Tomás Pinto em grande no encerramento da temporada em Évora
03 de Novembro de 2014 - 23:22h | Crónica por: Filipe Pedro - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 3071 |
Évora encerrou a temporada de 2014 com a lotação do Coliseu Eborense a registar meia entrada de espectadores.
Com reses de Fernandes de Castro para sete cavaleiros e dois grupos de forcados, a duração da corrida estendeu-se para lá das três horas de duração.
Entre os cavaleiros em praça foram os mais novos quem mais se destacaram. Tomás Pinto efectuou uma actuação perto da perfeição e Luís Rouxinol Júnior colocou ferros plenos de emoção e risco, antes e depois de uma queda aparatosa.
Abriu a tarde Rui Salvador após ter sido descerrada em praça uma placa comemorativa dos seus 30 anos de alternativa. O oponente do cavaleiro de Tomar foi de uma inexistência absoluta. A lide valeu somente por ver Rui Salvador a intrometer-se nos terrenos do hastado para deixar a ferragem.
Luís Rouxinol foi o primeiro a empolgar as bancadas. Sem matéria-prima para grandes triunfos, valeu-lhe a brega, os ladeios e um primeiro curto ao estribo (que só recebeu música após reclamação justa), para que saísse de Évora e da temporada, com um triunfo.
Francisco Núncio enfrentou um oponente que faltou sempre no momento do ferro. Talvez por isso a ferragem quase nunca resultou. Pena foi, pois todo o restante trabalho exercido pelo cavaleiro foi sempre merecedor de que a mesma tivesse sido colocada com sucesso.
Vítor Ribeiro completava 36 anos de idade e assim que pisou o ruedo, a Banca de Alcochete tocou-lhe os parabéns, acampanhados por palmas a compasso do Coliseu. Calhou-lhe o pior toiro da tarde. Um bisco de Fernandes de Castro que também acusava faltar no momento do ferro, que abusava de um chôto por demais entediante e que com imensa maldade, guardou-se sempre para colher assim que vislumbrava uma nesga. Com os dois primeiros curtos de praça-a-praça e de cima para baixo, Vítor Ribeiro ofereceu a si mesmo a melhor prenda para um cavaleiro – um triunfo.
Tomás Pinto enfrentou o melhor toiro da corrida. Nobre, com pata, que arrancava primeiro e que se empregava para a montada, ávido de confronto. Se há quem se intimide com este tipo comportamento e que com ele atenue a condição do hastado com capotes, não é Tomás Pinto por certo. Lidou sozinho o Fernandes de Castro, sempre com critério. Mudou-he sempre os terrenos e cravou uma série de ferros ao estribo, efectuando autênticas secantes na cornamenta do toiro. Não satisfeito com tão perfeito tratamento, ainda fez dos remates uma arte, dobrando-se sempre no pitón da sorte. Tomás Pinto encheu Évora com uma actuação perfeita e fez as bancadas levantaram-se dos acentos, ferro após ferro.
O sexto Fernandes de Castro tinha pata, perseguia sem maldade e pediu sempre que lhe invadissem os terrenos para que algo de especial acontecesse. Mateus Prieto andou esforçado, é certo, mas longe dos terrenos do oponente. E num tom morno foi a tarde de Mateus Priento, que teve no violino que fechou a sua actuação, o seu melhor momento.
Fechou a temporada Luís Rouxinol Júnior com uma exibição de encher o olho. O oponente tinha condição de triunfo e jovem cavaleiro de Pegões aproveitou-o por completo. Iniciou com um sorte de gaiola, onde esperou nos médios. O hastado saiu franco e com colocação exacta ficou o ferro. O terceiro comprido pareceu um curto, de frente e de cima para baixo. Nos curtos recreou-se na brega, arriscando-se na cara do oponente e foi punido com colhida e queda. Mas assim que regressou à montada manteve a a qualidade da ferragem nos curtos, recebendo na espádua e cravando ao estribo. Rouxinol Jr fechou a temporada de 2014 com chave de ouro, com uma enorme actuação.
Na forcadagem os Amadores de Évora tiveram uma tarde em que varreram as quatro pegas à primeira tentativa.
Abriu a tarde João Madeira pelos Amadores de Évora, fechando-se na córnea ao primeiro intento, sem complicações. Rui Gomes também consumou à primeira na tentativa, na barbela do hastado. Ricardo Sousa embateu de forma rija no oponente, fechou-se na córnea e aguentou o derrotar do Fernandes de Castro, que continuou a empregar-se contra a formação do grupo, que consumou ao primeiro intento. Gonçalo Rovisco fechou a temporada de 2014 à primeira tentativa, à córnea, aguentando sozinho na cara do oponente, num derrotar infidável, após ter atravessado o grupo.
Pelos Amadores do Aposento da Moita, Salvador Pinto Coelho fechou-se com as ajudas carregadas e ao terceiro intento. José Maria Bettencourt consumou de forma rija à cornea, na primeira tentativa. José Henriques fechou-se na córnea ao primeiro intento, com o grupo a consumar com prontidão.