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Espectáculo de Beneficência na Terceira

Depois da polémica, da indignação, do apelo à adesão e do aparente despertar da vontade terceirense, realizou-se a corrida a favor do Serviço Especializado de Epidemiologia e Biologia Molecular do Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira
31 de Maio de 2016 - 01:12h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 1817
Espectáculo de Beneficência na Terceira

Depois da polémica, da indignação, do apelo à adesão e do aparente despertar da vontade terceirense, realizou-se, na Praça de Toiros “Ilha Terceira”, o anunciado Espectáculo de Beneficência a favor do Serviço Especializado de Epidemiologia e Biologia Molecular do Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira, pela investigação que desenvolve na área oncológica. O dia não estava convidativo mas, apesar disso, é pena que muitos dos indignados das redes sociais se tenham deixado ficar por aí… Pelas redes sociais e por casa. Meia praça a assistir ao evento provando ainda assim que: p’ra cá de duas horas de avião, mandam os que cá estão!

No que à parte artística diz respeito, existiram alguns momentos de interesse. Tiago Pamplona esteve bem diante de um novilho áspero e com pata (nº88, Rego Botelho-RB), mas que não complicou. O Marialva esteve sempre por cima do oponente, correcto nas cravagens, a entrar pelos terrenos e a tirar partido da colaboração do “Zangado” cuja presença e espírito toureiro, já não deixa a assistência indiferente.

João Pamplona esteve aquém do que lhe vem sendo hábito. O nº412 da Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF) estava bem apresentado e tinha codícia, cumprindo bem o seu papel na contenda. A lide ficou marcada pela pouca disponibilidade do cavalo “Manzanares”. A montada negou-se algumas vezes e atravessava-se no momento da reunião, resultando daí sortes aliviadas. Há dias assim! Nota positiva para o terceiro ferro curto a consentir a investida do toiro, apesar do toque na montada.

Javier Castaño voltou ao redondel angrense, numa altura em que se encontra a recuperar de tratamento oncológico. Lide de entrega a mostrar todos os seus recursos e a procurar sacar tudo o que havia no oponente, ainda que os passes resultassem com pouca profundidade. O nº390 JAF era escorrido e parco de forças, notando-se alguma dificuldade no membro anterior direito. Muitas vezes ficou caído na arena, facto que prejudicou a lide. Fica a primeira série pela direita, até à queda do oponente e o bom par de bandarilhas cravado por Jorge Silva.

Julio Benítez “El Cordobés” tentou tirar água do poço, mas o nº430 JAF foi-se secando. Recebeu com uma Larga de joelhos em terra e uma bonita série de Verónicas bem templadas. Diogo Coelho deixou um bom par de bandarilhas e a história da lide ficar-se-ia por aí. Com a muleta viram-se passes desligados, variados e uma série pela esquerda. Pouco mais havia a fazer.

O nº70 RB era descomposto de cara e foi recebido no capote de António Nazaré com uma boa série de Verónicas. Ao quite, Dias Gomes brindou a assistência com uma série curta de Chicuelinas bem cingidas. Nas bandarilhas, destaque para o primeiro par de Gonçalo Toste. Nazaré ligou-se e conseguiu sacar algumas séries interessantes, destacando-se com a mão esquerda com que rubricou uma lide sóbria, mas eficaz, tirando partido do ímpeto do oponente, até este se “rachar” e abandonar por completo a luta e saltar por duas vezes a trincheira.

Manuel Dias Gomes lidou o novilho melhor apresentado (nº49 RB), no que concerne ao toureio apeado. Se a início o hastado demonstrou bons modos, logo foi ficando em curto mostrando-se distraído. Uma vez mais assistiu-se a uma lide com passes isolados, excepção feita a duas séries pela direita. O Matador procurou arrimar-se mas pouco mais lhe era permitido.

As pegas estiveram a cargo dos Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense que, logo nas cortesias, mostraram que a aposta iria estar em elementos mais jovens. Francisco Matos estreou-se com uma pega à primeira, muito bem tecnicamente e sem dificuldades. Carlos Vieira saltou à arena para pegar o quinto da tarde, no entanto o novilho havia de derrotar alto no momento da reunião e o forcado ficou inconsciente após ser atingido na cara, saindo em maca. Na dobra esteve Tomás Ortins que, apesar do visível nervosismo no seio da formação e da demora na colocação do novilho, resolveu ao primeiro intento.

O espectáculo terminaria por aqui, no entanto, foi anunciado que El Cordobés se havia disponibilizado para lidar o sobrero. Sem certezas quanto aos regulamentos, penso que o evento deveria ter sido dado como finalizado e então depois se procederia à lide do referido exemplar.

O exemplar nº418 JAF foi dando boa conta de si. Disso tirou partido o diestro que traçou três boas séries pela direita, depois de ter conduzido o novilho, de joelhos em terra. El Cordobés mostrou raça e querer. Numa altura em que o novilho já procurava o vulto, cortando-se por dentro, o Matador decidiu prolongar a lide. Quando lidava novamente de joelhos, acabou por acontecer o que se previa, sendo colhido e ficando preso pela jaqueta à mercê do oponente, mas sem consequências. Terminou por Manoletinas.

Dirigiu a corrida Carlos João Ávila assessorado por José Paulo Lima, médico veterinário. Abrilhantou a banda da Sociedade Musical Recreio da Terra-Chã.

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