Diogo Passanha
A ganadaria Passanha contribui também este ano para o Festival Abrigo, com um novilho toiro que será lidado por António Ribeiro Telles. Diogo Passanha esteve no almoço de promoção do espectáculo que teve lugar na Casa das Enguias, e quisemos saber o que motivou o seu contributo.
Não sendo uma ganadaria da terra não deixou de querer contribuir para a causa da Abrigo, porque o fez?
Este é já o segundo ano que a ganadaria Passanha está presente neste festival. Estamos presentes e contribuímos porque queremos ajudar. Apesar de estar no Montijo a Abrigo é uma causa social importante que todos devemos apoiar.
Em resultado da anterior e actual participação, que ideia tem deste festival?
Pelo que senti no ano passado a praça teve um excelente ambiente. As expectativas para este ano são as melhores, até porque é já um festival de prestígio.
Foi positiva a passagem da ganadaria Passanha no festival?
No ano passado cedemos um toiro, que foi lidado pelo João Telles Jr., saiu muito bem e deu uma boa lide, por isso a passagem foi sem dúvida positiva.
Este ano o novilho toiro da sua ganadaria vai ser lidado pelo António R. Telles, esta é uma combinação que lhe agrada?
O António fez questão de lidar um Passanha, talvez pela confiança que tem na ganadaria. Claro que é uma boa combinação, o António entende bem os meus toiros e é um grande toureiro, pelo que resulta sempre bem. Este ano vamos ceder um novilho, que já está escolhido, que é da linha da casa e penso que irá servir.
É importante também para a ganadaria participar neste espectáculo?
Sim, não só pela causa em si como também para a própria gestão da ganadaria, ou seja, em início de temporada é bom e importante ver como as reses estão a reagir à alimentação e ao maneio e permite-nos ver se é preciso ou não mudar alguma coisa.
Na temporada 2010, qual foi o toiro que mais lhe encheu as medidas enquanto ganadero?
Foram vários, no entanto o que mais gostei foi o que saiu em 5º lugar em Álcacer-do-Sal para o António Telles. Foi realmente um toiro excelentemente bravo e a exigir do toureiro.
Hoje a ganadaria está mais vocacionada para o toureio a cavalo, porquê?
Tempos houveram em que a ganadaria Passanha era a preferida de grandes figuras do toureio apeado, como Dominguín. Hoje está mais ligada ao toureio a cavalo por uma evolução natural motivada pelo tamanho dos toiros, que sendo grandes e pesados se tornam mais incómodos. Porém estou certo que serviriam perfeitamente para o toureio apeado tal como acontece para o equestre…
Há boas expectativas para a temporada que se avizinha?
Sim, penso que será uma boa temporada até porque estou a contar lidar dez a doze corridas, entre as causas será a primeira em Maio no Campo Pequeno.
A entrada de toiros de ganadarias espanholas, prejudica, a seu ver, a tauromaquia nacional?
Não me parece que seja excessivamente prejudicial. Na verdade vimos no ano passado que as nossas ganadarias não têm capacidade suficiente para suportar a procura. Além disso temos que ser práticos e no ano passado pudemos ver que logo no início da temporada as nossas ganadarias ainda não tinham toiros com peso suficiente, o que não aconteceu com os toiros que vieram de ganadarias espanholas.
Quanto às também muito faladas bandarilhas de segurança, de que lado da polémica se situa?
Sou completamente a favor de tudo o que seja vantajoso para festa e esse também é o caso. Não me parece que a sua utilização possa causar qualquer prejuízo, antes pelo contrário, por isso não posso deixar de ser a favor.