Irmãos São Pedro.
A ganadaria enfrentou alguns problemas sanitários, que a obrigou a parar durante esse período. Ultrapassadas hoje todas as dificuldades do passado, Guilherme Cary, sócio gerente de uma casa agrícola com o negócio de produção de carne e onde está inserida a ganadaria Manuel Cary, está hoje à frente dos destinos da ganadaria. O taurodromo.com aproveitou a oportunidade e falou com o ganadeiro.
Guilherme Cary descreve que “actualmente a ideia é apresentar dois curros por ano, com um lote de vacas pequeno mas meticulosamente e criteriosamente seleccionadas. Até porque enfrentamos a concorrência dos toiros espanhóis, mais robustos, mais pesados e muito mais baratos, que ameaçam acabar com pequenas ganadarias como esta. É um remar permanente contra a maré. Os empresários vão preterindo as ganadarias portuguesas por questões económicas, em vez de ajudarem e defenderem o que é nosso. Somos completamente postos de parte.”
O ganadeiro acrescenta, “viver de uma ganadaria é algo quase impossível de acontecer na actualidade. Uma ganadaria como a nossa, justifica-se apenas pela aficion e por um enorme gosto que dá muito, mas mesmo muito trabalho. No fundo, é um projecto de vida que gera um prazer imenso. Por isso, nesta ganadaria temos sempre as portas abertas para qualquer aficionado ou agente da Festa, que esteja nela com verdade.“
O ganadeiro explica que "a linha Cary do pai base, era destinada exclusivamente para o toureio a pé. Com o apuramento da vacada, provocou uma linha que tem resultado extraordinariamente bem. O nosso último curro, no ano passado na corrida do Ruedo Iberico Norte em Baião, tendo em conta os pressupostos de 600Km percorridos e de os novilhos terem sido corridos no próprio dia da viagem, correu muitíssimo bem."