Grandiosa Corrida de Gala à Antiga Portuguesa em Setúbal
04 de Agosto de 2014 - 21:02h | Crónica por: José Vogado - Fonte: Taurodromo.com - Visto: 2329 |
No passado Sábado, 02 de Agosto de 2014, na Centenária Praça de Toiros “Carlos Relvas” em Setúbal, realizou-se a segunda Corrida de Toiros inserida na Feira de Santiago, que a exemplo da anterior corrida registou uma vez mais uma grande enchente, ficando as bancadas repletas de aficionados, numa noite agradável de temperatura, pese embora ter chovido com alguma intensidade, em especial durante a primeira parte da corrida, e posteriormente na segunda parte com menos intensidade.
Antecedeu a corrida as cerimónias reais de uma Corrida de Toiros de Gala à Antiga Portuguesa, que é sempre um ato muito interessante e agradável de ver nas nossas corridas, e por vezes vamos vendo em determinadas datas e praças de toiros da nossa geografia. Recuámos assim na história deste país, denominado como a “Patria do Toureio a Cavalo”, e evocou-se o Século XVIII.
O cartel desta corrida de toiros era composto pelos cavaleiros de alternativa, Joaquim Bastinhas, Sónia Matias, João Moura Caetano e pela cavaleira amadora Mara Pimenta, pelos Grupos de Forcados Amadores do Ribatejo, Aposento do Barrete Verde de Alcochete e Beja, que substituíram os Amadores de Coruche, e um curro de toiros com ferro e divisa da Ganadaria de Alberto Cunhal Patricio.
Assim foi a corrida na primeira parte
Joaquim Bastinhas, lidou o primeiro toiro da noite com o peso de 530 quilos e de capa preta meana. Depois de brindar a sua lide ao seu filho Marco, deu início à lide cravando dois bons ferros compridos. Na série dos curtos cravou quatro ferros, com destaque o primeiro e terceiro e com relevo maior para o quarto que foi o melhor de todos. Esteve em muito bom plano perante um toiro que não facilitou, esteve bem a bregar e a cravar. Foi uma grande atuação.
Sónia Matias, lidou o segundo toiro da noite com o peso de 448 quilos de capa preta meana, deu início à lide cravando dois bons ferros compridos. Na série dos curtos cravou quatro ferros. Esteve em bom plano de atuação.
João Moura Caetano, lidou o terceiro toiro da noite com o peso de 460 quilos, de capa preta. Deu início à sua lide cravando dois ferros compridos, o primeiro ficou descaído e o segundo sofreu um toque no final da reunião, não retirando brilho. Na série dos curtos cravou quatro bons ferros, com destaque para os dois últimos que foram de muita qualidade e cravados no centro da arena, Foi uma atuação de menos a mais que agradou fortemente ao público, pelo que foi a melhor atuação da primeira parte da corrida.
Mara Pimenta, lidou o quarto toiro da noite com o peso de 480 quilos, de capa preta listão e meano, deu início à sua lide cravando dois ferros compridos, sendo o primeiro bom, pois o segundo ficou um pouco traseiro. Na série dos curtos cravou cinco ferros com realce e destaque para o segundo e quinto, este último a pedido do público. Viu-se ao longo da sua atuação que é uma jovem promessa do toureio a cavalo, que tem pouca rodagem, ma tem matéria prima para ser limada, e tornar-se um caso sério da tauromaquia, caso seja mesmo seu desejo de ser cavaleira e fazer parte de uma classe que durante muitos anos era só Mundo Masculino. Apontou bons pormenores de brega e esteve bem em certos momentos da cravagem. Agradável atuação desta jovem.
Joaquim Bastinhas, lidou o quinto toiro da noite com o peso de 460 quilos e de capa preta, costuma-se dizer que não há quinto mau, porém desta vez assim não foi. Deu início à sua segunda atuação cravando dois ferros compridos com destaque para o primeiro. Na série dos curtos cravou quatro ferros com relevo para os três últimos. A pedido do público decidiu cravar um par a duas mãos, mas não foi feliz como em outras ocasiões, pois somente deixou meio par. Atuação de menor qualidade que a primeira. Também é verdade que o seu segundo oponente não ajudou a brilhar.
Sónia Matias, lidou o sexto toiro com o peso de 550 quilos e de capa preta. Na série dos compridos cravou dois ferros, com destaque para o segundo que foi bom. Na série dos curtos, cravou dois bons ferros de boa colação Teve uma atuação menos positiva e de menor qualidade que a sua primeira atuação.
João Moura Caetano, lidou o sétimo e último toiro da noite com o peso de 458 quilos de capa preta bragado corrido, perante este seu segundo oponente cravou dois ferros compridos com destaque para o segundo. Na série dos curtos cravou cinco ferros de boa qualidade com destaque maior para os dois últimos. Foi mais uma grande atuação deste cavaleiro, que entusiasmou as bancadas da “Carlos Relvas”.
No que diz respeito às pegas, nenhum Grupo de Forcados teve tarefa fácil, mas os três Grupos souberam através dos seus elementos honrarem as Jaquetas das Ramagens sempre que chegou a vez de atuarem.
Ao Grupo de Forcados Amadores do Ribatejo, pertenceu pegarem o primeiro, quarto e sétimo toiros da noite.
No primeiro foi cara o cabo do grupo João Machacaz que executou uma rija pega à primeira e à córnea, sendo ajudado pelos restantes elementos em praça;
No quarto foi à cara o forcado Pedro Coelho, que saltou à arena acompanhado de dois colegas do grupo, convidando posteriormente três forcados do Aposento e dois do Grupo de Beja, para o ajudarem a executar a pega deste toiro, o qual foi pegado à primeira e muito bem, mostrando ter um grande poder de braços. Grande pega à primeira tentativa e sendo muito bem ajudado pelos restantes colegas;
No sétimo toiro foi à cara do toiro o forcado João Carrilho que executou uma rija pega à primeira vez.
O Grupo de Forcados Amadores do Aposento do Barrete Verde de Alcochete, pertenceu pegarem o segundo e quinto toiros da noite.
No seu primeiro (segundo da noite), foi forcado da cara Pedro Amaro que executou à primeira uma rija pega;
No quinto toiro, foi cara o forcado César que só consumou a sua sorte à segunda tentativa.
Ao Grupo de Forcados Amadores de Beja, calhou em sorte o terceiro e sexto toiros da noite.
No terceiro da noite foi forcado da cara Miguel Sertório, que executou uma emotiva e rija pega à primeira e à barbela;
No sexto toiro foi forcado da cara Guilherme Santos que só se fechou, na execução da sorte por vezes muito em moda e que retira brilho e emoção à pega “A Sesgo”.
O curro de toiros estava muito bem apresentado com idade e peso, porém saíram sobre o manso.
Uma palavra de apreço para o excelente trabalho que a dupa de campinos tiverram no maneio do Jogo de Cabrestos na hora de recolherem os toiros.
Abrilhantou a corrida a Banda da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 de Alcochete.
A corrida foi dirigida pelo Delegado do IGAC Senhor Pedro Reinardt
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