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Primeira Corrida das Festas da Praia

Uma corrida de bom nível marcou o regresso do formato de dois eventos à Feira das Festas da Praia. Os toiros não complicaram, exceção para o segundo da tarde que se foi parando de forma evidente
08 de Agosto de 2017 - 01:26h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 1241
Primeira Corrida das Festas da Praia

Uma corrida de bom nível marcou o regresso do formato de dois eventos à Feira das Festas da Praia. Os toiros da Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF), Luís Rocha (LR) e Silva Herculano (SH) não complicaram, excepção para o segundo da tarde que se foi parando de forma evidente.

João Moura Jr. abriu praça diante de um exemplar imponente de cara (LR, nº57, 489Kg). O toiro era bom, codicioso e entregou-se na medida certa. Após cravagens menos luzidas nos compridos, palmilhou uma lide de triunfo a cada ferro curto e a cada brega. O estilo não engana, era um Moura a cavalo e aquela garupa era um Capote pleno de temple. Destaque para o segundo curto, a consentir a entrada do toiro. Frente ao exemplar SH (nº159, 476Kg) manteve a bitola. O toiro foi a menos ao longo da lide mas, ainda assim, o Cavaleiro procurou sacar o que de melhor este trazia dentro e chegou às bancadas com os ferros de palmo com que encerrou a função.

A João Pamplona calhou a fava e o brinde. O seu primeiro oponente mostrou bons modos na primeira metade da lide, mas depois perdeu ímpeto e fechou-se. O ginete procurou ligar-se ao toiro e com isto contornar as dificuldades. Ficou a sensação de ter tido alguma dificuldade na escolha de terrenos, frente a um oponente que pedia que lhe pisassem a sua zona de conforto e o tirassem de lá. João andou esforçado e isso foi reconhecido pelo público. O JAF (nº428, 528Kg) que lhe coube em sorte era feito de outra cepa. Volumoso e com pata, investia com alegria, entregando-se da forma como fazem os toiros bons: do início ao fim. Após afinar a velocidade, o Cavaleiro ligou-se ao toiro e ao público. Esteve lidador, trazendo ao de cima o bom toureiro e o bom equitador que é. Uma boa lide que encerrou com um grande ferro curto, preparado, cravado e rematado como mandam as regras.

Luís Rouxinol Jr. apresentou-se na Monumental “Ilha Terceira” mostrando todos os predicados de alguém que pode vir a ser figura. Mostrou bons modos na sua primeira lide. O público acolheu bem uma lide agradável e com bons pormenores. O toiro (LR, nº47, 419Kg) apesar de ter alguma falta de força, não comprometeu e deixou-se lidar. Rouxinol esteve muito correcto na cravagem dos curtos, destacando-se o 2º ferro. Quando preparava a cravagem do primeiro ferro comprido ao exemplar JAF (nº417, 523Kg), com que encerrou a corrida, a montada escorrega, resultando na queda do cavaleiro. Viveram-se alguns momentos de apuro, mas sem quaisquer consequências. O “pequeno” Rouxinol recompôs-se e mostrou maturidade. O toiro entregava-se e esteve sempre metido na lide. O Cavaleio aproveitou bem a colaboração do oponente e novamente mostrou as suas qualidades. Apesar de tudo, fica a ideia que o toiro pedia mais labor.

Nas pegas estiveram três Grupos de Forcados Amadores. Por S. Manços pegou José Quintas à primeira, numa boa pega a aguentar derrote e Pedro Fonseca que à segunda resolveu com a ajuda um pouco carregada. O grupo de Arronches teve em praça João Rosa, que realizou uma grande pega à primeira, templando bem a investida do toiro, fechando-se de forma correcta e Luís Marques que se fechou à segunda sem dificuldade. O Ramo Grande esteve representado por André Lourenço que após alguns problemas, fechou-se à segunda sem mácula. No final da corrida haveria de se assistir a um monumento à forcadagem: a pega de Manuel Pires! Forcado sereno e de olhos vivos, caminhou para o toiro como é seu habito. Aguentou a investida e depois de se fechar, toiro e forcado tornaram-se um só. Grandes derrotes por alto e a pega a consumar-se de uma forma que não surpreende. Não surpreende, porque sempre que Manuel Pires salta à arena mostra toda a sua raça e valentia, brindando quem assiste com grandes desempenhos. É sem dúvida alguma um forcado que qualquer grupo gostaria de ter e um dos grandes forcados da actualidade, dentro e fora da arena. O Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande ficará assim em boas mãos, aquando da passagem de Cabo. E como uma pega não se faz só com o forcado da cara, fica ainda o destaque para a preciosa intervenção do primeiro ajuda ao qual se seguiu o resto do grupo, de forma eficaz.

A corrida foi dirigida por Mário Martins que foi assessorado por Vielmino Ventura. Abrilhantou a Banda Filarmónica de Santo António de Cambridge.

E porque se tratava de uma Corrida Concurso, o júri composto por Francisco Parreira, José Luis Figueiredo e Diogo Passanha, deliberou:

- Melhor Toiro: “Joanito”, nº428, 528Kg, Casa Agrícola José Albino Fernandes

- Melhor apresentação: “Joanito”, nº428, 528Kg, Casa Agrícola José Albino Fernandes

- Melhor lide a cavalo: João Moura Jr. (lide ao primeiro exemplar da corrida)

- Melhor Pega: Manuel Pires (GFARG)

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