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Bernardo Patinhas - "Vão continuar a ver-me ligado aos toiros e à tauromaquia!"

Bernardo Patinhas, falou com o Taurodromo.com e fez o balanço da temporada 2011 do grupo de Évora até à sua saída e dos 3 anos de cabo.
22 de Dezembro de 2011 - 11:41h Entrevista por: - Fonte: - Visto: 3819
Bernardo Patinhas -

Bernardo Salgueiro Patinhas, Advogado de 30 anos de idade, foi durante mais de 3 anos cabo do Grupo de Forcados Amadores de Évora, desde a temporada de 2008. Recebeu o testemunho do anterior cabo, João Pedro Rosado.

Ao Taurodromo.com fez um balanço do ano taurino do grupo até ao término do seu comando, dos 3 anos de cabo do grupo e do quotidiano após a sua saída.

 

Tauródromo - Como considera que correu a temporada 2011 para o grupo?
Bernardo Patinhas - Tenho transmitido nas entrevistas que tive oportunidade de dar, uma visão muito pessimista da passada temporada. Não foi de facto a melhor mas também não foi a pior, são fases, acontecem. A temporada 2011 foi curta no ponto de vista de actuações, por consequência curta em número de corridas de menor importância, de "rodagem", se assim lhe quisermos chamar e reflectiu-se nas prestações, falta de concentração, desmotivação e algumas lesões com gravidade.


T - Quais os melhores e piores momentos do grupo na temporada 2011 que gostaria de destacar?
BP - Momentos bons, destaco a Corrida de São Pedro em Évora, onde o Grupo pegou seis Pégoras, foi uma aposta na juventude, um prémio para estes e uma promoção dentro do Grupo. Realço também, no dia seguinte ao S. Pedro, a corrida Flash, no Campo Pequeno, onde se teve uma actuação exemplar, na arena, na trincheira, nos brindes, na postura.


T - Qual a ganadaria que o grupo mais gostou de pegar na temporada 2011?
BP - É uma pergunta difícil de responder por ser demasiado subjectiva. Posso responder-lhe pessoalmente, gosto particularmente da ganadarias de encaste Murube-Urquijo, pela suavidade de galope, tranco e investida, ganadarias como Passanha. Touros diferentes mas que também gosto bastante são os de encaste Baltasar Iban-Torrealta, como a ganadaria Palha, touros exigentes, que empurram e saem com ferocidade. No entanto, prefiro pensar que não devemos ter ganadarias preferidas, devemos sim adaptar-nos aos touros, às suas investidas e características, é isso que difere os bons e os maus Grupos, ou bons e maus forcados.


T - Na temporada de 2012, prevê-se uma diminuição do numero de corridas a realizar com o acréscimo do valor do IVA. O que espera da temporada de 2012?
BP - À semelhança dos efeitos que sofreremos nas nossas vidas e no nosso quotidiano também, nos touros também haverá reflexos. Não vai ser uma temporada fácil, para além da redução do número de corridas, penso também que haverá uma redução no numero de espectadores, pois este espectáculo não é um bem de primeira necessidade e actualmente não podemos viver de luxos ou caprichos.


Na tauromaquia temos de dar o exemplo, terá de haver paciência de todos os intervenientes da corrida de touros e muita união, para que se sustente o espectáculo e para que no futuro este cresça com amparo de todos. Estou convencido que acabará por acontecer.


T - Que balanço faz dos 3 anos em que comandou um dos principais grupos de forcados do país?
BP - Só posso fazer um balanço positivo, nunca fugi às minhas responsabilidades. Fui correcto, justo, dentro do conceito de justiça que se aplica ao comando de um grupo de 40 homens. Tentei ensinar o que aprendi, penso que tive algum sucesso. Fui leal ao Grupo, aos seus elementos e suas respectivas famílias. Servi sem interesse particular ou protagonismo. No entanto, na posição de liderança haverá sempre partidários e detratores, como dizem os ingleses "...comes with the job".


T - Como é o dia-a-dia de um ex-cabo de um grupo de forcados, após a sua saída de funções? O que mudou?
BP - É o dia-a-dia de uma pessoa normal. Não sendo esta uma actividade profissional, não existem diferenças substanciais. Houve mudanças sim mas com pouco reflexo na vida quotidiana. No entanto, ainda é cedo para avaliar os seus efeitos, mais ainda por estarmos no período de defeso.

 

T - Vamos poder continuar a vê-lo ligado à "forcadagem"?
BP - Vão continuar a ver-me ligado aos toiros e à tauromaquia! Tudo começou como uma paixão que se tornou numa relação inabalável, nem mesmo com a interferência de alguns indivíduos ela será posta em causa.

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