Primeira da Moita - Aos chuviscos e às moscas
16 de Setembro de 2014 - 22:35h | Crónica por: Filipe Pedro - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2871 |
Iniciou-se a edição 2014 da Feira da Moita, com uma Corrida Mista, que pouco público atraiu à Daniel do Nascimento. As bancadas estiveram quase vazias e faltou o público para conferir maior calor à corrida. Com as bancadas despidas, os aplausos pareceram quase inexistentes e o eco tomou conta da praça, sempre que algum dos intervenientes falava com o seu oponente, sendo apenas abafado pelo tocar da banda.
Mas para além da falta de público, também faltou um pouco de tudo o resto, na noite da Daniel do Nascimento. A corrida resultou enfadonha, sem ritmo, com demasiados tempos mortos, pouco tempo útil de corrida, três horas de duração e meia hora com chuviscos.
Ficou sempre a sensação que algo teria que romper na actuação seguinte, para que se pudesse contar aos que não compareceram, o que tinham ficado a perder. Mas nada aconteceu e quem não compareceu, não precisa de se justificar.
O curro composto por duas ganadarias foi de uma apresentação q.b. e teve, nos de Torre de Onofre, escassíssima qualidade para o toureio a pé. Se bem que em dois dos exemplares, o tércio de varas atenuaria o problema. Dos dois enviados do pasto de Fernandes de Castro, para o cavaleiro Duarte Pinto, sobra apenas o primeiro da noite, que longe do óptimo, foi o que investida teve.
Duarte Pinto abriu a noite diante de um oponente que esteve sempre metido na lide, mas que tentou sempre mostrar-se desinteressado, mediu as arrancadas num tranco algo “desconjuntado”. O cavaleiro de Paço de Arcos realizou uma boa actuação, dominando o centro das sortes, cravando nos médios e impondo-se nos remates. Os segundo e terceiro curtos são os de melhor resultado, colocados com exactidão e de cima para baixo.
No quarto enfrentou um oponente que perseguia e que partiu primeiro. A lide tem na brega e nos cites, o carimbo da temporada de Duarte Pinto. Exímio a equilibrar o oponente, com este colocado nos médios e com o cavaleiro de Paço de Arcos a partir a passo dos tércios. Mas faltou sempre toiro no momento do ferro e a lide ficou aquém das que já efectuou esta temporada.
Pelos Amadores de Coruche foi para a cara do primeiro da noite João Peseiro, que consumou na córnea ao segundo intento. José Marques dobrou Pedro Galamba e fechou-se à quinta tentativa.
Sérgio Santos “Parrita” teve pouca matéria-prima da qual pudesse tirar partido. Ambos os toiros padeciam de uma curta investida, sem profundidade alguma. Se no primeiro ainda conseguiu uma série de passes pela direita e outra de naturales, em que conseguiu extrair qualquer coisa, no segundo da noite arrimou-se e partiu em busca do triunfo, mas o Torre de Onofre tinha em si muito pouco, e protestava em cada curta investida que teve.
O novilheiro João Augusto Moura iniciou funções diante de um manso, que não teve um passe. No último da corrida enfrentou um oponente com maior profundidade, que foi o de melhor comportamento da noite, quer no capote, como na muleta. Foi nos médios onde iniciou funções, com passes templados pela direita. Também pela esquerda houve olés das bancadas, mas o Torre de Onofre cedo se apagou e passou a protestar na muleta. Ainda assim, é sua a melhor prestação da noite.