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Corrida de touros em SÃO CRISTOVÃO

Sábado, dia 15, rumámos até São Cristovão, uma castiça freguesia de Montemor-O-Novo, para assistir a mais uma tradicional corrida de touros por ocasião das festas em honra de São Cristovão e São Sebastião
17 de Julho de 2017 - 19:19h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 1674
Corrida de touros em SÃO CRISTOVÃO

Sábado dia 15 rumámos até São Cristovão, uma castiça freguesia de Montemor-O-Novo, para assistir a mais uma tradicional corrida de touros por ocasião das festas em honra de São Cristovão e São Sebastião.

A chegada aconteceu pelas 15h00, a tempo de viver todo o ambiente que antecede a corrida. O sorteio, a embolação, o testar do piso da praça, etc. Foi uma boa confraternização taurina. Onde entre o director de corrida, o veterinário, os bandarilheiros e moiral, se contaram histórias e se falou deste mundo apaixonante da tauromaquia.

 

Tinha motivos de interesse e curiosidade o cartel apresentado. Em primeiro lugar, pela estreia de António Telles (Filho), que primeira vez toureava em praça ao lado de seu pai, António Ribeiro Telles. E pelos grupos apresentados, Montemor e Ribatejo, não pegarem juntos há um bom par de anos.

Com 4 touros e um novilho da ganaderia de David Ribeiro Telles, todos bem apresentados, com o peso acima dos 500 kgs. Tendo mesmo o segundo e quarto da ordem 580 kgs.

De realçar ainda a excelente praça desmontável com que conta o empresário Ricardo Lévezinho. Uma praça com boas condições e com curros excelentes onde os touros têm bebedouro e aguardam serenamente a hora da corrida.

 

ANTÓNIO RIBEIRO TELLES

O Mestre foi o Mestre. António toureou como ele sabe. No primeiro touro parecia estar a ambientar-se. Ferros de boa nota, mas sem grande emoção. No entanto um toureio sem falhas, limpo e com entrega.

No seu segundo da ordem, António foi igual a si próprio. Parou, templou e mandou. Com a classe inerente, o cavaleiro da Torrinha, cravou a ferragem de forma sublime. Deu vantagem ao oponente empolgando a praça. Tendo mesmo cravado ao estribo como mandam as regras.

 

MARCELO MENDES

Toureou a gosto, com vontade e saber. Colocou ferros de boa nota e emoção.

No ultimo da noite, teve um momento de grande apuro que poderia ter sido grave. Não tivesse o touro escorregado na investida e Marcelo teria certamente sido colhido com gravidade. 

É Marcelo Mendes um toureiro que dá gosto ver tourear. Pela sua alegria, pelo seu querer. Chega ao publico com facilidade e alegria. No entanto não deixa de se notar a falta da arena. Só o trabalho que se vê existir, não chega, é necessário mais oportunidades para ele impor o seu toureio. Para mostrar que consegue ir por diante.

Nota positiva à sua actuação.

 

ANTÓNIO TELLES (FILHO)

Torrinha é sinónimo de toureiros e de tourearia. Neste caso, felizmente, a tradição mantem-se. Entendeu o empresário, em boa hora, inserir no cartel o pai e o filho.

Não mostrou receio o António (Filho), o novilho que lhe coube foi bem toureado. Claro que se nota ainda alguma imprecisão na hora de colocar os ferros, e alguma velocidade que imprime à montada. Mas para isso seu pai, da trincheira, foi-lhe dando alguns ensinamentos. Sobre os terrenos a pisar e a forma de colocação do novilho. Os dois últimos ferros fizeram a praça vibrar. Tal o empenho e emoção com que foram cravados.

Está de parabéns o António Telles (Filho), e também o pai António. Está visto que a dinastia Telles está bem representada e pronta a seguir através dos anos.

 

FORCADOS

Mais uma efeméride a ter em conta. Os grupos apresentados Amadores de Montemor e Amadores do Ribatejo, capitaneados por António Vacas de Carvalho e Pedro Espinheira, respectivamente, não pegavam juntos uma corrida há alguns bons e distantes anos. Logo aí se adivinhava uma sã e renhida competição.

Coube ao grupo de Montemor abrir praça, o que foi feito através de João Maria Vacas de Carvalho. As seguintes pegas tiveram como forcados da cara o José Maria Marques e João Vacas de Carvalho. Todos a pegarem à primeira tentativa com o grupo a reunir e fechar bem para consumar a pega.

 

Pedro Espinheira, com o touro mais pesado e possante da corrida, resolveu chamar André Martins. O qual com o grupo coeso a ajudar, resolveu sem grande dificuldade à primeira tentativa.

No segundo touro, um touro para o complicado e algum “mau feitio”, foi à cara um forcado novo na idade mas rijo. Confesso que fiquei apreensivo quando vi o Duarte Pinedo de barrete na mão. Mas não, pegou o touro à primeira tentativa, com grande querer e determinação. Estiveram bem os do Ribatejo a ajudar.

O Ultimo toiro da corrida, pegado pelo grupo do Ribatejo, foi brindado ao grupo de Montemor. Uma decisão de muita humildade, que mostra que a rivalidade só tem lugar quando se está frente ao touro. Fora isso é o amor de pegar touros que define os homens da jaqueta das ramagens. E é pelos touros que todos lá estão.

 

Agostinho Borges dirigiu bem a corrida, sendo assessorado pelo médico veterinário Dr. Feliciano Reis. O cornetim de serviço foi o José Narciso.

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