Montijo encheu para homenagear Alfredo Rouxinol
03 de Julho de 2016 - 19:01h | Crónica por: Filipe Pedro - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2508 |
A Monumental do Montijo encheu-se na noite de Sábado, na 6ª Grande Corrida da Adega de Pegões, a corrida de homenagem a Alfredo Rouxinol.
Com a casa muito perto de encher por completo, a Amadeu Augusto dos Santos aplaudiu Afredo Rouxinol após as cortesias, que grato pela homenagem ajoelhou-se no centro do ruedo, para beijar o piso da arena e agradecer os muitos aplausos do Montijo.
O curro de proveniente da ganadaria de Mário e Herdeiros de Manuel Vinhas esteve em bom plano. Um curro com quatro anos de idade, que nem sempre teve a apresentação mais desejada, mas que sem pesos exagerados, não incomodou em demasia, mas que se entregou ao confronto e proporciou uma interessante noite de toiros no Montijo.
O primeiro da noite tinha 540Kg e foi o exemplar de pior comportamento da corrida. Tardo e com doses de maldade, foi lidado a duo por Luís Rouxinol e Rouxinol Jr. A lide decorreu a bom ritmo e teve a peculiaridade na divisão de tarefas. A brega entregue a Luís Rouxinol e a ferragem a cargo de Rouxinol Jr. Os dois primeiros curtos foram os melhores desta lide, que abriu a noite do Montijo.
Filipe Gonçalves lidou o oponente de pior apresentação da noite, que com 460Kg de peso compensou em comportamento o que não tinha em apresentação. O hastado tinha pata, permitia vantagens, tinha nobreza e prontidão. A lide cedo chegou às bancadas, com batidas ao pitón contrário, adornos e piruetas. Mas o certo é que a o hastado refém da nobreza ao engano das batidas, merecia outro tratamento na ferragem.
O terceiro da noite tinha 515Kg, cornicurto mas bonito de cara. Tinha nos genes as faculdades dos bravos. Pena que Marcos Tenório, quer na saída, como na ferragem comprida, o tenha dobrado até lhe extinguir quase tudo. A lide foi de imenso agrado da Monumental do Montijo. Porém, deve-se somente à forma como lidou com as bancadas e extraiu delas vantagens, pois na realidade, a ferragem nada tem para contar. E a brega foi sempre com velocidade excessiva, desnecessária e sem critério.
Luís Rouxinol abriu a segunda parte da corrida diante do exemplar de melhor apresentação da noite. Cárdeno, de imponente morrilho, pronto e com pata, mas que deu trabalho de sobra ao cavaleiro de Pegões. A melhor brega da noite esteve neste toiro de 500Kg, com as velocidades ajustadas às circunstâncias. Luís Rouxinol mexeu com o oponente e corrigiu-lhe os defeitos na preparação das sortes, colocando-do nos tércios e encurtando distâncias. Pediu sempre o arranque e teve o retorno do hastado, mas a ferragem não teve o merecido resultado do labor para a preparação da mesma.
Luís Rouxinol Jr lidou um oponente de 515Kg, calçado nos posteriores e que se atravessava com pata. Se é certo que na brega pecou por velocidade excessiva, também é certo que foi na ferragem curta que foram colocados os melhores ferros da noite. Foi nos dois últimos curtos da noite que ajustou o centro da sorte, para de cima para baixo e ao estribo, deixar uma assinatura de qualidade na colocação. Talvez por isso tenha ganho o troféu de melhor lide.
Faltava a lide a duo de Filipe Gonçalves e de Marcos Tenório para terminar a corrida. E que pena foi que tenha sido uma lide a duo. Não que a lide não tenha sido entusiasmante e bem desenhada, porque sim... foi mesmo. O certo é que o último Vinhas, tinha 510Kg e foi o melhor examplar da noite. Bravo, nobre, com pata e prontidão, merecia que apenas um cavaleiro estivesse no ruedo, e não dois cavaleiros para lhe atraírem as atençãoes. Contudo, o Furacão Algarvio teve as despesas da lide, com Marcos Tenório no arranjo dos adornos. E o certo, é que Filipe Gonçalves tratou do bravo como merecia: de frente, cravando nos médios, sempre com o centro da sorte dominado e de cima para baixo. Com cada ferro a sair na perfeição, foi o protagonista desta lide a duo. Papel de parceria que Marcos Tenório não teve problema algum em aceitar, para adornar a lide de forma a que as bancadas devolvessem os mais ruidiosos aplausos da Amadeu Augusto dos Santos.
A noite da forcadagem foi rija e teve a particularidade de assistir ao regresso dos dois grupos do Montijo a pegarem juntos em casa.
Iniciou a noite o cabo dos Amadores da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, Márcio Chapa, com uma reunião na córnea ao primeiro intento. Luís Carrilho reuniu de forma rija na córnea do Vinhas, com este a tentar despejá-lo. O Vinhas ao aperceber-se que não se desfazer de Luís Carrilho, desviou a viagem, até o grupo aparecer e consumar à primeira tentativa. Rodrigo Carrilho dobou José Eufémia e embateu de forma rija no hastado, fechando-se na barbela, aguntando o sacudir do poponente, consumando a pega ao segundo intento.
Pelos Amadores do Montijo, José Suiças fechou-se na barbela à primeira tentativa, numa vagem com pata, que atravessou o grupo. Hélio Lopes também atravessou o grupo até tábuas, e com os brços na córnea, aguentou até ao grupo aparecer para consumar ao primeiro intento. Fechou a noite João Damásio, há terceira e com as ajudas carregadas.
No final da corrida foram entregues os prémios em disputa. Assim, Filipe Gonçalves conquistou o melhor par de bandarilhas; Rouxinol Jr a melhor lide; José Suiças dos Amadores do Montijo , com a melhor pega.