Triunfo com "P" maiúsculo: Passanha, Pamplona e Pires
04 de Agosto de 2016 - 04:03h | Crónica por: Taurodromo - Fonte: Bruno Bettencourt - Visto: 2386 |
Uma praça cheia assistiu aos triunfos da ganadaria Passanha, do Cavaleiro João Pamplona e de Manuel Pires do Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande (GFARG). A Praça de Toiros “Ilha Terceira” acolheu desta forma mais uma edição da Corrida Concurso integrada nas Festas da Praia.
O curro era das ganadarias de Passanha (P), Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF) e Herdeiros de Ezequiel Rodrigues (ER). Apresentou-se desigual em termos morfológicos, no entanto, ao nível do comportamento todos cumpriram sem criar grandes dificuldades aos Cavaleiros. A destacar o de Passanha lidado em terceiro lugar.
Três bons ferros compridos, cravados por António Telles, abriram praça e foram o mote para uma boa lide a dar vantagens ao exemplar ER (nº339, 419Kg). O toiro investia de pronto, mas revelou-se distraído. Apesar de diminuído da mão direita, não se negou à luta. O da Torrinha foi-lhe entrando pelos terrenos, consentindo a investida no momento das reuniões e templando o ímpeto do oponente. Utilizou apenas uma montada durante a lide. Frente ao segundo do seu lote (P, nº104, 556Kg) chegou mais às bancadas. Lidou com maestria, mostrando o porquê de ser o expoente máximo do classicismo equestre português. O toiro apesar de ter uma investida curta na reunião foi colaborando, crescendo em termos de comportamento. Destaque para os dois ferros curtos com que encerrou a lide.
A presença de Ana Baptista começou de forma um pouco nervosa. Aliada à dificuldade de colocação dos ferros compridos, pareceu haver algum problema no arpão dos mesmos. A lide resultou irregular e desacertada, encontrando-se apenas no final da mesma. Mexeu pouco com o oponente (JAF, nº393, 483Kg) que não complicou a tarefa, ficando reservado mercê da falta de uma lide mais adequada. Frente ao ER (nº330, 442Kg) esteve bem melhor. Esteve em plano ascendente, palmilhando terreno e entendendo o toiro que também foi melhorando de comportamento, apesar da tendência em tapar-se na reunião. Muito correcta nas cravagens e a fezer vibrar as bancadas com os dois ferros com que encerrou a sua prestação.
João Pamplona agarrou a assistência logo na cravagem comprida. Sempre muito comunicativo, não tardou em ter as hostes do redondel angrense do seu lado. O toiro (P, nº118, 505Kg) foi-se alegrando ao longo da lide e investia de pronto e de forma franca. O Cavaleiro da Quinta do Malhinha esteve correcto na generalidade dos curtos. A cada cravagem faziam-se ouvir as bancadas, estando assim aberto o caminho para o triunfo. Destaque para a forma como escolheu os terrenos e para a forma como se adornou nas bregas. Apesar de menos emotiva, a lide frente ao JAF (nº365, 428Kg) também conquistou a preferência do público. Uma lide mais serena e igualmente eficaz, diante de um oponente que se prestou bem à luta investindo sempre que lhe era pedido. Uma nota positiva para o facto de em nenhuma das lides se ter deixado levar pela euforia do triunfo, não acedendo aos típicos “mais um”, quando se preparava para sair da arena.
O Grupo de Forcados Amadores de Lisboa revelou alguma ineficácia técnica na sua presença em terras açorianas. Duarte Mira pegou à segunda sem dificuldades, após uma primeira tentativa em que esteve mal na cara do toiro. Pedro Gil fechou-se à segunda com uma boa pega, depois do toiro lhe ter metido mal a cara na primeira vez que lá foi. João Galamba esteve precipitado na cara do toiro à primeira tentativa, agarrando o toiro a sesgo e à meia volta após três ensejos que apenas serviram para o brutalizar fisicamente. Pelo GFARG pegou César Pires que se fechou bem à primeira, sem dificuldade. Luís Valadão, também à primeira, efectuou uma grande pega à córnea e a fechar o espectáculo, Manuel Pires fechou-se à primeira naquela que foi a pega da noite. Aguentou um derrote por alto e nunca mais largou o toiro que teimava em levá-lo para fora do grupo. Destaque para o primeiro ajuda que foi fundamental na realização da pega.
Dirigiu a corrida Carlos João Ávila sendo assessorado pelo médico-veterinário José Paulo Lima. Abrilhantou, de forma eficaz, a banda da Sociedade Progresso Lajense.
O júri constituído por António Lopes, António Rijo e Duarte Bettencourt, decidiu:
Melhor lide a cavalo: João Pamplona (lide ao 3º da ordem)
Melhor Pega: Manuel Pires (GFARG)
Melhor Apresentação: Passanha (nº104, 556Kg) lidado em 4º lugar
Melhor Toiro: Passanha (nº118, 505Kg), lidado em 3º lugar