O grupo de “Forcadas de Benavente” nasceu há três anos.
O gosto pela arte de pegar falou mais alto e a sua primeira actuação foi no dia 1 de Novembro de 2008.
Um grupo de mulheres que são um verdadeiro exemplo de coragem e valentia.
Susana Frieza o cabo do grupo conta como nasceu esta ideia.
T:Como nasceu a ideia de formar um grupo de mulheres forcadas em Benavente?
S.F:O grupo nasceu a partir de mim e de outras mulheres, algumas até namoradas de rapazes que faziam parte do grupo masculino na altura, dávamo-nos bem gostávamos de pegar então falámos entre nós “porque não fazer um grupo só de mulheres?”, falámos com o cabo do grupo masculino fizemos uns treinos e atuamos pela primeira vez em público em Benavente na Festa Anual do G.F.A. Benavente.
T:Já participaram em algumas corridas ou festivais?
S.F:Corridas de toiros nunca tivemos possibilidade mas já nos deram oportunidades de participar em alguns festivais de mais responsabilidade.
T:Quantos elementos têm o grupo?
S.F:Actualmente o grupo tem cerca de 12 elementos com idades compreendidas entre os 17 e os 30 anos.
T:Como é que os homens reagem com a existência do vosso grupo, há muito machismo?
S.F:Sim, sentimos que existe um pouco a falta de compreensão. Ouvimos comentários desagradáveis mas são opiniões e nós respeitamos.Não podemos partilhar todos do mesmo idealismo. Mas existem outros que pelo contrário nos apoiam nos dão muita força, vontade e coragem.
T:A família e os amigos o que disseram da ideia de ser forcado (a)?
S.F:Na família aceitaram bem a ideia, uma vez que o meu bisavô era campino, os tios também, os pais muito aficionados e o meu irmão também faz parte de um grupo de forcados e sempre foi o meu braço direito. Já os amigos inicialmente acharam que eu brincava quando dizia o que fazia. Mais tarde tiveram a noção de que falava a sério mas acham que é um ‘desporto’ muito arriscado e apoiam-me. Alguns já foram até ver actuações do grupo.
T:O que está previsto para esta temporada?
S.F:Estamos a preparar a nossa temporada, já fizemos alguns treinos, temos algumas datas já previstas mas nada de concreto ainda. Normalmente os convites vão surgindo ao longo da temporada. Esperamos que nos dêem oportunidades.
T:O que é que as aficionadas(os) podem esperar deste grupo de mulheres?
S.F:Os aficionados (as) podem esperar deste grupo de mulheres, demonstrações de valentia, audácia, respeito e muito espirito de camaradagem.
T:É difícil ser forcado(a)?
S.F:Ser forcado é um misto de emoções, por vezes difíceis de controlar. Prefiro dizer que não é fácil e nem é uma ‘modalidade’ para qualquer um mas a clama e confiança em nós próprios e nos restantes elementos transforma a dificuldade em óptimas recordações.
T:Já algum dos elementos foi colhido?
S.F:Todas nós já sofremos algumas mazelas, tanto em treinos como em espectáculos, escoriações, entorses, arranhões, eu própria já fracturei o nariz e já apanhámos alguns sustos com alguns elementos que chegaram a ser transportados para o hospital mas tudo isso faz parte desta arte.
T:Num mundo onde predominam os homens, que conselho deixa às aficionadas do nosso país?
S.F:Este mundo dos toiros já não é o só dos homens, felizmente a mulher já consegue marcar a sua posição na tauromaquia como em outros sectores.As mulheres que nunca desistam por influência de ninguém. Chegamos onde chegam os homens.
NOTA: (Fotos gentilmente cedidas pela Cabo do Grupo Susana Frieza)