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Quando o triunfo tem um nome: Manuel! (Bastos e Pires)

Muitas vezes, no final está o princípio. No final das lides, no final das corridas. A Corrida das Festas da Praia 2015 que decorreu na Praça de Toiros "Ilha Terceira", no passado dia 3 de Agosto, assim o provou.
05 de Agosto de 2015 - 12:56h Crónica por: - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2209
Quando o triunfo tem um nome: Manuel! (Bastos e Pires)

Muitas vezes, no final está o princípio. No final das lides, no final das corridas. A Corrida das Festas da Praia 2015 que decorreu na Praça de Toiros “Ilha Terceira”, no passado dia 3 de Agosto, assim o provou. Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT), Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande (GFARG), seis pegas à primeira tentativa, umas com mais dificuldade, outras com menos, uma que talvez nem tenha sido bem… No final: um pegão de Manuel Pires! Um monumento na Catedral do Toureio Açoriano! Uma pega que, a par das duas que ocorreram no Campo Pequeno (por Marcelo Lóia e António Goes), constará sem dúvida alguma no leque das melhores da década! O toiro investiu de pronto numa viagem recta, o homem do Ramo Grande fechou-se e foi levado até às tábuas. Aguentou derrotes e confusão nas ajudas. Quando parecia que tudo ia ficar por ali, o toiro sai do grupo e ruma em sentido contrário, derrotando sempre. O forcado aguentou com valentia, tendo sido muito importante a ajuda de dois dos companheiros que sempre o acompanharam. Estava assim consumada a pega de Manuel Pires, o clímax da corrida.

Mesmo que os homens das jaquetas tenham tido o maior destaque, a Corrida também teve (como é natural) a presença meritória dos restantes intervenientes. Desde logo, o grande aliciante era o curro da Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF). Pelas mais diversas razões, este era o curro que mais curiosidade despertou no decorrer da época taurina açoriana. Saíram bem apresentados, na generalidade, e com comportamento bastante semelhante. Não complicaram em demasia a tarefa aos cavaleiros, mas mostraram algumas reservas, faltando-lhes ímpeto necessário no momento das reuniões, para que as sortes resultassem mais emotivas. A destacar, em alguns momentos, os quinto e sexto da ordem. A arte de Marialva esteve representada por Rui Salvador, Tiago Pamplona e Manuel Telles Bastos.

Rui Salvador teve pela frente o lote mais desluzido em termos de comportamento. Frente ao primeiro da tarde traçou uma lide de bastante mérito, apesar de não terem existido momentos de grande realce, à excepção do seu 4º ferro curto. O toiro era uma estampa (nº374, 530Kg), mas era curto na investida e parava-se na reunião. O Cavaleiro ligou-se e veio ao de cima a sua veterania, ficando ainda assim a sensação que poderia ter escolhido melhor os terrenos. A sua segunda aparição em praça subiu o tom. Sempre em crescendo e a tapar as dificuldades do toiro (nº467, 460Kg), foi levando a água ao seu moinho, culminando com um grandioso ferro curto, a entrar pelo toiro e a pisar os seus terrenos.

Tiago Pamplona andou bem ligado ao segundo toiro da tarde (nº362, 500Kg). Entendeu o oponente e os terrenos que este pedia. No entanto, a pouca entrega do JAF na reunião, resultou em algumas passagens em falso. O quinto da ordem revelou-se cumpridor (nº377, 500Kg). Na saída partiu o portão da trincheira, na zona de acesso à Porta Grande. Após a cravagem dos compridos, executada com muita eficiência, a lide do Cavaleiro da Quinta do Malhinha havia de vir a menos. As primeiras sortes foram feitas com a medida certa, no entanto e de forma inexplicável, os ferros teimavam em não ficar cravados no toiro. E foram colocados no sítio certo! Tiago começou a desconcentrar-se e procurou corrigir de imediato sem o cuidado de colocar o toiro, precipitando-se. O exemplar JAF merecia outra lide.

O triunfo, a cavalo, haveria de sorrir novamente a Manuel Telles Bastos. Andou assertivo com o seu primeiro toiro (nº368, 495Kg), insistiu e obrigou-o a mexer-se. Uma boa lide que apenas foi beliscada pelos dois últimos ferros curtos que resultaram mal. O triunfo havia de consumar-se frente ao último toiro (nº380, 510Kg). O toiro deu boa réplica e foi evoluindo ao longo da lide. A cravagem dos curtos fez esquecer a colocação traseira dos compridos. Cinco ferros curtos a dar vantagens, a pisar os terrenos e a esperar pela investida de forma bastante cingida. Uma grande lide onde a entrega e o saber vieram ao de cima. Para além das qualidades de lidador de Telles Bastos, continuam a encantar a assistência as suas qualidades de grande equitador.

E voltemos à forcadagem! Pelo GFATTT João Pedro Ávila abriu praça com uma pega irrepreensível, fechando-se à córnea. Carlos Vieira vem-se afirmando de forma cada vez mais sólida e a provar esse facto, ficou a grande pega que efectuou ao terceiro toiro da tarde. Tomás Ortins fechou a participação do seu grupo com uma pega enorme, plena de querer, corrigindo-se sozinho na córnea do toiro, após este ter colocado a cara de forma descomposta. O GFARG fez-se representar por Luís Valadão, que executou sem grandes dificuldades. O quarto da tarde havia de ser pegado por César Pires, um dos homens de garra e de confiança. Apesar de ter sido dada como consumada, fica a percepção que o forcado terá ficado fora da cara. A finalizar, o triunfador da noite, Manuel Pires!

Dirigiu o espectáculo Carlos João Ávila que teve alguma dualidade de critérios quanto à atribuição de música. A assessoria esteve a cargo do médico veterinário José Vielmino Ventura. Abrilhantou a Banda da Sociedade Recreio Lajense.

 

 

 

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