Destacou-se a Maestria de Vítor Ribeiro na Ilha Terceira
22 de Junho de 2014 - 12:34h | Crónica por: Sanjoaninas2014 - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2274 |
-O cavaleiro de Almada impôs-se com temple a um toiro temperamental de Peñajara.
-O forcado João Pedro Ávila sofreu um forte traumatismo crânio encefálico.
-Os açorianos, irmãos Pamplona estiveram discretos e Jacobo Botero esteve desacertado.
A meritória e magistral faena de Vítor Ribeiro a um toiro temperamental da ganadaria espanhola de Peñajara foi o momento mais brilhante da primeira corrida da feira açoriana das Sanjoaninas, onde lidaram-se oito toiros de distintas divisas locais e continentais.
O ginete de Almada esteve sóbrio com o seu primeiro toiro, demonstrou ofício e conhecimentos ante um hastado que demonstrou mansidão de saída, mas que ao final foi-lhe encelando com muito temple. Uma vez centrado na lide do Peñajara, Ribeiro teve que enfrentar com valor e decisão o crescente temperamento defensivo que o toiro começou a desenvolver.
Montando o alazão “Nicotina”, um dos melhores equinos da sua quadra, Ribeiro redondeou uma faena de muito mérito e pureza, contra restando as dificuldades do inimigo sobretudo na cravagem dos últimos ferros, conseguindo lograr com frontalidade e em todo o alto, pese a violência da aspereza das investidas.
Esse mesmo toiro golpeou de forma muito dura o forcado Tertúlia Tauromáquica Terceirense João Pedro Ávila, na primeira e falhada pega, deixando-lhe desmaiado sobre a arena até que fosse retirado de maca pela assistência médica da praça. Mesmo recuperado instantes depois na mesma praça, Ávila foi levado para o hospital para ser submetido a intervenção médica.
Os irmãos açorianos, Tiago e João Pamplona tiveram uma actuação discreta ante os seus lotes. Tiago luziu-se pouco com um primeiro de pouca codícia da ganadaria de João Gaspar e foi a mais com o outro toiro complicado de Albino Fernandes. João, por sua parte, teve momentos templados com o de Peñajara, que foi manejável, e teve que aplicar-se na trabalhosa lide com o sétimo toiro, que buscou as tábuas desde os primeiros instantes.
Fechou a praça o colombiano Jacobo Botero, vestido de curto e com os cavalos arranjados à moda andaluza. Mesmo que luzindo uma boa e espectacular cuadra, o ginete sul-americano esteve voluntarioso mas muito desacertado na sua apresentação nos Açores, com repetidos e constantes falhos ao cravar os ferros aos seus toiros de Ascensão Vaz e Albino Fernandes, tendo ambos dado bom jogo.
Enquanto aos forcados, tiveram especial mérito as pegas dos complicados toiros da segunda parte do festejo. Entre todas destacaram-se as de Nelson Furtado e Tomás Ortins, da Tertúlia Terceirense, ao quinto e sétimo, assim como a de Luís Valadão e Vítor Oliveira, do Ramo Grande, ao quarto e oitavo. Também pegaram à primeira Helénio Melo e Luís Cunha pela Tertúlia, e Manuel Pires pelo Ramo Grande. Já André Coelho, também ele dos forcados do Ramo Grande necessitou de três intentos.
Ficha da Corrida:
Praça de toiros de Angra do Heroísmo (Ilha Terceira, Açores), sábado 21 de Junho. Primeira da Feira das Sanjoaninas. (Corrida à Portuguesa)
Ganadarias:
Dois toiros de Ascensão Vaz (1º e 4º), nobres e com classe; dois de João Gaspar (2º e 7º), descastados; dois de Peñajara (3º e 5º), um manejável e outro com génio defensivo; e outros dois de José Albino Fernandes (6º e 8º), enérgicos e com mobilidade. No conjunto geral estavam bem apresentados.
Vítor Ribeiro (casaca azul e prata): volta à arena nos seus dois toiros.
Tiago Pamplona (casaca verde de oliveira e ouro): volta à arena e ovação.
João Pamplona (casaca verde garrafa e ouro): volta à arena em ambos.
Jacobo Botero (jaqueta azul marinho): silencio e silencio.
As pegas foram alternadas entre os forcados da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e os do Ramo Grande. João Pedro Ávila, do primeiro grupo, foi auxiliado depois de sofrer um traumatismo crânio encefálico com comoção cerebral.
O público preencheu três quartos da lotação da praça.
Após as cortesias tributou-se uma homenagem ao Dr. Duarte Soares, responsável da enfermaria da Praça de Toiros da Ilha Terceira, e que se retirou nesta época taurina de 2014, depois de ter exercido funções durante 25 anos consecutivos.