Luís Vital Procuna
É a primeira vez que toureia neste festival, porque aceitou o desafio?
O primeiro motivo é a causa que se está a apoiar que é sem dúvida muito importante. Ao nível profissional enquanto matador é importante participar nesta data para preparação da temporada que aí vem.
É um festival de muita importância que tem tido grandes resultados, nesta data a afición começa a criar ambiente, até porque esta já é uma data importante.
Não só para apoio das crianças desfavorecidas pelas quais a Abrigo pugna, julga que também é importante para a tauromaquia a realização deste espectáculo?
Sem dúvida que é muito importante para a tauromaquia nacional, e, em particular para o toureio apeado. É muito positiva toda esta publicidade e toda a ajuda com que as mais diversas pessoas contribuem para este espectáculo.
Vai lidar um exemplar de Ortigão Costa, podemos esperar uma tarde grande?
Sim, vou lidar um Ortigão Costa. Ainda não o vi mas já me disseram que está muito bonito, grande e bem apresentado. É um toiro de quatro anos que espero e desejo que me permita que tudo corra bem, até porque Alcochete é bem perto da minha terra e tenho todo o interesse que tudo corra pelo melhor.
Esta temporada já toureou em Mourão, como lhe correram as coisas?
Este vai ser o segundo festival da minha temporada, realmente toureei em Mourão e felizmente correu muito bem.
Já tem outras datas agendadas?
Como sabemos no toureio apeado é difícil ter a temporada muito delineada logo no início. Apesar de já ter vários datas faladas, ainda nada há em concreto. No entanto, posso adiantar que este ano passarei também pelo México, para de futuro poder também continuar por lá a minha temporada quando a temporada ibérica termina.
O Luís é exímio no tércio de bandarilhas e está rotulado precisamente assim, isso incomoda-o?
Não, de todo que não me incomoda e vejo isso positivamente. Claro que cada toureiro tem o seu rótulo ou a sua marca, uns pelas bandarilhas, outros pelo capote ou muleta. No caso do El Juli, por exemplo, no início de carreira utilizava sortes que já tinham sido inventadas mas que ele veio relembrar à aficion, e, acabou por construir uma carreira sólida. Outro exemplo será o caso do Maestro Victor Mendes, que sempre foi também associado ao tércio de bandarilhas, tendo sido talvez o melhor neste tércio, e as pessoas acabam por se lembrar sempre deste tércio por ser diferente.
No entanto sinto-me a gosto em todos os tércios e não só no de bandarilhas. Gosto muito – quando se proporciona, de fazer quites por gaoneras ou navarras, só que nem em todas as tardes me é possível, especialmente em Portugal, pela ausência da sorte de varas. Quando me toca um toiro bom e nobre sinto-me muito a gosto a fazê-lo.
Aliás, cada vez mais, com o passar dos anos vou aprendendo e desfrutando cada vez mais, e mesmo em Portugal, vou-me aperfeiçoando sempre em busca de um toureio mais templado.